A importância de VOTAR
Vivemos em tempos de campanha
eleitoral, tempos esses de grande azáfama política gerada por todos os partidos,
que pretendem distinguir-se, nesta corrida pelas autárquicas. Neste período,
todos os partidos políticos querem expressar-se nos debates, espalham cartazes
por toda a cidade, chegam até pela caixa do correio, nunca esquecendo, claro, o
poder dos media que nos dão a conhecer as propostas dos candidatos. Arriscamos
dizer que os períodos de campanha eleitoral não passam indiferentes no nosso
quotidiano, falando-se de política, falando-se de votos, mesmo que na realidade,
terminada a campanha, fiquemos alheios a tudo isso. É nesta última parte que
acreditamos estar o problema. Fora o período de campanha, há um distanciamento
entre os cidadãos e a política que não deveria existir. Afinal, se pensarmos
nas últimas eleições autárquicas, em 2013, a taxa de abstenção rondou os 47%, a
mais alta desde as primeiras eleições. Não deveria ser criada, quase nesse
imediato, uma união de forças partidárias cujo objetivo fosse exclusivamente
combater a abstenção? Talvez haja uma preocupação centrada na autopromoção de
cada um, em vez se de promover política, de se promover o voto, seja ele qual
for.
Será que é transmitida a
importância de ir votar? Não deveriam os nossos agentes políticos, acima de
tudo, ter o papel de consciencializar para a responsabilidade cívica que é
votar?
Na opinião da JovemCoop é
fundamental apostar num processo de consciencialização do que é o direito de
votar. Hoje, a maioridade dá-nos o direito de votarmos em todas as eleições
existentes no nosso país, no entanto nem sempre foi assim, apenas depois do 25
de Abril de 1974 é que o direito ao voto se tornou como hoje o conhecemos,
universal. Durante o início do século XX, o voto era apenas concedido aos
homens, chefes de família. Só em 1931 é que o voto é concedido a algumas
mulheres (dizemos algumas pois existiam muitas limitações legais que inibiam
grande parte da população de votar,) e só em 1933 é que o voto é aberto às mulheres
solteiras. Já imaginou, cara leitora, não poder dirigir-se às urnas, no dia 1
de Outubro apenas porque nasceu mulher? Ou por não ser casada? Só na segunda
metade do século, em 1968, existiu o direito de votar sem qualquer
discriminação em função do género, sendo impossibilitado aos cidadãos que não
soubessem ler. Em suma, foram precisos muitos anos, mais de meio século, e uma
revolução para que todos os cidadãos portugueses tivessem o igual direito de
votar, sem qualquer discriminação. Por esse motivo, e de forma a honrar todos
aqueles que lutaram pela igualdade, parece-nos fundamental não esquecermos a
nossa identidade, a nossa história e votarmos em todas as eleições. Não falamos
apenas das autárquicas que se avizinham, mas em todas as eleições que ocorram
no nosso país.
Votar é um direito, é certo que
todos temos a liberdade de escolher exercê-lo ou não, mas será que quando
optamos por não o fazer estamos verdadeiramente conscientes daquilo do que
abdicamos? Ao escolhermos não votar, devemos estar todos conscientes de que o
nosso voto é a nossa forma de nos expressarmos sobre os futuros governantes do
nosso país, da nossa câmara e da nossa junta de freguesia, e que estamos a
inibirmo-nos de dar essa opinião. Não colocamos em questão a escolha sobre quem
votar, mas sim na necessidade de inverter a abstenção. Apenas pretendemos
refletir sobre o afastamento dos cidadãos das urnas, um afastamento que não
honra nenhum país, pois só mostra que alguma coisa estará errada. Por isso
acreditamos que é urgente consciencializar a população para a importância do
voto, e que esse trabalho não pode ser feito apenas em época de campanha, ou
seja, em vésperas de eleições. Deixamos esta reflexão esperando, encontra-lo, a
si, caro leitor, nas próximas eleições dia 1 de outubro. Seja qual for a sua
escolha, VOTE!