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5 de abril de 2012

Braga: Necrópoles - Enterramentos e afundanços


"Diário do Minho" 29/03/2012
"Correio do Minho" 29/03/2012

No âmbito do Programa "A Regenerar Braga", as obras de requalificação e beneficiação do Largo da Senhora-a-Branca puseram a descoberto, numa sondagem de quinze metros quadrados, 3  sepulturas de cronologia tardo romano.


Este achado está envolto em várias contradições, porque segundo as palavras dos arqueólogos que acompanhavam a obra, era expectável que aparecessem as sepulturas, mas não houve a preocupação de intervencionar arqueologicamente o local. Foi preciso que as máquinas andassem ali quase um mês, até os arqueólogos conseguirem abrir uma sondagem.


Ainda assim, não observaram que nas imediações da Senhora-a-Branca já haviam aparecido sepulturas, bem como na Rua de S. Victor, junto da farmácia e da escola. Afirmam que aquela necrópole era expectável, mas não equacionaram que poderá fazer parte da mesma necrópole que a Arqueologia da Universidade do Minho escavou aquando das obras do Liberdade Street Fashion (antigo Quarteirão dos CTT)? Afinal, as intervenções foram realizadas ao longo da Via XVII, mas como era o Grupo Regojo a pagar os serviços, aí, o estudo teve interesse, mas na Senhora-a-Branca já não teve valor.


Além disso, este achado ia ficar escondido no segredo dos deuses devido à protecção que os arqueólogo colocaram na rede da obra, impedindo de se visualizar o que decorria na sondagem. É certo que logo que os achados começaram a ser enterrados, a rede verde desapareceu. 


E fica para reflexão, porque razão é que o Gabinete de Arqueologia da CMB só deu conhecimento dos achados à DRCN no próprio dia em que falou aos orgãos de comunicação social, uma vez que as sepulturas haviam sido encontradas cerca de 3 dias antes? Além disso, sabendo que ali não é área classificada como centro histórico, porque razão comunicaram à DRCN e não ao IGESPAR/Arqueologia? Afinal, quem tutela os procedimentos arqueológicos não é a DRCN, ma sim a extensão territorial do IGESPAR/Vila do Conde.


Deixamos mais esta nota...que Braga se convença que estes achados só foram divulgados (e reparem na necessidade que os arqueólogos tiveram em dizer que era para travar especulações) porque a JovemCoop colocou a informação no facebook e a Rádio Universitária do Minho teve a coragem de divulgar este assunto. É visível, aliás, na primeira notícia da RUM (consultar aqui) que o Gabinete de Arqueologia nem sequer estava preparado para responder às perguntas dos jornalistas. Só depois de conferenciarem entre si, é que os arqueólogos decidiram divulgar a matéria dos achados, afirmando que não ia haver intervenções em profundidade (pena é que canalizações, cablagens e demais matéria de tubagens) já haviam sido colocadas anteriormente. Incoerências,mas que servem agora de aviso para as obras de requalificação do Largo Carlos Amarante. Também aqui são expectáveis sepulturas, dado que também aqui está identificada a necrópole da Via XVII. Será que a arqueologia também vai deixar decorrer um mês de actividade das máquinas e só depois entrará em obra???


4 comentários:

  1. Concordo em absoluto com este comentario. Triste é ver a nossa comunicação social a continuar a por a mao por baixo dos arqueologos e da uaum. Nao se compreende como é q depois de tantas tropelias de tantas mudanças de discurso, de mudanças de discurso ao sabor de financiamentos se continue com esta revenrencia a estas unidades culturais. De cultural têm pouco... agora de empresariais....

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  2. Outra coisa: ou o correio do minho citou mal o gabinete de arqueologia da câmara ou entao estes arqueologos não têm qlq credebilidade. Como é possivel afirmar que: "nada indica q exista uma grande necropole aqui." So por piada se pode aceitar uma afirmaçao destas. 3 sepulturas em 15m2 é muita fruta, alias como afirmaram a via xvii passava ali e era expectavel aparecer. Mais é ainda expectavel aparecer a necropole do periodo moderno. Gostava ainda de saber quem foi o antropologo responsavel pela intervenção uma vez q a cm braga n tem antropologos fisicos.

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  3. Este é mais um processo que parece ter sido conduzido por pessoas que nada sabem sobre a área em que trabalham.Num sítio de elevado potencial arqueológico dispensam sondagens de diagnóstico numa primeira fase argumentando que se trataria de uma obra de superfície.Numa segunda fase, dado que afinal era uma obra de profundidade, realizam uma sondagem que dá resultados nada surpreendentes a não ser para os arqueólogos responsáveis.O que fazem?Dão por concluídos os trabalhos quando deveriam intervencionar a área total devido aos achados identificados.Afinal o que é importante para os arqueólogos de Braga?Já vimos que não é uma questão de antiguidade, de preservação das estruturas, de achados únicos, mas sim de locais que permitam avançar para projectos financiados durante décadas sem apresentar resultados à altura das verbas dispendidas.No meio disto tudo as entidades tutelares escondem-se, ocasionalmente cuspindo o argumento de que Braga tem gente creditada como poucos para lidar com estes processos. A cidade dos Arcebispos além de possuir o centro de nano-tecnologia aparenta também ter o centro de mamo-arqueologia que visa a descoberta de formas ardilosas de amealhar tostões à custa do nosso passado!

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  4. Anonimo... concordo a 100%... nem eu proprio diria melhor, faço minhas as tuas palavras e tenho pena que as nossas vozes nao tenham eco na cominucaç~so social. Sabes eu acho que o prblema esta mesmo ai... pensam (assim como as entidades tutelares) que Braga tem gente como pouas cidades teem para tratar destes problemas... esuqecem se é que durante 20 anos pouco de salvamento fizeram e muita mama tiveram... e pena á ainda que se escudam atras do nome de grandes instituiç~~oes com a UM.

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