Deixar a
semente germinar
O Parque de Guadalupe é um espaço
verde privilegiado na cidade, quer pela sua localização, quer pela paisagem que
oferece a quem o visita. São cada vez mais os turistas da nossa cidade que
procuram o Parque, despertados pela curiosidade de conhecer a Capela de
Guadalupe, que ocupa um lugar de destaque em pleno centro histórico. A Capela
com o seu formato de cruz grega viu o seu altar-mor, desenhado pelo mestre
André Soares, ser recentemente restaurado, enriquecendo-a ainda mais. Assim,
aconselhamos a que todos visitem a Capela e apreciem o seu “novo” altar, digno
de ser admirado por todos.
Se a Capela de Guadalupe foi alvo
de alguns restauros, também o Parque vai recebendo a sua manutenção e tudo isto
acontece devido à comunidade ativa que se esforça e trabalha por aquele local.
Quando falamos de Guadalupe, e de toda a sua comunidade, é impossível não
destacar o Dr. Sousa Fernandes. Conhecido por toda a comunidade como “Sr. Dr.” foi
através do seu espírito aberto, simples e cheio de iniciativa, que o Parque foi
ganhando vida. Acreditando sempre que toda a comunidade é merecedora de
usufruir do Parque, o Dr. Sousa Fernandes mostrou-se sempre disponível para
acolher propostas de iniciativas no local. Desde a utilização da capela para celebrações
religiosas, passando por grupos de escolas que lá realizam o corta-mato, ou
grupos de escuteiros que lá fazem desde piqueniques até acampamentos, e as já
famosas Lazy Sessions nunca ninguém viu as portas de Guadalupe serem fechadas.
Tudo graças ao nosso “Sr. Dr.” que semeou em toda a comunidade o espírito de
partilha que só ele sabia viver. Hoje podemos ver que a semente por ele deixada
começou a germinar.
A prova de que o legado deixado
pelo Dr. Sousa Fernandes dará muitos e bons frutos acontece durante os próximos
tempos. Enquanto o uso cultual está indefinido, toda a comunidade se tem
juntado no parque, ao domingo de manhã, para ir fazendo a manutenção do mesmo.
Os fiéis que outrora viriam para a celebração da Eucaristia, hoje vão ao parque
cortar a relva, pintar os baloiços, aparar as árvores e todo este trabalho é
realizado desde os membros mais antigos da comunidade até aos recém-chegados,
que em comum têm a missão de cuidar de um espaço que é de todos e que sonham um
dia ver aberto ao público.
A biblioteca da árvore é uma nova
iniciativa que irá ocorrer no Parque de Guadalupe, onde as pessoas poderão
disfrutar do espaço verde e lerem um dos livros que lá estarão disponíveis. A
sua inauguração estará para breve, mas antes recordamos que esta iniciativa
ímpar na cidade foi escolhida por cidadãos aleatórios que votaram neste
projeto, num concurso organizado pelo Pingo Doce. Este resultado é mais uma
prova de que a população tem vontade de usufruir do Parque e que há um desejo
de que este seja continuamente aberto ao público.
Deste modo, se considerarmos que
a população mostra, de diversas formas, a vontade em ter o parque disponível
para ser visitado, e considerarmos ainda que este é dos poucos pulmões verdes
em pleno centro histórico da cidade, chegamos a uma fórmula perfeita, em que o
resultado só poderá ser a abertura pública do Parque. Numa hora de readaptação
do espaço, pode ser esta a oportunidade para a Irmandade de Guadalupe, o
Município de Braga e a Arquidiocese de Braga gizarem uma solução para que todos
os cidadãos possam vir a usufruir do espaço, assim como para os turistas que o
desejem visitar.
Enquanto o Parque de Guadalupe
não vê os seus portões abertos, a JovemCoop, continuará a trabalhar em conjunto
com a comunidade na manutenção do parque, salvaguardando não só um espaço
verde, mas também as memórias de 40 anos de associativismo. São muitas as
atividades realizadas naquele local que estará sempre ligado à história da
associação. Assim, continuaremos a valorizar e salvaguardar o Parque de
Guadalupe, homenageando de forma singela o nosso amigo Dr. Sousa Fernandes e
permitindo que a semente por ele plantada germine dentro de nós.