"Diário do Minho" 16/09/2012
Os tempos actuais são difíceis e as medidas anunciadas, recentemente, pelo Governo (estrategicamente antes de jogos da selecção), poderão mergulhar o nosso país no limiar da pobreza.
Se certo é que muitos viviam acima das suas possibilidades, mais certo é que muitos vivem à custa dos outros.
Num repto lançado nas redes sociais, milhares de cidadãos indignaram-se contra a actual conjuntura e medidas do governo e manifestaram-se em prol de mais justiça social.
Braga não faltou ao chamamento e milhares de pessoas (estimam-se cerca de 6000 pessoas) marcaram presença na Avenida Central.
O jornalista ao serviço do jornal Público, ia relatando assim os acontecimentos:
16h36, Braga Começa a ser difícil quantificar o número de participantes na manifestação de Braga. Quando começa uma assembleia popular num palco instalado na Avenida Central, há cerca de 6000 pessoas a participar no protesto, mas, a cada momento, vai chegando mais pessoas ao centro da cidade. Samuel Silva
16h06, Braga O percurso da manifestação contra as medidas de austeridade feito pelas principais ruas da cidade fez com que mais pessoas se juntassem ao protesto. Neste momento são já cerca de 5000 pessoas que cruzam o jardim de Santa Bárbara, novamente em direcção a Avenida Central. Samuel Silva
15h47, Braga A manifestação já conta com cerca de 2000 pessoas, muito acima do registado nas ultimas manifestações de indignados na cidade. O protesto segue agora em cortejo pelas principais ruas bracarenses, acompanhado por um dispositivo policial de cerca de 15 agentes da PSP fardados. O euro deputado Rui Tavares é presença notada na manifestação, dizendo-se "emocionado" com a mobilização popular na cidade. "Não tenho muito mais a dizer do que as outras pessoas que aqui estão. Estamos todos a fazer a mesma reivindicação contra uma luta de classes dos ricos contra os pobres", destacou, em declarações aos jornalistas. Samuel Silva
15h30, Braga Cada vez mais pessoas juntam-se ao protesto. Sao já perto de mil pessoas. Os jovens estão na fila da frente, mas reuniram-se também reformados, professores, pequenos empresários e desempregados. As palavras de ordem dirigem-se sobretudo ao primeiro-ministro e ao ministro das Finanças, mas há também cartazes de protesto com a cara de Paulo Portas e críticas ao PS. Samuel Silva
15h15, Braga À hora marcada, a manifestação no centro de Braga conta com cerca de 200 participantes. Reunidos junto à esplanada da Avenida Central o grupo, maioritariamente constituído por jovens, empunha faixas pedindo a "suspensão do pagamento da divida" e grita repetidamente a frase "Passos, ladrão, teu lugar é na prisão". Samuel Silva
Apesar desta expressiva manifestação, algumas pessoas declararam aos órgãos de comunicação social escritos que se fosse para o visionamento de um jogo de futebol, estariam ali muitas mais pessoas.
Ainda assim, a capacidade de mobilização é de enaltecer, sobretudo quando se diz que os portugueses são um povo de brandos costumes. Talvez assim os nossos governantes comecem a perceber que há um limite no sufoco causado às pessoas e que medidas mais acutilantes devem passar pela reformulação dos danosos contratos das parcerias público privadas.
Um caso perto de nós, que deveria merecer uma forte chamada de atenção é o facto de se concessionar por um largo período de anos, as receitas dos parquimetros, no privatização dos lugares de estacionamento da cidade de Braga. Claramente numa postura de receita imediata, compromete-se uma das poucas regalias que poderiam ser dadas aos cidadãos que habitam ou fazem a sua vida no centro da cidade. Mais, parece uma estratégia para adquirir liquidez imediata e comprometer as receitas do futuro.
Talvez esta medida danosa para Braga merecesse uma manifestação...bracarenses indignados contra uma péssima política de fazer cidade.
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