"Diário do Minho" 08/06/2012
É uma discussão actual e pertinente.
Fruto de um progressivo desenvolvimento da cidade, sobretudo no seu crescimento para zona descentralizadas, o rico conjunto patrimonial de Braga, neste caso caracterizado pelo espólio arquitectónico, vai sofrendo tropelias várias, desde o seu abandono, até à sua total degradação.
Nos tempos que correm, se por um lado assistimos, com clamores de lamento, à ruína de imóveis com valor histórico ou arquitectónico, por outro lado regozijamo-nos por haver uma preocupação dos cidadãos em querer encontrar melhores destinos para este conjunto edificado.
Muito se tem falado da recuperação da Casa das Convertidas, da necessidade de se intervir no Palacete Domingos Afonso (Rua do Carvalhal, obra de E. Korrodi - ver BRAGA MAIOR) ou mesmo as antigas instalações da Escola D. Luis de Castro (são poucos exemplos para aquilo que está em discussão).
Ficamos a saber, no fim da semana passada, que a Escola D. Luis de Castro, além de ser ocupada frequentemente por toxicodependentes que ali se refugiam da sociedade, foi alvo de novo incêndio, o quarto num espaço de poucos meses.
Certo é, que a cidade em si, não terá capacidade e vocação para recuperar todos os edifícios de valor histórico ou patrimonial, pelo que importa pensar em linhas estratégicas que conduzam à recuperação e salvaguarda de um conjunto edificado de valor.
Por isso, talvez não fosse descabido elevar a discussão ao patamar público, onde a parte pública e privada pudessem contribuir para ajudar a preservar edifícios capazes de caracterizar a História da Cidade de Braga. Talvez aqui, na óptica de pensar a cidade, pudessem os nossos agentes políticos tomar a rédea a esta vontade e encetar diálogos para compor estratégias.
Braga necessita de ouvir opiniões que ajudem a construir uma Braga do futuro, mas caracterizada na sua identidade.
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