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24 de março de 2015

Visita guiada à Cidadela Medieval


As associações JovemCoop e Braga + organizam, no próximo sábado, dia 28 de Março,  mais um percurso pelo património bracarense, desta feita pelos vestígios da Cidadela Medieval.
Esta iniciativa, que visa assinalar o Dia dos Centros Históricos, tem início marcado para as 10h00, na Praça da República, junto à Arcada.
O objetivo desta visita guiada é percorrer todas as oito portas e torreões que constituíam o perímetro medieval bracarense, que contava com sensivelmente 1.300 metros de comprimento. O castelo de Braga e os panos de muralha ainda subsistentes serão também abordados durante esta visita.
O percurso vai contar ainda com paragens na Torre de Menagem, Torre da Porta Nova e antigo Paço dos Arcebispos. Nestes locais os participantes poderão ainda vislumbrar exposições integradas no programa da Semana Santa de Braga. 
Integrado no programa desta manhã cultural está também a visita ao pelourinho de Braga, o monumento nacional mais desconhecido dos bracarenses.
As inscrições, e demais informações, estão disponíveis nos sites da JovemCoop e da Braga +, ou nas respetivas páginas do facebook.

21 de março de 2015

Diário da Cooperante #8

Olá amiguinhos, hoje decidi escrever sobre o fim-de-semana que mudou a minha postura em Erasmus.
                Para começar vou falar um pouco dos portugueses que conheci aqui. Eles são muito simpáticos, são boas pessoas, mas gostam muito de sair à noite. Ou seja, como eles saem ao fim de semana à noite dormem durante o dia e eu acabo por ficar sozinha.
                O meu fim-de-semana começa mais cedo, começa à sexta-feira. E eu esta sexta deixei-me ficar por casa. Arrumei a casa, fiz as minhas coisas, fui até ao café um bocadinho à internet. Mas sabem? Quase que morri de tédio. Só me apetecia chorar. Mas depois pensei “não isto não pode ser assim todos os fins-de-semana”. E foi depois deste pensamento que mudei a minha atitude.
Sábado acordei de manhã bem cedinho e fui ao centro. Meti-me no metro e saí na paragem mais próxima. Fartei -me de andar, meti-me por sítios desconhecidos. Vi coisas lindas. A cidade de valência é mesmo gira. Andei o dia todo. Sempre sem saber para onde ir e a ouvir música. Almocei pelo centro e pela parte da tarde fui passear até um jardim. Cheguei a casa à noitinha, mas sentia-me mesmo bem.

No domingo voltei a acordar bem cedinho preparei umas sandes para almoçar e fui até à cidade das artes. É tão linda!!!! Parecia que estava noutra dimensão, que tudo à minha volta tinha desaparecido. Fartei-me de tirar fotos. Fiquei até à hora do almoço e de tarde fui a uns centros comerciais dar umas voltas.

Este fim-de-semana foi muito importante para mim. Decidi que não podia estar em casa a deprimir, que tinha de fazer algo. E só o facto de eu ter tido coragem para pegar na mochila e ir sair sozinha, para uma cidade que mal conheço ajudou-me a ver as coisas de outra forma. Eu sempre fui independente, mas sempre dentro da minha zona de conforto, no entanto agora tenho de ser independente no desconhecido. Mas eu gosto. Sinto que sou capaz de fazer as coisas que quero, mesmo não tendo companhia.
Claro que agora os meus fins-de-semana já são diferentes, já tenho uma rotina, tenho sempre coisas por fazer. Também conheci 3 portuguesas que me ajudaram muito a mudar isso. Sempre que vão sair convidam-me, o que é ótimo porque eu dou-me muito bem com elas. Já tenho companhia para as minhas próximas aventuras :)

Aos pouquinhos tudo se vai compondo!

Beijinhos cheios de saudades

14 de março de 2015

Diário da Cooperante #7




Olá amiguinhos J

Hoje vou vos falar um pouquinho sobre as minhas aulas.
Como referi num texto anterior, venho com 1 mês de atraso de aulas. E isto de um certo modo está a assustar-me um bocadinho. Primeiro porque as aulas são em espanhol, depois porque já estão muito avançados. Já temos vários trabalhos para entregar em “atraso”. Mas com esforço e dedicação acho que conseguimos lá chegar.
A minha primeira aula teórica foi de planificação. Senti-me muito bem porque a turma foi acolhedora e muito simpática.
Quando tive a primeira aula de desportos de adversário apercebi-me logo que estava lá “enganada”. Tinham-nos dito em Portugal que desporto de adversário era relacionado com luta, e de facto é, mas esqueceram-se de nos dizer que também temos desportos com raquete. Ai desportos de raquete… Eu não queria nada disto. Mas vai ter de ser. Nessa aula o professor explicou-nos o trabalho que tínhamos de fazer e separou-nos a todos. Eu fiquei num grupo com mais três rapazes espanhóis. Ao início não achei muita piada, mas confesso que agora foi a melhor coisa que nos aconteceu. O meu grupo é espetacular. Eu falo para eles em português e eles tentam perceber; ajudam-me muito quando é para fazer o trabalho para eu compreender bem os objetivos. Foi uma ótima maneira de me inserir na turma. O nosso trabalho é relacionado com desportos de luta, grappling. Vou ter de aprender, vamos ver como me vou sair. Já tive duas aulas de desportos de raquete: Ténis. E querem saber? Gostei bastante. A primeira tinha como objetivo principal saber como ensinávamos uma criança a jogar ténis. Quais os primeiros exercícios a realizar, durante quanto tempo, e a evolução pedagógica. No final da aula o professor propôs que fizéssemos uma coreografia com bolas e raquetes. Depois tínhamos de apresentá-la e disputá-la com o resto da turma. Foi de chorar a rir. Nós cheios de vergonha, com uma coreografia muito simples e os outros todos à vontade a fazer coisas divertidas e engraçadas. Mas ainda assim ganhámos! Todos votaram no grupo do Erasmus. Foi mesmo um momento que não me vou esquecer. Na segunda aula fomos jogar mini ténis para um campo. Fizemos mini torneios. Estavam quase 30 graus, tostei completamente. Mas gostei muito do ambiente. Estávamos todos descontraídos. Até os professores vieram jogar contra nós. Os nossos colegas estavam sempre a perguntar como se diz isto, como se diz aquilo. Senti-me bem e relaxada.
Para terminar vou falar acerca da minha primeira aula de desporto de meio ambiente. Quando nos fomos apresentar ao professor ele alertou-nos que a aula ia ser noutro sítio e que precisávamos de levar roupa para caminhar. No dia da aula nós fomos mais cedo para apanhar o autocarro e o professor começa a explicar que íamos fazer uma caminhada de 8 km no monte, que o piso era muito irregular e tinha muitas subidas. Eu só pensava… vou cair, não vou aguentar. Quando começamos a caminhar foi logo 1h sempre a subir. Mas à medida que íamos subindo a paisagem ficava cada vez mais bonita. O cansaço parecia que desaparecia a cada passo. Vimos coisas tão giras! Vimos vestígios de construções romanas, pontes antigas, montes lindos! No final da caminhada só me apetecia deitar na cama. Estava esgotada mas gostei imenso. Lembrei-me das caminhadas da JovemCoop no Gerês.

Bem amiguinhos, como podem ver estou a gostar muito das aulas


beijinhos

7 de março de 2015

Diário da Cooperante #6

Olá amiguinhos J

Hoje foi dia de mudanças!

Dedicamos este dia para nos instalarmos na casa nova. Tivemos de voltar as fazer as malas, o que foi uma sensação um pouco estranha pois parecia que íamos voltar a viajar, e transportar tudo para a outra casa. Era tanta coisa  que tivemos de chamar 2 táxis para conseguirmos transportar toda a bagagem.
Quando chegamos a casa tivemos de a limpar porque ela estava toda, toda suja! Limpezas concluídas e chegou a hora de nos instalarmos no nosso quarto. Para mim foi estranho… Já me estava a habituar à outra casa, ao meu cantinho e de repente um quarto novo. Mas querem saber o que consigo ver da minha janela?? O mar!! Claro que não é um imagem bem nítida é mais a linha do horizonte mas é gratificante. Às vezes fico muito tempo à janela a contemplar a paisagem.
O meu quarto é giro. Tem as coisinhas básicas mas é o suficiente. Com as minhas coisas arrumadas e nos devidos lugares, consegui torná-lo mais acolhedor.
Já instalados foi hora de fazermos compras. Não tínhamos nem um pacote de bolachas em casa. Fomos ao supermercado mais perto mas mesmo assim ainda ficava a uns 15 minutos de casa. Cada um trazia montes de compras porque não tínhamos nada. Estava tudo a zero. Quando pagámos ficamos a olhar uns para os outros e a dizer “E agora? Como vamos levar as compras?” Vocês nem vão acreditar. Eu ri-me tanto, tanto. Pedimos um carrinho emprestado e viemos com ele pela rua fora. Imagem só as pessoas todas a olhar e nós perdidos de riso a atravessar a passadeira. Foi muito engraçado. Foi improvisar na hora. Quando chegamos ao prédio tentamos pôr o carrinho no elevador, mas sem sucesso. Tentamos de várias maneiras de várias posições e nada… Mas valeu o esforço.

Agora vamos jantar fora, estamos sem gás!!

Cooperantes gostei muito deste dia,


Beijinhos

3 de março de 2015

Diário da Cooperante #5

Olá amiguinhos J

Sei que já não escrevo há algum tempo e peço desculpa por isso. A esta semana foi muito atribulada. Vou fazer um breve resumo.
Irmos para a universidade era um stress todas as manhãs. Havia dias que entravamos às 8h e tínhamos de sair de casa às 7h. Como devem imaginar 4 pessoas para uma casa de banho era demais, por isso, tínhamos de acordar às 6h. Íamos para a escola ainda meios a dormir. E para apanhar o metro? Era um stress, tínhamos de correr ao trocar de linha para não os perdermos. Isto para não falar que de 3 vezes que acordamos cedo para ir às aulas a nossa turma não estava. Tinham ido a passeios e ninguém nos informava de nada. Ter aulas ou não era uma incerteza, era esperar para ver. Andávamos lá totalmente perdidos, desajustados da realidade.
Quando pensávamos que já nos tinha acontecido de tudo, a rapariga que veio connosco lembrou-se de desistir!
Outro problema… Nós os 3 não queríamos pagar uma casa para quatro… Ficamos sem chão completamente. No dia a seguir fomos à procura de casa desesperados. Nós chegamos ao cúmulo de tocar a todas as campainhas para saber se alguém tinha um apartamento para nos alugar. Teve de ser assim porque para os anúncios que ligávamos estavam todas ocupadas. Andamos dias a apanhar metros e a ir para zonas de estudantes à procura de casa! Era frustrante quando nos diziam “já está alugada” ou quando diziam um preço que não podíamos pagar. No último dia que podíamos ficar na casa fomos ver um piso (como se diz em Espanha) na zona de estudantes. Quando chegamos lá gostamos imenso da casa. A zona era perfeita. Quando dissemos que queríamos ficar com a casa a senhoria disse que só às 18h é que nos dizia se podíamos ficar com o “piso”. Foi muita gente ver a casa e a Senhora ia optar por quem alugasse mais tempo. Perdemos as esperanças todas… Foi um desespero esperar até às 18h. Eu olhava para o relógio e via os minutos a passar, as horas e nada… Às 20h ligamos para a senhora e tivemos uma ótima noticia! A casa era nossa!

No meio dos azares todos tivemos sorte. A casa era acessível, é numa zona de estudantes e fica a 5 min de metro. 

Agora sim! O Erasmus vai começar!

Crónica - As Verbas Bracarenses

in Correio do Minho - 03/03/2015

Hoje vimos falar de uma parte de Braga que nos é muito especial - a vertente associativa que faz parte da vida da cidade.
Se é verdade que na cidade mais jovem do país a vida associativa já faz parte do quotidiano de muitos, e que são inúmeras as associações existentes nas suas mais variadas ópticas, é igualmente verdade que existem muitos pontos dessa área que podem e devem ser melhorados.

Falamos, por exemplo, do Conselho Municipal da Juventude (CMJ), um órgão consultivo da cidade, ao qual a JovemCoop pertence enquanto observadora. Desde há muitos anos que somos uma presença assídua nas reuniões do conselho, passando por vários planos de intenções de atividades, mas que não passaram disso mesmo, pois foram escassos os que realmente avançaram com significativo sucesso. Será, então, sensato existir um orçamento participativo do CMJ, órgão consultivo que ainda não deu provas do seu expectável desempenho? Não vão ter os jovens já uma oportunidade de enviarem os seus projetos para o Orçamento Participativo (OP) 2016, aberto ao público em geral à semelhança do OP 2015?

O Orçamento Participativo do CMJ foi apresentado, na última reunião do conselho, com uma verba total de 75 mil euros. Cada projeto deve ser apresentado por um ou mais jovens e deve, também, ser direcionado para camada mais jovem da sociedade. O financiamento de cada projeto terá, no máximo, uma verba de 25 mil euros. Exposto pela primeira vez numa reunião do CMJ, este projeto é, então, no nosso ponto de vista, uma segunda oportunidade para que a população mais jovem, em geral, e a que constitui o movimento associativo, em particular, assumam uma postura e submetam os seus projetos na esperança de serem financiados. Mas será realmente necessário um apoio financeiro extra para os mais jovens avançarem com as suas ideias?

Felizmente, Braga é uma cidade onde abundam associações, que, na sua grande maioria, funcionam do voluntariado dos seus associados e que vão subsistindo com protocolos de colaboração. Muit os desses protocolos são feitos com a Câmara Municipal de Braga (CMB), existindo, assim, uma interajuda que tem como objetivo privilegiar a cidade e os seus cidadãos. Deste modo, ao assinar os protocolos, as associações, independentemente das áreas para que estão direcionadas, recebem apoios da CMB em troca de dar o seu melhor em prol da cidade.

Importante é referir que esses apoios não têm que ser financeiros, podendo configurar-se como apoio logístico às atividades, espaços para as associações se poderem organizar, transportes caso seja necessária alguma deslocação, entre outros. Reconhecemos as fragilidades dos protocolos quando as instituições abusam do relacionamento de confiança e se acham mais importantes que as outras associações.

Há quem tente fugir às suas responsabilidades, existindo associações que se aproveitam dos apoios da CMB, nomeadamente dos espaços que lhes são atribuídos como sedes, sem querer dar qualquer retorno ao município. Infelizmente há quem tenha a presunção de usufruir do que não lhe pertence sem fazer a sua parte, ou seja, sem trabalhar a favor da cidade e dos seus habitantes.

Assim, tendo as associações o seu próprio modo de subsistência e existindo um Orçamento Participativo anual, onde qualquer um pode concorrer com o seu projeto, parece-nos algo desnecessário o município despender de 75 mil euros para um segundo OP que apenas é mais restrito que o inicial, pois no fundo este OP do CMJ está integrado no OP anual, que a Câmara se comprometeu em repetir para 2016. Para nós, essa verba deveria ser utilizada para dar à cidade algo que realmente precise, pois já todos ouvimos que relativamente a alguma situação a CMB não pode fazer mais, pois não tem verbas para suportar tal situação.

Finalizamos com uma questão: O que faria o leitor pela cidade com uma verba como a do Orçamento Participativo do CMJ? A JovemCoop certamente optaria por relançar a Casa da Juventude ou a Casa da Cultura, como local privilegiado de fomento cognitivo.