20 de setembro de 2016

Crónica: "Braga, uma cidade melhor?"


Braga, uma cidade melhor?

Desde o passado dia oito de setembro, a cidade de Braga deu mais um passo na construção de um futuro melhor. Nesse dia foi criado o Conselho Estratégico para a Regeneração Patrimonial e Urbana de Braga (CERPUB).
O CERPUB é constituído por diversas valências do universo municipal, cinco personalidades de referência nacional na área da regeneração urbana e também por duas associações locais que prezam pela defesa do património, sendo estas a JovemCoop e a ASPA. Muitos nos honra o convite para pertencer a um conselho que tem todas as ferramentas para fazer de Braga uma cidade melhor, uma cidade que preserva, cuida e, acima de tudo, que respeita.
Durante a primeira reunião do CERPUB, todos os elementos disseram, na sua perspectiva, o que deve ser resolvido na cidade. Desde iluminação, passando pela economia local, nunca esquecendo o património e a mobilidade, muitos foram os aspectos abordados nesta reunião. Com tantas áreas distintas de intervenção, e percebendo realmente que muito há para fazer, depressa se concluiu que é necessária a criação de objectivos e o estabelecimento de prioridades. É indispensável haver um consenso e perceber o que urge fazer pela nossa cidade, uma cidade que é de todos e para todos.
Mas seremos realmente uma cidade para todos? Durante estes dias está a decorrer a Semana Europeia da Mobilidade, onde a JovemCoop foi convidada a participar e desafiada a reflectir sobre a mobilidade reduzida. De imediato aceitamos o desafio e realizámos um pedipaper que, ao mesmo tempo que dava a conhecer um pouco mais da história da nossa cidade, trataria questões relacionadas com a falta de mobilidade. Depressa percebemos que existem inúmeros locais, com interesse histórico, que não estão realmente preparados para receber todas as pessoas. Falamos até de locais que ao lado de escadas têm uma rampa de acesso, uma rampa que, para quem utiliza uma cadeira de rodas e preza pela sua independência não garante o acesso ao edifício. O que acontece é que a rampa ajuda realmente, mas apenas se tiver alguém que se disponibilize a empurrar, caso contrário dificilmente conseguirá subir e descer será, também, um desafio. No entanto, ter a rampa é realmente um bom começo, pois existem locais classificados como Imóvel de Interesse Público que não possuem rampas de acesso. Falamos, por exemplo, do Parque de Guadalupe, um miradouro bastante restrito na cidade. Basta ir apenas uma pessoa com um carrinho de bebé que já não tem possibilidade de entrar no parque, pois logo se depara com um acesso reduzido a escadas sem qualquer outra alternativa. Somos então uma cidade realmente de todos?
É certo que estão a ser feitas melhorias e que Braga está realmente a trabalhar para ser uma cidade acessível a todos, prova disso é o projeto “Eu já passo aqui” lançado durante a Semana Europeia da Mobilidade, mas é importante sermos realmente uma cidade inclusiva, que garante o acesso a todos os seus espaços.
Deste modo, reconhecendo o enorme trabalho que tem pela frente o CERPUB, com questões relacionadas com as mais diversas áreas, desejamos que este não seja mais um conselho do município, mas que seja realmente um conselho que funcione, que mostre resultados. Muito se pode fazer por Braga, e desde que haja vontade, tudo se vai conseguindo aos poucos. Por esse motivo deixamos grandes expectativas no que ao CERPUB diz respeito. Vamos lá fazer de Braga uma cidade melhor.

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