"Correio do Minho" 17/04/2012
Celebrar a Vida nas Sete Fontes
No passado dia 15 a JovemCoop foi convidada pela Equipa Sorriso, da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) para integrar a iniciativa “Um Dia pela Vida”, caminhando até ao Monumento Nacional (MN) das Sete Fontes. Prontamente aceitámos este convite, porque a causa é nobre e o local escolhido é de excelência.
Esta caminhada tinha por objetivo despertar consciências para um flagelo que pode assumir vários contornos e, ainda, angariar alguma receita que seja entregue à LPCC e gerida para ajudar quem mais precisa, sobretudo as vítimas de doenças oncológicas.
Infelizmente, qualquer um de nós, ou algum dos nossos entes queridos, independentemente do sexo, idade, classe social, religião ou ideologia política, poderá ser alvo desta maleita. Aqui prestamos sincero tributo aos voluntários que se entregam de corpo e alma a esta causa, zelando pelo bem-estar das outras pessoas.
A iniciativa do passado Domingo ganha maior expressão porque escolheu as Sete Fontes para celebrar a VIDA! Afinal, se o nosso corpo é constituído por cerca de 70% de água, nada melhor do que dignificar o templo humano num sítio que foi construído para levar água aos habitantes de Braga. Além do mais, neste local, a fauna que lá habita e a flora que por lá cresce provam que Sete Fontes têm vida e é para nós motivo de regozijo que ali se celebre a vida.
Ora, é sabido que grande parte dos terrenos das Sete Fontes pertence a proprietários privados, que viram, com a instalação do Novo Hospital naquela zona, o valor dos terrenos sobrevalorizar.
Felizmente, quem vai às Sete Fontes com a JovemCoop questiona as opções de gestão urbanística para Braga. Não estará na altura de se travar a construção desenfreada, que descaracterizará e artificializará o espaço, fazendo morrer um espaço de vida?
A classificação das Sete Fontes, como MN, é baseada na Lei do Património Português, que valoriza a arquitectura, mas que deixa de fora a água, a fauna, a flora e as pessoas. Afinal, um MN, que é de todos os portugueses, pode ficar condicionado à vontade de uma minoria privada que visa subtrair qualidade de vida a uma maioria com vontade de fruição pública.
Após cada visita, recebemos e-mails ou visualizámos comentários no facebook a expressar a alegria por conhecerem uma maravilha em Braga ou a lamentar o facto de não a terem conhecido mais cedo. Uns pedem-nos para realizar mais visitas, outros questionam-nos o facto de não haver sinalética indicativa ou histórica no local.
A JovemCoop, por um lado, fica com um sentimento de missão cumprida – mais pessoas que ficaram a conhecer as Sete Fontes e que querem ali maior proteção por parte das entidades da tutela (de gestão direta e indireta); Por outro lado, o sentimento de frustração em não podermos dar resposta às questões que nos fazem, pois não somos nós que gerimos as opções urbanísticas, podendo, apenas, realizar ações de sensibilização.
É um facto inegável que as Sete Fontes são símbolo de vida e celebrar a vida é um ato que cada um de nós deve fazer todos os dias. Por isso, é nosso desejo que os elementos do executivo camarário se unam às pessoas que depositaram confiança neles e queiram celebrar a vida com os bracarenses. Se não quiserem travar uma batalha contra más opções, carregarão um fardo muito pesado e darão um sinal negativo às pessoas…que não vale a pena dignificar a vida e lutar por ela!
Crónica no Correio do Minho, edição de 17/04/2012 - ver aqui!
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