Este "Peregrinos com Pedalada" contou com a presença de um amigo português
radicado na Dinamarca, que fez questão de se juntar a esta peregrinação!
ETAPA
2
Vila Franca del Bierzo – Portomarin ( +-74km )
O dia começou, naturalmente com Chuva, tendo nós sido compensados com o pequeno-almoço preparado pelo Carlos. Saímos e iniciámos o ataque a Cebrero, a 1300m de altitude, monte mítico do caminho que marca a entrada do caminho na Galiza, a 150km de Santiago. Muita Chuva, frio e vento. Mais uma vez condições climatéricas desagradáveis, de novo um dia de sofrimento.
Dois
dos peregrinos ponderaram fazer o Cebrero por estrada, mas devido ao facto de
ser a 1ª vez que percorriam este mágico percurso e correndo o risco de não se repetir
tão cedo, decidiram atacar a ida pelo caminho de Santiago. Muito duro…muita
lama…. Mas vencido.
Após
uma paragem no Cebrero, onde tomámos mais uns chás para aquecer e onde visitámos
a Capelinha (conhecida por ter uma imagem do Séc. XIII), avançámos para
Tricastela, É uma descida brutal para quem gosta de BTT e dura para os
peregrinos a pé mas que se tornou um castigo devido à lama e ao granizo que muito
nos fustigou. Chegámos a Tricastela enregelados, e tivemos de correr para nos
aquecer, aproveitando uma pequena aberta de sol que ajudou a evitar um mal
pior. Em Triscastela pode-se tomar dois caminhos para chegar a Sarria. E foi
devido a esta possibilidade que, por lapso, o grupo se fraccionou, tendo o
Ricardo pedalado sozinho durante toda a tarde (fazendo o seu verdadeiro
caminho) até nos reencontrarmos já perto de Portmarin. O resto do grupo seguiu
pela variante de Samos que, para mim, foi uma novidade e é sem dúvida de uma
beleza natural impar. Valeu a pena.
Para
terminar esta etapa tínhamos de andar mais rápido, mas perdemos muito tempo à
espera do Ricardo, que afinal seguia à nossa frente, o que condicionou o avanço
da etapa, bem como provocou desgaste com as sucessivas perdas, quebras e
arrefecimentos.
Devido
ao estado em que pelo menos eu me encontrava, (exausto) o Luís foi à frente
para nos arranjar albergue, missão que cumpriu na perfeição, pelas condições
encontradas e pela simpatia das hospitaleiras Isabel e Nuria (que nos deixaram
pôr o nosso calçado junto da caldeira numa tentativa de secar.
Após
um banho reconfortante, nada como um belo jantar com vista para o Rio Minho
acompanhado de cantares de um grupo de cinquentões da mesa ao lado (ajudados
por umas quantas garrafas de vinho).
Animados
pelos cantares dos “cavalheiros” do lado decidimos também regar a nossa refeição
do peregrino com antioxidante segundo palavras do Luís, terminando assim o dia
dois.
F.Silva
F.Silva
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