27 de maio de 2015

Peregrinos com Pedalada - Diário Etapa9




Via da Prata - dia oitavo Granja de Moreruela - Rionegro del Puente
O pueblo, ou melhor, a aldeia onde pernoitámos, é uma povoação agrícola, onde pudemos encontrar um mini mercado, um centro recreativo, que serve para isso mesmo, para sala de espectáculos, bar e restaurante. 
O albergue era agradável e estava cheio, na sua maioria de peregrinos franceses. Por falar em peregrinos, não temos encontrado muitos, mas aqueles com que cruzámos são, maioritariamente, de uma faixa etária alta, sempre acima dos 60 anos. 
Parece-me que a idade da reforma também proporciona aos europeus a concretização de projectos que antes não eram possíveis. 
Recordo que na povoação de Aldeia Del Cano encontrámos uma peregrina Norueguesa, com 71 anos, a fazer a Via da Prata, que pretende acabar o caminho em final de Junho! Ou seja, também para esta aventura é preciso tempo, tempo este que não escasseará quando idade da reforma chegar.
A saída foi demorada, entre o acordar, às 06:30, acompanhado por todos os outros peregrinos, e dar as primeiras pedaladas, passou uma hora e meia! 
O tempo estava limpo mas frio.  
Fomos pedalando ao sabor da natureza, acompanhando a sua diversidade e beleza. 
O rio Tera, serpenteando entre o relevo agreste desta região é disso exemplo, encrostado entre o rochedo da região, obrigou-nos a trilhar a sua margem com as bicicletas à mão e, por vezes, às costas!
Os sinais de desarranjos matutinos agravaram-se no companheiro Flávio! Foi nesta altura que ele foi ficando para trás, até decidir seguir por estrada até ao destino do dia e aguardar pelos restantes. 
Os restantes são três, eu, o João e o Eduardo, que seguimos adiante"flechas amarillas" a caminho de Santiago.
O "camino es lo camino", e vamos até onde ele nos deixa. A par da doença súbita do Flávio, a Bike do João teve uma avaria que o obrigará a um esforço redobrado até a podermos resolver!
Quando chegarmos a Rionegro del Puente, recebemos a noticia que o companheiro doente não pode continuar! As melhoras e que tudo corra bem!

Todas estas peripécias nos levam a terminar a etapa neste pueblo no meio do nada, mas que ficará na nossa memória para muito tempo. 
O Albergue é um edifício antigo, recuperado, bonito, funcional e confortável! 
Ao lado, descobrimos um restaurante disfarçado de associação gastronómica, cujo chefe, fardado a rigor, traz para o caminho um toque de requinte, bom gosto e prazer em servir quem os visita, difícil de igualar!!


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