O dia 25 de Abril, mais
precisamente o do ano de 1974 simboliza, de um modo intenso, o verdadeiro
sentido da palavra liberdade. Liberdade, foi a grande herança que a Revolução
dos Cravos deixou para todo o povo, e que quarenta e dois anos depois é vivida
de forma inconsciente.
As reuniões secretas para
discutir ideologias, a PIDE, os presos políticos e o “lápis azul” não passam
hoje de relatos dos manuais de história onde as mais novas gerações não se
reconhecem. No entanto esses relatos foram vividos e sentidos na primeira
pessoa por uma grande parte da população que (re) lembra tempos em que viviam
“sufocados” pelo regime. Já imaginou, hoje em dia, não poder expressar o seu
ponto de vista livremente? Já pensou se o seu telemóvel fosse controlado e só
algumas informações chegassem até si? Ou se as suas publicações nas redes
sociais fossem censuradas? Se o acesso à internet, ou aos livros fosse
condicionado? Noutros tempos, textos como este, já habitualmente escritos pela
JovemCoop, seriam revistos, riscados, alterados caso necessário, porque não era
permitido a nenhuma entidade expressar-se com ideologias que não fossem de
encontro aos princípios do governo.
Hoje em dia, para nós, é natural
expressarmo-nos e discordarmos de diversos assuntos publicamente, e quando nos
criticam depressa argumentamos o nosso direito à liberdade de expressão.
Contudo, nem sempre foi assim, este direito de liberdade devemo-lo a uma
geração que há quarenta e dois anos atrás, não baixou os braços e “lutou” para
que hoje tivéssemos essa liberdade. Essa geração, a quem muito devemos, teve
uma ajuda fundamental para incrementar os ideais defendidos na revolução de
Abril, o associativismo.
Nos tempos da ditadura o
associativismo era oprimido. Raras foram as associações que perduraram durante
o Estado Novo. Só após a queda do regime, consequência da revolução de 74, é
que o associativismo floresce em massa, vindo assim reforçar todo o movimento
existente na época. O associativismo surge assim como um praticante ativo da
democracia. Por um lado este movimento vive a democracia desde a própria
associação, como as eleições dos dirigentes ou com a tomada de decisões
colectivas. Por outro, devido ao seu papel na sociedade como um agente que
consciencializa e que dinamiza a vida dos cidadãos, o associativismo revelou-se
uma ferramenta fundamental para a integração e a prática da democracia.
Deste modo percebemos que
associativismo é hoje uma das casas da democracia, onde há uma grande liberdade
para se reflectir sobre os mais diversos assuntos da sociedade. Hoje,
felizmente abundam as associações, com os mais diversos objetivos e temas
existindo assim inúmeras oportunidades para que qualquer pessoa tenha
oportunidade de refletir e trocar ideias e experiências com pessoas que
partilham os mesmos ideais. Assim, acreditamos que também o próximo dia 30 de
Abril, tal como o dia 25 do mesmo mês, é um dia muito especial, pois
comemora-se o Dia do Associativismo Jovem.
Deste modo, caro leitor, depois
de reflectirmos sobre a importância do associativismo desafiamo-lo a juntar-se
a uma associação e a dedicar uma parte do seu tempo em prol de uma cidade
melhor.