"Correio do Minho" 22/01/2012
A apresentação da Capital Europeia da Cultura, no passado sábado, em Guimarães, foi algo inesquecivel.
Bem pode a organização da CEC agradecer o bom tempo que teve e, claro, nota-se a forte campanha mediática que teve, fruto do renome instituicional e histórico desta iniciativa.
A Cultura é mais forte que a Juventude...(em termos mediáticos para quem avalia os projetos externamente).
Ainda assim, o espetáculo teve luz, cor, som, música, gente na rua e encantou toda a gente.
Retemos, aqui, alguma considerações a ter em conta.
Primeiro, o mediatismo da CEC é algo de extraordinário, a questão económica, que por muito que se avalie a cultura, nunca se chega a valores...em Guimarães, a capital da cultura vale aproximadamente 100 milhões de euros, o que é uma quantia exorbitante, tendo em conta que Guimarães nem é a única Capital da Cultura em 2012, pois neste mesmo ano decorre a Capital de Cultura simultaneamente em Maribor, na Eslovénia. Ainda assim, é admirável que se veja na CEC uma possibilidade de retorno económico que seja uma mais valia para a região.
Depois, interessa refletir nas afirmações de que a cultura não é um bem menor, afirmações do nosso Primeiro Ministro. Se isto fosse completamente verdadeiro e transparente, então porque é que o setor da cultura deixou de ser Ministério e passou a ser secretaria de estado e porque é que a divisão e aplicação dos apoios são mal distribuídos, tendo em conta que cultura teatro é muito diferente de cultura cinema, de cultura arquitectura e cultura património construído, etc, etc.
Não é por se estar diante de um evento de uma Capital Europeia que se tem de atirar areia para os olhos das pessoas.
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