16 de setembro de 2020

Crónica "(Re)Criar Braga"


 

(Re)Criar Braga


Se pensarmos no ano que estamos a viver, sem dúvida que percebemos que é um ano desafiante para toda a humanidade e que nos obriga a parar e a refletir. 


A verdade é que todos precisávamos de o fazer. Fomos forçados a ficar por “casa”, o que nos ajudou a olhar para as mesmas coisas, mas de uma outra perspetiva. O tempo em família foi valorizado por todos… as nossas casas eram, talvez, dos locais onde passávamos menos tempo e, desta forma, fomos “obrigados” a usufruir do conforto do lar. Em suma, tivemos de nos adaptar a uma nova realidade à escala mundial, que, como não podia deixar de ser, acabou por afetar o quotidiano de todas as pessoas. 


Estamos a poucos dias de terminar o Verão, a estação do ano que, para muitos, significa uns dias de férias e até essas tiveram de ser adaptadas, pois, ao contrário do habitual, este ano grande parte da população optou por não sair do país e partir em descoberta de um Portugal encantador. Um Portugal que está sempre de portas abertas para nos receber mas que nem sempre é por nós valorizado. 


Deste modo, reconhecemos a necessidade de valorizar o que é nosso e acreditamos que este tempo de reflexão nos permitiu pensar nas nossas casas com um carinho ainda maior, sendo que muitos aproveitaram para as remodelar, para as tornar ainda mais confortáveis e funcionais. 


A JovemCoop, infelizmente, ainda não tem uma casa para si. Não temos uma sede, um local que podemos considerar nosso, mas este “pormenor” nunca foi um impedimento para nós. Ora, uma vez que não podemos pensar na nossa casa, pensamos na nossa cidade e imaginamos como esta poderá ser ainda mais confortável para todos. É oficial que sempre iremos ambicionar o Parque Verde das Sete Fontes; acreditamos num futuro mais risonho para as Convertidas e para a Fábrica Confiança. Contudo, não deixamos passar despercebido os “pequenos” desafios que a Câmara Municipal de Braga lança aos bracarenses e que podem ajudar a tornar Braga uma cidade mais apelativa. Falamos do Concurso de Ideias para o Monumento Evocativo ao Arcebispo D. Diogo de Sousa. 


Certamente que quem passa pela nossa cidade ouve falar desde icónico arcebispo , que dá nome a um dos nossos principais museus. Conhecido por muitos como o “pai da arqueologia”, foi Arcebispo de Braga desde 1505 até 1532, o ano da sua morte. É a D. Diogo de Sousa que devemos grande parte da cidade como hoje a vemos, pois foi ele quem ousou trespassar as muralhas da cidade medieval, abrindo novos largos ao redor da cidade, criando assim espaços mais arejados. Um exemplo desses locais é o conhecido Campo da Vinha, uma praça mandada abrir por D. Diogo de Sousa e que é, por esse motivo, o local escolhido para a colocação da estátua vencedora do concurso. 


Até dia 12 de Outubro todos podem participar no concurso de ideias, devendo para isso consultar o regulamento disponível no site da CMB. Consideramos esta uma excelente iniciativa, pois, hoje em dia, são muitas as cidades que começaram a (re)decorar os seus espaços públicos animando as ruas das cidades com estatuária e até mesmo com equipamentos públicos apelativos a todos, de forma a qualificar a paisagem urbana. Não podemos esquecer que (re)decorar o espaço urbano irá sempre exigir uma análise especialista, pois são muitos os fatores a ter em conta para que seja um monumento com a devida contextualização. 

Desafiamos, assim, a que o município reflita sobre a “sua casa” e a torne cada vez mais bonita e funcional. Acreditando que há um legado que devemos deixar e que o património não precisa ser antigo para ter valor, é possível construir “património” nos dias de hoje. Conseguimos sempre acrescentar valor a tudo o que fazemos e ao local onde vivemos. Num ano desafiante como que estamos a viver, só podemos acreditar que vamos dar bons passos na valorização e proteção do património, deixando assim marcas coloridas, num ano que tem como símbolo um arco-íris, pois assim saberemos que “Tudo ficou bem!”.



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