"Diário do Minho" 02/02/2013
A requalificação do antigo Mercado do Carandá, em Braga, e sua reconversão em
equipamento cultural, uma intervenção projectada por Eduardo Souto de Moura, foi
distinguida pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana com o Prémio IHRU
2012.
Desenhado nos anos 80 do século XX, por Souto de Moura, o Mercado do Carandá foi construído no coração de Braga, para funcionar como um mercado tradicional, mas entretanto viria a revelar-se incapaz de exercer atractividade suficiente sobre o sector comercial básico da cidade.
Ali acabaram por ser instaladas uma escola de dança contemporânea e uma escola de música, a par de várias de lojas e de outros aproveitamentos para fins culturais. Na primeira fase da intervenção, foi edificado um novo corpo, encostado à antiga banca do peixe, para acolher a escola de dança. Foi também redesenhado um percurso pedonal que lhe serve de cobertura. (notícia extraída daqui).
O prémio e o reconhecimento é, por si, louvável e admitimos que a estrutura é atractiva e bem aproveitada. Mas infelizmente é um excelente exemplo do que é a Arquitectura estética versus a Arquitectura Funcional.
As estruturas ali instaladas queixam-se do vandalismo, dos passeios nas coberturas e do arremesso de lixo para o interior do mercado, bem como dos recantos escuros propícios a actividade menos próprias e dos problemas estruturais como as infiltrações de água, a consequente humidade e a deterioração dos materiais.
O prémio é atribuído pela estética e não pelo funcionamento da estrutura, que, em nossa opinião, também devia entrar nas contas da atribuição.
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