"Diário do Minho" de 25/05/2011
É com extrema satisfação que acolhemos a notícia da publicação das Sete Fontes, como Monumento Nacional, no Diário da República datado de 25/05/2011.
Não dizemos que é um milagre, mas uma situação em que a justiça foi reposta, pois este monumento já devia ter sido classificado há muitos anos atrás. Ainda assim, pela sua singularidade, características e interesse, mesmo que não fosse classificado, devia ser melhor preservado pelos bracarenses, sobretudo pelos que têm responsabilidades de pensar a cidade.
Como é óbvio, pena é que esta classificação apenas tenha ocorrido depois de executadas as obras para a estrada de acesso ao Hospital. É de lamentar, ainda, que o processo classificativo per si não tenha tido a força necessária para posicionar o Hospital de Braga noutra localidade...todos concordamos que o Novo Hospital de Braga é uma mais valia necessária, agora onde podemos ter diferentes opiniões é, precisamente na sua localização, que hoje prova ser péssima, facto já assumido pela própria empresa das Estradas de Portugal.
Mas em dia de festa, não vamos derramar lágrimas de lamento, vamos sim limpar as lágrimas de alegria e unir esforços para continuar a ajudar a proteger este Monumento. Afinal, é já sabido que o Ministério da Cultura não tem capacidade fiscalizadora para perceber o que se passa no terreno (prova disso deu o técnico da DRCN ao afirmar que a Mina das Verdosas não abastecia o Complexo das Sete Fontes e deu avalo para o desmonte da referida mina).É sabido que haverá área construtiva nas Sete Fontes, apenas faltando perceber onde se localizam. Sabemos que está a ser elaborado um Plano de Pormenor há mais de um ano, quando od espacho do vereador era para fazer uma análise prévia num espaço de poucos meses.
E a população, as entidades e individualidades não são tidas nem achadas. Numa cidade e sociedade que se quer plural e democrática, a CMB prefere estar orgulhosamente só, deixando para depois qualquer sugestão (dizemos isto porque esperamos que haja período de discussão pública). Ainda assim, havendo vontade, as sugestões podiam ser acolhidas desde já, para evitar que houvesse períodos de pausa e abrandamento deste processo.
Ficamos a saber, pelo Diário do Minho de ontem, que a CMB reviu a área do Parque Sete Fontes e que agora terá 30 hectares. Mas destes, 1/3 será área construtiva...um outro tanto ficará na área do Novo Hospital e a pergunta que subsiste é...afinal, que Parque é que vamos ter? Ladeado de um lado por estrada e Hospital e do outro zonas construtivas? Vai ficar um corredor verde? É que não basta colar a zona de protecção da área hospitalar para dizer que o Parque vai ter mais tantos hectares, se as pessoas não puderem circular lá. Para os mais desatentos, neste momento há vedações e portões na área do Novo Hospital. Quem se atreve a cruzar portões?
E as áreas construtivas pensamos nós serem nas franjas voltadas a Montariol...mas vai que a CMB decide abrir a construção no topo Norte das Sete Fontes, onde estão situados a maior parte das nascentes da água das Sete Fontes? Impermeabilizará os terrenos, afectará as nascentes, reduzirá caudais, prejudicará a qualidade da água...tudo cenários possíveis.
Se nós já antevemos cenários e temos esta preocupação de pensar a cidade e partilhamos a informação, porque não faz a CMB o mesmo que esta pequena associação juvenil?
Sete Fontes Monumento Nacional, infelizmente, ainda não é sinónimo de Sete Fontes Monumento Para todos os Portugueses perpetuado para a História!