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24 de abril de 2012

O património vive mais do nosso coração do que da classificação

"Diário do Minho" 22/04/2012

"Diário do Minho" 22/04/2012

"Diário do Minho" 23/04/2012

Na visita efectuada ontem ao Complexo Eco-Monumental das Sete Fontes, parámos, como tem vindo a ser habitual, na Capela de S.Victor-o-Mártir para contextualizar a história da Capela.


Curiosamente, no início desta conversa disse-se que apesar do estado de ruína da Capela, esta merecia toda a nossa atenção porque ali residia boa parte da origem da freguesia de S. Victor. Aquilo que se quis advertir os participantes é que a importância do nosso património reside naquilo que nós sentimos e que valorizamos, independentemente se formalmente ser um imóvel classificado ou não.


O recente caso do despejo da Barbearia Matos desenvolveu reacções em cadeia sobre o fecho deste antigo estabelecimento. 
Agora há a vontade de encontrar novo local para esta actividade, não querendo a Assembleia Municipal efectuar a classificação, porque diz que não é possível classificar a actividade ou os objectos.
Infelizmente, a lei do património parece ser desconhecida por parte dos deputados da AM, pois a Lei do Património Cultural prevê a classificação de bens móveis (falta é saber se o património móvel da Barbearia tem interesse para as entidades da tutela - pois para os bracarenses é nítido que tem).


Não deixa de ser curioso como a par desta iniciativa, a AM recusou uma classificação ao Salão Egípcio, imóvel que se situa mesmo ao lado da Antiga Barbearia e que detém um interesse fora do comum na nossa cidade, devido à sua singularidade.


É com esta dualidade de critérios, falta de valores objectivos e mora nos procedimentos que se lesa o património e a cultura em Braga. 


Objectivamente, grande parte dos responsáveis municipais não gosta do património e vê neste sector um "empecilho" ao desenvolvimento. Esta falta de cultura e de gosto pelas nossas heranças, subtraem a possibilidade de avaliar o presente e fazem um mau planeamento do nosso futuro.


Ainda há hipóteses de reverter esta situação, basta que os nossos agentes políticos possam vir frequentar os cursos de história ou façam os percursos barrocos com a JovemCoop. Provavelmente vão perceber o que tanto liga a nossa cidade ao passado e porque devem estas heranças ser aproveitadas em prol da cidade.


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