retirado do "Diário do Minho" de 05/12/2010
O director da Agência Nacional do Programa Juventude em Acção veio a público admitir um corte nos orçamentos para as práticas juvenis, no âmbito das acções relacionadas com o programa que tutela.
Admitindo, porém, que os corte far-se-ão maioritariamente a nivel da prática interna, o "não devem" abre uma porta a que as associações ou grupos informais de jovens vejam as suas actividades condicionadas.
Além do mais, estando a Agência Nacional sedeada em Braga, seria desejável que a promoção da sua área de actuação fosse mais elevada. Na verdade, parece-nos que a comunicação entre a ANPJA já conheceu melhores dias com as associações. Isto pode ser aferido pela não tão elevada execução de projectos como seria desejável.
Mas importa realçar os programas de incentivo à prática política, pois também esta teve lugar nas palavras do director.
No nosso entendimento, a participação activa na sociedade é uma construção para as políticas da cidade ou do meio onde se insere. Contudo, interessa perceber porque é que os jovens se alheiam das responsabilidades políticas.
Supomos, em primeiro lugar, que isto acontece pela fraca opinião generalizada que os jovens têm do conceito de fazer política, muitas vezes associada aos ideais submissos partidários. Além do mais, na óptica da juventude, os partidos políticos grassam interesses particulares e, muitas vezes, associados à corrupção física e, sobretudo moral. Aliás, no nosso entendimento, um cargo destes ser ocupado por alguém que ostenta um cartão de militância num partido é, por si só, eticamente reprovável, se for o único critério para a sua escolha.
Além do mais, o desinteresse dos jovens nas questões políticas dá-se por não haver das autarquias, maioritariamente, elos de comunicação que, de facto, promovam a auscultação de ideias. E poucas pessoas gostam de falar sozinhas. Daí, mais do que incentivar os jovens a participar, é necessário formar e sensibilziar os órgãos autárquicos a saber acolher ideias vindas da população jovem.
Nós temos já, alguma experiência do querer contribuir e de ninguém nos querer ouvir. Felizmente, há autarquias locais que nos dão alento e nos ajudam a crescer. Por isso, obrigado Junta de Freguesia de S.Victor.
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