Ano novo… cidade nova
O início de um novo ano é sempre sinónimo de reflexão. A maior parte das pessoas faz uma análise sobre o ano findo, e traça as novas metas para o ano que se inicia. As famosas resoluções de ano novo surgem, quer a nível pessoal, quer a nível profissional, e para a nossa cidade só podemos desejar o mesmo.
Infelizmente, ano após ano, há resoluções que necessariamente se repetem, contudo é fundamental não baixar os braços e não abdicar do que acreditamos ser o melhor.
O Parque Verde do Complexo Eco-Monumental das Sete Fontes é um projeto que ano após ano fica esquecido, e teima em não sair do papel. Hoje, o Complexo das Sete Fontes é um Monumento Nacional que não tem ainda a sua merecida dignidade. Com cada vez menos visitas organizadas pela CMB, este Complexo parece só ser digno de lembrança como promessa eleitoral. Contudo, a JovemCoop continuará a convidar os bracarenses a conhecer este monumento ímpar do nosso país, e a apresentá-lo como o futuro Parque da Cidade, pois é de facto um projeto no qual acreditamos e ano após ano ficamos expectantes dos avanços por parte da CMB.
Também o futuro de edifícios como o Recolhimento das Convertidas, o antigo edifício da Escola Francisco Sanches, ou do Teatro São Geraldo é incerto. É urgente apostar na requalificação dos edifícios que tanto caracterizam o centro da cidade. No entanto, estas não parecem ser as prioridades dos governantes da nossa cidade.
Acreditamos que apesar de Braga não ter sido escolhida para Capital Europeia da Cultura em 2027, devemos aproveitar todo o programa que foi elaborado e dar continuidade aos projetos. Braga pode ainda crescer muito a nível cultural e esta candidatura veio confirmá-lo. A falta de espaços culturais na cidade, que possam, por exemplo, receber exposições com peças de grandes dimensões, ou a inexistência de salas de espetáculos com diferentes capacidades é algo que deve ser analisado pelos responsáveis pelo pelouro da cultura.
É, na nossa opinião, fundamental que esta candidatura não fique esquecida e que os projetos criados sejam aproveitados da melhor forma.
Devemos preparar o nosso município, pensando na cidade que queremos ser no futuro, pensando na cidade que queremos destacar.
Pensar no futuro é também manter a qualidade de vida de todos os cidadãos. É reabilitar os edifícios necessários, é aumentar a oferta cultural, é manter todo o trabalho que tem vindo a ser feito, e é ainda fazer a manutenção da cidade.
Somos uma cidade cheia de vida e é preciso proporcionar as condições ideais para se viver. Braga precisa evoluir também em termos de mobilidade, precisamos de “tapar buracos” para os automobilistas da cidade, precisamos aumentar as ciclovias faladas apenas em promessas eleitorais, precisamos medir e organizar a disponibilidade de transportes partilhados como as bicicletas, as trotinetas e os autocarros, precisamos adaptar e manter os passeios da nossa cidade de forma a que todos consigam caminhar da forma mais segura possível, precisamos refletir sobre a cidade que queremos ter no futuro!
Cada vez mais a cidade cresce de modo contraditório. Por exemplo, queremos ser uma cidade mais verde, mas impermeabilizamos os solos, permitindo novas construções ou até mesmo trocando pisos naturais por betão. Basta chover com mais intensidade que temos logo graves problemas de escoamento de águas em Braga, o que é apenas uma das consequências das escolhas feitas. Dizem que queremos ser a cidade com melhor qualidade de vida, mas desmantelam os parques infantis, diminuindo as zonas de lazer.
Para este ano desejamos que o futuro de Braga seja pensado de forma estratégica, coerente, sustentável e acima de tudo a pensar naqueles que nela vivem.