"Correio do Minho" de 22/04/2011
A propósito do Complexo das Sete Fontes e da sinalética recentemente instalada para direccionar os visitantes até ao sítio, cumpre-nos dizer quando há falta de vontade, esgrimem-se argumentos pobres para encobrir as situações.
Além das Sete Fontes serem Monumento Nacional, regendo-se por uma servidão pública de 50 metros, é a Câmara Municipal de Braga detentora da responsabilidade e manutenção do Monumento, delegando essa responsabilidade na AGERE.
Ademais, desde 1995, aquando da instauração do processo classificativo que a CMB, se reconhecesse interesse patrimonial e cultural naquele sítio já podia ter negociado os terrenos há muito tempo. Seguramente, desde os últimos dois mandatos eleitorais que o executivo da CMB rubrica a instalação do Parque das Sete Fontes, titulo que foi capa de jornais em 2009, aquando da apresentação do Eng. Mesquita Machado a um último mandado à frente da autarquia.Não há tempo? Não há dinheiro? Certamente, não há é vontade!
Além disso, não se sinalizaria as Sete Fontes em terrenos privados, mas sim, na via pública e a direccionar para o monumento, independentemente de onde ele estiver localizado. Neste caso, direcciona-se as pessoas para um Monumento, com servidão pública, cuja concessão na AGERE também investe recursos humanos e finaceiros (afinal, ter lá os agueiros, é o melhor investimento da AGERE nas Sete Fontes) e a sinalética ajuda a respeitar as localidades e os bens. Ninguém vai ao engano.
E, as Sete Fontes deviam ser o único MN em Portugal sem direito a uma única placa sinalizadora, até há bem pouco tempo, situação entretanto rectificada pela Junta de Freguesia de S. Victor.
E tudo depende da perspectiva com que se encara um Monumento. Acaso a Sé de Braga não é propriedade privada? Mas há placas a direccionar as pessoas para lá?Afinal, qual é o critério?
Pede-se reflexão e equilíbrio nas palavras usadas, para, de vez em quando, se acertar naquilo que se diz publicamente.
Curiosamente, não deixa de ser estranha a actuação da CMB. Primeiro desenha um Parque, depois submete ao IGESPAR, continua a não dar conhecimento do mesmo aos bracarenses e só agora é que vai afinar alguns detalhes.
Ora bem, se os proprietários não concordarem com o plano, o Parque fica parado; Se os cidadãos quiserem dar alguns contributos, em fase de audição pública, o Plano fica adiado; Se o FMI cortar apoios, a argumentação vai ser de que não há dinheiro;
Afinal, que plano de parque é este? Afinal, que modo de actuação é esta? Política de esconde-esconde, adia o mais que puderes e o mandato passa e o Parque Verde permanece...na gaveta!
Exige-se outra forma de estar na autarquia e outra forma de lidar com os contribuintes e cidadãos!
"Diário do Minho" de 22/04/2011