"Correio do Minho" 19/10/2011
Hoje, dia 19 de Outubro, quem abriu o jornal Correio do Minho deparou-se com o anúncio supra.
Infelizmente, este é mais um caso de Património Desaparecido que assolou Braga (que tão frequentemente maltrata o seu património).
A Casa Castelo de Guadalupe, encimava o Monte de Guadalupe, onde se acedia pela Rua do Sardoal.
Esta Casa, de estilo provavelmente emigrante, destacava-se no panorama arquitectónico de Braga por configurar, com as suas ameias, pináculos e corpo superior, um pequeno Castelo.
Desde tempos imemoriais, que a designação da casa era, precisamente, o Castelo de Guadalupe.
Ao perceber-se as movimentações de venda do Castelo, a ASPA interpôs a classificação da Capela de Guadalupe como Monumento, na esperança de a zona geral de protecção impedir a destruição do castelo.
Infelizmente, em 2003 o Castelo começou a ser destruído...levantou-se o rumor de que as pedras iriam ser erguidas num outro sítio, mas o certo é que naquele lugar que não passava despercebido a quem subia a Av. 31 de Janeiro, foi construída uma urbanização de prédios altos, metálicos e muito cinzentos.
Ainda tentamos obter respostas por parte do IPPAR (antecessor do IGESPAR e DRCN), do qual apenas guardamos este e-mail, apesar de ter havido, pelo menos, mais um.
Ganha aqui destaque a LEI...que não foi cumprida...ou pelo menos os serviços do IPPAR foram coniventes com a destruição do Castelo, em área protegida.
A reconversão daquele edifício num imóvel dedicado às artes e cultura teria ganho ali todo o sentido.
Uma vez mais...destruição!
Vejam como há muito tempo atrás, ainda com a Estátua do Rei D. Pedro V na Av. Central o Castelo já ali figurava, no canto superior direito.
Postal de Manuel Carneiro
E vejam o registo do Castelo que fomos angariando ao longo do tempo...
Fotos gentilmente cedidas pelo Sr. Joaquim Taxa
Fotos gentilmente cedidas pelo Arq.to Manuel Ferreira
Fotos tiradas por Ricardo Silva aquando do início da destruição
Aquilo que agora seria desejável saber é se a DRCN/IGESPAR controlarão a venda da pedra do Castelo (afinal, são pedras protegidas) e se ficarão com o registo da transacção e do sítio para onde irão (não vão as pedras serem montadas num qualquer muro e daqui a uns anos os investigadores afirmarem que aquele muro pertence aos finais do Séc. XIX inícios do XX devido ao trabalho da pedra)!
À consideração de todos os bracarenses!