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7 de novembro de 2011

Fábrica Confiança - reclama uma nova vida

"Diário do Minho" 07/11/2011





Quem vê, por fora, a grandeza da fachada, imagina que lá dentro encontrará um amplo local industrializado que justifique a sua presença ali, na Rua Nova de Santa Cruz.


Infelizmente, quem vê por fora, não imagina o lastimável estado interior, e quem entra, já não consegue imaginar os tempos áureos de grande laboração desta fábrica. Renomeada nacional e internacionalmente, a Fábrica/Saboaria Confiança levava aos quatro cantos do mundo o nome de Braga.


Em Braga, marcava a sua localização o melhor e o pior dos aromas. Se por um lado se tapava o nariz para não sentir o terrível e nauseabundo cheiro que emanava da transformação da matéria prima, por outro lado, era agradável sentir o cheiro dos sabonetes e o doce odor dos perfumes.


Actualmente o edifício está em ruínas. Actualmente, parece estar "em cima da mesa" a possível aquisição do imóvel, por parte do Município, e convertê-lo num equipamento para a cidade. 


Aceitamos com muito agrado o convite que nos foi endereçado pela Coligação Juntos Por Braga para nos juntarmos a uma visita pelo edifício. Estamos de acordo que ali deveria nascer um edifício multidisciplinar, ligado à memória da indústria bracarense, relevando o Museu da Fábrica Confiança e acrescentamos que devia surgir um espaço dedicado a artes cinematográficas, aludindo ao tempo em que se filmou a saída dos operários, aos estilo dos irmãos Lumière. 
Mas advogamos, ainda, conversações com a Universidade do Minho e com a Associação Académica pois seria interessante que ali nascesse um espaço dedicado aos alunos, ao estudos (bibliotecas 24h), à Rádio Universitária do Minho; E que a Junta de S. Victor pudesse ter ali o seu Centro Cívico, dotando-o das "mil actividades" que vai realizando.


Braga ficaria a ganhar, e muito, com a criação de um espaço cultural e académico, que servisse de alternativa às poucas opções de que dispomos actualmente.





3 comentários:

  1. Os sabonetes da Confiança continuam a levar o nome de Braga além-fronteiras, e é, de facto, louvável, que este importante edifício da cidade não venha a desaparecer.
    O designer Nuno Coelho está a preparar uma tese de doutoramento sobre a Confiança, pelo que seria importante consultá-lo para a prevista intervenção...
    Mais uma vez obrigada pela atenção dedicada ao património bracarense!

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  2. Na minha opiniao o espaço da fabrica confiança deveria estar intimamente ligado ao patrimonia industrial / arqueologia insdustrial. Este campo é um campo muito pouco estudado em Braga (mau garde a presença de uma unidade de arqueologia na cidade) ao contrario de por exemplo no porto onde os estudos de arqueoloiga industrial e os museus industriais proliferam os museus ligados a este periodo (Museu da Industria - porto; Museu dos STCP; Ruinas Industrias / Museu no Edificio Monchique (Rua da Restauração). Todos estes museus possuem investigadores na área ao contrario de Braga. Braga parece ter um passado romano, e depois nao tem mais nada ate se chegar ao presente. Nos ultimos tempos (devido à substituição de FSL por LF) ainda se dá algum enfase ao medieval mas de dos 1400 nada... Braga desaperece...
    Esta Fábrica pode muito bem ser o motor de arranque para a divulgação e estudo do patrimonio industrial do concelho de Braga.

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  3. So aqui deixar dois reparos um pq escrevi grade em vez que grado e outro pq nao se fez justiça ao Jose Manuel Cordeiro (do qual tive a honra de ser aluno) que foi responsavel entre 87 e 94 pelo Programa de Arqueologia Industrial da UM e que vem fazendo (à medida das suas possibilidades) o que pode por este patrimonio nomeadammente agtreves da publicação de artigos cientificos.

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