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O Cruzeiro da Senhora-a-Branca é Monumento Nacional desde 1910 (Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto) ).
As obras levadas agora a cabo no jardim da Senhora-a-Branca e Avenida Central deveriam ter o parecer da Direcção Regional de Cultura, aprovando as medidas de minimização e salvaguarda deste imóvel nacional.
O Cruzeiro hoje situado no Largo da Senhora-a-Branca, terá sido originalmente erguido na zona do antigo Campo de Santana (actual Avenida Central de Braga), junto à Torre de Menagem da cidade, onde aparece representado num Mappa das Ruas de Braga de 1750. Por via desta localização original, da qual aliás lhe advém a designação corrente, este cruzeiro tem sido identificado com aquele que o Arcebispo D. Diogo de Sousa refere, na relação das obras que mandou fazer em Braga, como "uma cruz no dito Rossio de Santana com seus degraus e a haste de pedra de Viana". De facto, D. Diogo de Sousa quis enriquecer a sua cidade com muitas obras, e rasgou, entre outros, o próprio largo de Santana, onde mandou colocar uma autêntica colecção arqueológica composta por marcos miliários provenientes das vias romanas de Braga. Embora à primeira vista não pareça provável que este cruzeiro em particular lhe possa ser atribuído, visto que o arcebispo morre em 1532, enquanto o monumento exibe uma feição clássica aparentemente mais tardia, a verdade é que D. Diogo surge como um verdadeiro humanista, homem de grande cultura e aggiornamento, sonhando para Braga a grandeza de uma Roma em menor escala; é assim plausível imaginar a encomenda de um cruzeiro tão moderno quanto este, com claras alusões imperiais (romanas).
Sobre um soco de sete degraus quadrangulares assenta um paralelepípedo ao alto, com quatro faces molduradas com festões e tachas planificadas, reproduzindo o trabalho de placas de metal, e enquadrando almofadas prismáticas interrompidas. Sobre o tabuleiro quadrado que encima o pedestal eleva-se a base do fuste, coluna de secção circular monolítica, mas com decoração distinta no terço inferior, ornado de pontas de diamante, e nos terços superiores, com caneluras. O capitel é um exemplo quase puro da aplicação da ordem coríntia, de acordo com a sua utilização renascentista mais erudita. A rematar o conjunto, e sobre um pequeno acrotério, uma esfera serve de base a uma severa cruz cardinalícia (com dois braços horizontais, mais curto o superior), de secção quadrada, rematada por cinco pontas de diamante. O cruzeiro foi retirado do Campo de Santana, e levado para a sua presente localização, em 1915.
Com a remoção de terras que está a acontecer, com o escandaloso abate de árvores que está a ser realizado, e dado que a lei do Património 107/01 diz que O enquadramento paisagístico dos monumentos será objecto de tutela reforçada esperava-se que houvesse maior intervenção e ajuizamento sobre a intervenção que agora está a decorrer.
Além de que se este monumento tivesse um Plano Director ou uma Zona Especial de Protecção, provavelmente, aquelas árvores não conheceriam um trágico destino. Como se costuma dizer...as árvores devem morrer de pé!
Mas os trabalhos n teêm parecer da DRCN?
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