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1 de abril de 2011

Divulgação - "Vamos Azulejar?!"



Gabinete Municipal de Arqueologia promove ateliês de pintura em azulejo

“Vamos Azulejar” pela segunda vez

 


A Câmara Municipal de Braga, através do seu Gabinete de Arqueologia, retoma durante o trimestre de Abril a Junho a iniciativa “Vamos azulejar”, com que pretende sensibilizar para a importância do legado patrimonial de que neste âmbito é fiel depositária.
Iniciando-se amanhã (1 de Abril) e prolongando-se até final de Junho, dirige-se a um público particularmente infanto-juvenil e consubstancia-se em ateliês de pintura sobre azulejo.
Estes ateliês – para grupos, de terça a sexta-feira, das 9h30 às 12h00 e das 14h30 às 17h00 – propõem-se abordar as diferentes técnicas de pintura em azulejo, do giz aos pigmentos cerâmicos, da corda-seca à técnica do claro-escuro.
Neste âmbito, os participantes tomam também contacto, mediante visita guiada, com o conjunto azulejar da escadaria central do Convento do Pópulo, recentemente recuperado.
Apreciam ainda a exposição de trabalhos resultantes da primeira edição do “Vamos azulejar”, que decorreu no verão passado, patente numa das alas reconstruídas do Convento do Pópulo.
Neste âmbito, é ainda disponibilizado um desdobrável com informação sobre o revestimento azulejar do Convento do Pópulo, assim como o acesso a um quiosque multimédia, instalado na escadaria do edifício, onde pode ser visto um filme, que funciona como interface de divulgação e informação sobre o processo de restauro realizado.
Os interessados em frequentar estes ateliês devem proceder, obrigatoriamente, a uma inscrição prévia, que podem fazer pelo telefone 253 203 150 ou pelo correio electrónico
arqueologia@cm-braga.pt .
A construção da igreja e convento do Pópulo iniciou-se em finais do século XVI, por ordem do arcebispo D. Frei Agostinho de Jesus, com o intuito de albergar o seu jazigo. Ao longo do século XVIII foram introduzidas diversas alterações de carácter barroco, ainda hoje visíveis em múltiplos elementos decorativos do interior da igreja e no revestimento azulejar da escadaria nobre do convento.
Este conjunto de azulejos enquadra-se no período da azulejaria portuguesa denominada como “ciclo dos mestres”, que se destaca pela monocromia azul e pela contratação de pintores de cavalete para a execução dos painéis de azulejo, que pretendiam conferir o efeito de tridimensionalidade ao espaço onde estavam inseridos.
Iconograficamente, apresentam temas religiosos, directamente relacionados com a ordem religiosa que ocupava o convento, a Ordem dos Ermitas de Santo Agostinho.
Em finais do século XVIII, e sob a autoria do engenheiro e arquitecto Carlos Amarante, procedeu-se a obras de reconstrução, conciliando as matrizes barrocas com o neoclássico, recebendo o conjunto edificado a imagem que chegou até nós.
Após 1834, altura em que a ordem que ocupava o convento foi extinta, o imóvel foi transformado em quartel militar, perdurando essa função até à última década do século XX, altura em que foi adquirido pela Câmara Municipal de Braga, que iniciou os trabalhos de restauro e reabilitação necessários à salvaguarda do imóvel e à instalação dos serviços municipais.
Em 2006, com a colaboração do Instituto do Património Arquitectónico e Arqueológico, o Município iniciou estudos que conduziram à intervenção de restauro deste revestimento azulejar da escadaria, trabalhos que tiveram por base o levantamento do estado de conservação e o recurso ao uso de réplicas, colmatando lacunas que impediam a completa leitura e percepção estética do silhar de azulejo.

Câmara Municipal de Braga, 31 de Março de 2011
P’ O Gabinete de Comunicação,
 
(João Paulo Mesquita) 


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