27 de março de 2012

Braga: Proposta de Classificação da Capela de Guadalupe


"Diário da República 2ª série - 27/03/2012

Após mais de dez anos a aguardar classificação, a Capela de Guadalupe finalmente será considerada Imóvel de Interesse Público!!!

Segundo publicação em Diário da República de hoje, o IGESPAR leva a Capela de Guadalupe a classificação, propondo-a como Imóvel de Interesse Público, o segundo grau de classificação mais importante conferido aos monumentos portugueses.

Agora, seguirá a proposta para discussão pública que fica aberta durante 30 dias. Não havendo reclamações, a Capela será mesmo Monumento.

Curiosa é a extensão da ZEP proposta, que abarca uma área considerável, mas que já quase toda ela foi intervencionada, descredibilizando um pouco esta ZEP. A Norte, a ZEP protege parte da Rua de Camões, mas o conjunto de casas que se devia proteger arqueitectonicamente foi nos últimos anos alterado ou mesmo construído de novo (o caso da última casa deste conjunto de três). Não se percebe é porque deixa o Sagrado Coração de Jesus, o Depósito de Água de Guadalupe e o Campus Camões da Universidade Católica Portuguesa de fora desta ZEP, tendo em conta que seria uma mais valia proteger este edificado.

A Este, a classificação vai até à Rua de Santa Margarida, mas curiosamente só abarca o Edifício do Diário do Minho, o Instituto da Juventude e as casas que foram também intervencionadas ao longo destes anos em que corria a classificação. De fora fica o conjunto de casas do extremo Sul da Rua de Santa Margarida, cujos imóveis estão por recuperar e bastante degradados;

A Sul, a ZEP apenas abrange meia Rua do Sardoal, rua já descaraterizada pela construção do imóvel "Casas de Guadalupe", que alterou a topografia e a arquitectura do local, com a destruição da "Casa Castelo de Guadalupe" (exercício - subir a Av. 31 de Janeiro e olhar para Norte - esbarramos o olhar naquele conjunto de casas modernas, cinzentas e rectangulares, quebrando a paisagem)!!!

A Oeste, a ZEP parece ser mais coerente, cobrindo toda a Rua de Guadalupe, até alcançar a zona classificada da Praça Mouzinho de Albuquerque (Campo Novo). Aí, apesar das construções efectuadas ao longo dos últimos anos, talvez ainda se possa evitar danos maiores.

Em suma, são boas notícias para Braga, em geral e para a freguesia de S. Victor, em particular, pois ganha-se um novo imóvel classificado.

Não deixa de ser curioso como a freguesia de S. Victor tem sido a mais "batalhadora" no que concerne à classificação dos seus monumentos e a que melhores resultados tem alcançado, protegendo, assim, o nosso património. Nestes últimos dois anos, já se conseguiu terminar a classificação das Sete Fontes como Monumento Nacional e estão em fase de discussão a Casa das Convertidas e a Capela de Guadalupe, imóveis que a JovemCoop tem pugnado por estudar, preservar e defender.


26 de março de 2012

BragaCEJ2012 - Arqueólogo por um dia!

"Diário do Minho" 25/03/2012

A Arqueologia uma profissão hoje e no futuro – Arqueólogo por um dia!

Esta actividade visa realçar a importância da arqueologia como factor de conhecimento e valorização da identidade das cidades / comunidades e agente de desenvolvimento local.


Propusemos aos arqueólogos por um dia que  conhecessem a profissão de arqueólogo e, em contexto de simulação, participassem numa escavação arqueológica com vista a conhecer metodologias de trabalho, complementada por visita ao laboratório de restauro e práticas laboratoriais elementares;


Por isso, aos arqueólogos por um dia, além de escavar e encontrar vestígios cerâmicos e restos de muros, foi-lhes pedido que entrassem em contacto com a fotografia arqueológica, o registo em desenho e noções de topografia.


Além do mais, serviu esta actividade para criar consciências aos jovens participantes, dotando-os de opinião critíca sobre a importância da valorização de elementos do passado, bem como as estratégias para conciliar os vestígios arqueológicos com o desenvolvimento das populações.


Nesta actividade participaram cerca de dez jovens voluntários, que foram orientados pelo arqueólogo David Mendes, membro da JovemCoop. "Arqueólogo por um dia" é uma iniciativa da JovemCoop, no âmbito da rubrica Y.Life do programa oficial da Braga2012:Capital Europeia da Juventude!



Entre Aspas e as Sete Fontes


"Diário do Minho" 26/03/2012

A ASPA, enquanto associação de defesa do Património, merece papel de destaque na protecção às Sete Fontes. Tomando a dianteira de um longo processo de classificação, vários foram os alertas deixados por esta associação, sobretudo no que toca à protecção do edificado e da paisagem envolvente.

Parece-nos, contudo, algo estranho, é que a ASPA se esteja a debater tanto pela protecção das condutas achadas na Rua de S. Vicente e esteja a esquecer de reivindicar um maior acompanhamento e divulgação das sondagens arqueológicas que estão a ser realizadas em plena Zona Especial de Protecção das Sete Fontes. Que as sondagens são necessárias e proveitosas para desmistificar o potencial arqueológico daquela área, todos nós concordamos com isso. Contudo, não podemos é deixar de alertar que destes resultados podem depender a construção, ou não, de imóveis neste coração verde.

Precisamos que a ASPA, pelo seu potencial empreendedor e científico, avalie e contribua para um esclarecimento e divulgação da importância dos achados que estão a aparecer nas intervenções das Sete Fontes, pois a credibilidade desta associação pode ajudar a esclarecer o grande público e a História da Cidade de Braga.




Braga: Celebração do Dia Nacional dos Centros Históricos

"Diário do Minho" 26/03/2012

A Câmara Municipal de Braga está a preparar-se para celebrar o Dia Nacional dos Centros Históricos, convidando 20 bracarenses a conhecer, visitar e interpretar o Património, essencialmente de índole do período romano.

Esta iniciativa leva-nos a concluir quatro coisas:
1 - apesar da postura de não receber lições de património de ninguém, a CMB sabe que o turismo pelo património é importante na vivência de uma cidade;

2 - A CMB dá ênfase ao património, mas parece esquecer-se que a celebração é sobre o DIA NACIONAL DOS CENTROS HISTÓRICOS e aqui, havia que enaltecer o comércio local, a regeneração do edificado urbano, as melhorias a introduzir ao ambiente urbano, a mobilidade no centro histórico (das dificuldades de trânsito ao incremento das áreas pedonais), a qualidade de vida dos moradores do C.H., a integração dos estudantes nas vivências do C.H., etc. Ignorar estes temas e não dinamizar acções que envolvam a população do C.H., é virar as costas as moradores, comerciantes, lojistas, trabalhadores, estudantes, etc e não ter preocupação com as vivências do Centro Histórico;

3 - A CMB quer valorizar o seu conjunto patrimonial, mas parece conhece-lo de forma tímida, pois uma iniciativa destas justificava unir pontos como as ruínas das Frigideiras do Cantinho, Oficina da Sé, e outros que valorizam os Centros Históricos. Isto falando nos monumento romanos, porque num dia de celebração do Centro Histórico, não se percebe como não se investe na valorização das Torres Medievais, do Jardim de Santa Bárbara, das Igrejas que caracterizam o nosso Centro Histórico.


3 - Parece ser uma iniciativa algo cínica, tendo em conta que agora que tem a possibilidade de valorizar vestígios arqueológicos e criar mais uma atracção no Centro Histórico, a postura da CMB é mandar tapar os "calhaus" e afirmar que nem todos são musealizáveis. Mas para chegar a essa conclusão, já os serviços do Gabinete de Arqueologia tinha de ter firmado o seu parecer, esperando pela confirmação da DRCN/IGESPAR. Que nós saibamos, nenhuma das entidades citadas anteriores procedeu de forma a rubricar esta sentença pelo enterramento, de algo que tinha a possibilidade de ver agora a luz do dia!

Enquanto a postura for esta, celebrar os Dias Temáticos dos Centros Históricos ou dos Monumentos é mera fachada e não tem objecto de fundo (aquele pelo qual a JovemCoop tem vindo a trabalhar...sensibilizar o público e transmitir o orgulho de ser bracarense, pelas heranças do nosso passado)!!!




Assembleia da República: Achados Arqueológicos da Rua de S.Vicente

"Diário do Minho" 25/03/2012

O deputado da Assembleia da República(AR) eleito por Braga, Hugo Soares, deu nota à comunicação social de que fará subir à AR a questão dos achados arqueológicos das condutas de água das Sete Fontes na Rua de S. Vicente e que servirá para questionar a directora da Direcção Regional da Cultura Norte sobre os procedimentos a tomar e o entendimento desta entidade sobre os achados.


É pertinente que se discutam estas questões com as entidades responsáveis pelo património, já que o Município de Braga tarda em querer dar uma resposta eficaz no que compete à valorização dos vestígios.


É uma boa iniciativa, que demonstra o interesse (de alguns) que há no património de Braga e como esta área é cada vez mais alvo de debate e discussão pública.


Nós estaremos prontos a ajudar os técnicos da DRCN a formular uma respostam, pois temos a felicidade de ter os trabalhos documentados e fotografados.




Solenidades da Semana Santa-Procissão da Burrinha


"Diário do Minho" 24/03/2012

A mais participada procissão das Solenidades da Semana Santa promete, este ano, reforçar ainda mais os quadros bíblicos com gentes de Braga.

Não há dúvida que esta procissão ganhou lugar na Semana Santa e que é das que mais destaque tem. O programa apresentado na passada 6ª feira, revela que esta procissão contará com cerca de 1200 figurantes e que haverá o reforço de vestuário em algumas passagens.

A Junta de Freguesia de S. Victor leva o nome da Procissão e da Semana Santa ainda mais longe, com exposições em vários pontos do norte de Portugal e mesmo além fronteiras, com a exposição de Luis de Matos, "Eu, Kristus..." na Galiza!

Isto é uma das melhores estratégias de comunicação e divulgação dos programas da Semana Santa, captando a atenção e visita de vários públicos.




Braga: Os (habituais) Incêndios nas Sete Fontes

"Diário do Minho" 24/03/2012

Tem sido prática recorrente haver incêndios na zona das Sete Fontes.

Não fugindo a "esta tradição", uma vez mais na passada Sexta-feira, a zona superior das Sete Fontes, confinante ao Bairro, pegou fogo. A julgar pelas nuvens negras, nitidamente terá sido fogo posto, não dando margens para dúvidas sobre a mão criminosa e sobre os interesses "estranhos" naquela zona.

Não se percebe porque ainda não se trava esta situação, porque claramente é uma situação de especulação imobiliária e que gasta os nossos recursos financeiros e humanos (basta pensar na logística dos Bombeiros que para lá foram enviados).

Competirá à CMB ordenar o desenvolvimento urbano naquela zona e, se possível, enviar equipas da entidade municipal que gere a limpeza dos espaços, para não permitir acumulação de lixos e matos, evitando incêndios naquela zona.^




Azeituna e a BragaCEJ2012

"Diário do Minho" 25/03/2012

O Diário do Minho publicou no dia de ontem uma reportagem com a Azeituna e sobre as suas actividades, pois esta instituição completa 20 anos.

É com alguma preocupação que se devem ler as últimas palavras do magister da Azeituna que tece algumas considerações sobre o relacionamento da BragaCEJ2012 com a Azeituna.
O Capital Humano e Associativo da nossa cidade não pode ser desperdíçado e há que fomentar melhor relacionamento entre as associações e a administração de BragaCEJ, pois a cidade ganhará com essa proximidade.






Bom Jesus e a comemoração do aniversário do Elevador


"Diário do Minho" 26/03/2012

O mais antigo ascensor movido a contra-peso de água vai ter um Centro Interpretativo!

São boas notícias para honrar e dar destaque a um património único, que é um atractivo para turistas e curiosos.

A dignidade de 130 anos é dada neste Centro Interpretativo, a um "elevador" que foi visionário na sua altura e que hoje continua a ser passagem "obrigatória" a quem visita o Santuário do Bom Jesus.
Excelente Iniciativa!




20 de março de 2012

Crónica A Voz à Juventude (8) Regenerar Braga...

"Correio do Minho" 20/03/2012


Regenerar Braga e a primavera da Cidade
Hoje começa a primavera, estação que se associa à revitalização do ambiente.
As folhas começam a brotar das árvores, os ninhos dos pássaros ficam preenchidos por novos habitantes e o sol deverá aparecer, por entre nuvens, de forma calorosa.
A primavera é sinal de regeneração, algo que Braga vive por estes dias, sobretudo agora que estão a ser implementadas três obras de reabilitação de espaços urbanos e que está previsto, a curto prazo, o início da obra no Largo Carlos Amarante.
Estas novas obras, além do desenho tipificado, que parece unir algumas pontas isoladas em Braga, podem trazer mais-valias às praças alvo de reordenamento, constituindo-as novos pontos de atração da e na urbe.
Ora, se o desenho e as intervenções, de uma forma geral, são parecidos, os pontos que distinguem as praças são os elementos identitários de cada local.

A História da Senhora-a-Branca está marcada pelas laranjeiras, pela passagem da via romana XVII e pelos caminhos medievais que ali se cruzavam. De forma opulenta, ganha visibilidade a Igreja da Senhora-a-Branca e a estatuária ali presente, sem esquecer o bonito chafariz.
No Campo das Hortas, o jardim inspirado noutros tempos, centralizando a fonte de D. Frei Agostinho de Jesus (e não de D. José de Bragança como foi anunciada nos jornais e como nos recorda o Sr. Luis Dias Costa, uma das pessoas mais conhecedoras da História de Braga) pode ser a forma de dar maior enlevo à principal porta de entrada a Braga, cujo Arco da Porta Nova expressa o desenho da mestria de André Soares.
Na Praça Alexandre Herculano, conhecida como Largo dos Penedos, a regeneração avançou, inicialmente, na Rua de S. Vicente, por onde passava a Via Nova e retirou o trânsito automóvel desta artéria,  aproveitando para compor as canalizações ali existentes. Precisamente neste local, a propósito de canalizações, surgiram as condutas de pedra do sistema de abastecimento de água das Sete Fontes. Ora, sabendo que as Sete Fontes são hoje Monumento Nacional, este achado é uma extensão desse monumento que, uma vez que a rua ficará inibida de trânsito, poderia e deveria ser musealizado. Numa altura em que os comerciantes e moradores veem com receio a retirada do trânsito automóvel, muitos destes sugeriram que a conduta de água fosse tratada e colocada à fruição pública, como ponto histórico de atração turístico, que convidasse bracarenses, turistas e outros curiosos a conhecer um pouco da História da Água, da profissão dos “agueiros”, dos sistemas construtivos de proteção às condutas e à qualidade da água.
A JovemCoop apresentou ao Sr. Presidente da Junta de Freguesia de S. Vicente um documento que apontava a necessidade e as mais valias para se proceder à musealização. Sabemos que o documento foi entregue nos serviços camarários para se proceder a uma avaliação.
Ora, o nosso espanto foi descobrir pelos órgãos de comunicação social que a CMB não irá proceder a qualquer musealização desta conduta (lembramos que a intervenção ainda vai no início e que ainda há um enorme troço de canalizações históricas dali até ao largo dos Penedos que podia ficar visível e musealizada) e que não recebe lições de preservação do património de ninguém. Além da clara falta de cultura democrática, aquilo que a CMB se deveria orgulhar é precisamente pela cidade e os cidadãos contribuírem com ideias, pois mal está a cidade em que os cidadãos não participam e que os executivos políticos vivem fechados sobre si e sobre as suas ideias.
Além de que é um claro contrassenso, em ano de Capital Europeia da Juventude, que as instituições do projeto ligado à CMB apelem à participação dos Jovens, apelem à cidadania, rubriquem no programa oficial atividades como as que a JovemCoop tem vindo a desenvolver (nomeadamente Curso da História da Cidade de Braga, Caminhadas por vias romanas, percursos interpretados pelo Barroco de Braga, desenvolvimento de sinalética interpretativa para monumentos) e depois a autoridade máxima do executivo afirma que não recebe lições de ninguém. Não são lições, são contributos e partilhas.
Por isso, ao celebrar hoje a primavera, renovamos os votos de ver renascer uma cidade participativa (as nossas atividades ligadas ao património têm tido sempre lotação esgotada e isso leva-nos a crer que há interesse e vontade) e que não se ofenda com os contributos de quem quer pensar o melhor para a nossa cidade. Que além de flores e pássaros a chilrear, possa Braga, esta primavera, fazer brotar um novo pensamento de gestão alicerçado num novo espírito de intensa cooperação.






Todos os caminhos...pelo Castro Máximo até Dume

"Diário do Minho" 19/03/2012

A proposta para esta iniciativa "Todos os Caminhos vão dar a Bracara Augusta" visava dar a conhecer traçados romanos que ligassem importantes povoados ao centro de Bracara Augusta.

No passado domingo convidamos os participantes a conhecer os caminhos que saíam de Bracara Augusta e se direccionavam ao Castro Máximo, importante povoado da Idade do Ferro.

Aí, fizemos também uma viagem no espaço e no tempo até Dume, visualizando o túmulo do importante arcebispo S. Martinho.

Além dos caminhos, fomos recebidos no Núcleo Museológico de S. Martinho de Dume, pela Dr.ª Isabel Patrícia Ferreira que nos deu a conhecer os vestígios arqueológicos de Dume, alguns aspectos da vida de S. Martinho e os pormenores arquitectónicos do sarcófago deste arcebispo.

Esta foi, também, uma inicativa JovemCoop e Braga Capital Europeia da Juventude.



Curso da História da Cidade de Braga-A sessão do Romano

"Diário do Minho" 18/03/2012

Decorreu na passada 6ª feira a segunda sessão do Curso da História da Cidade de Braga, totalmente dedicada ao período romano e à vivência de Bracara Augusta.

O orador convidado foi o Professor Rui Morais, da Universidade do Minho e autor da mais recente obra sobre Bracara Augusta.

A sessão esteve completamente lotada e permitiu descobrir as origens de Bracara Augusta e os simbolos da cidade.

Esta iniciativa foi promovida pela JovemCoop e pela Capital Europeia da Juventude!





Opinião-Sete Fontes,Diamante em Bruto!

"Diário do Minho" 20/03/2012

É com particular satisfação que vemos hoje publicado no Diário do Minho um texto da autoria de Renato Córdoba sobre as Sete Fontes.

O nosso gáudio expressa-se por termos dado a conhecer as Sete Fontes ao autor do texto e por termos ajudado a sensibilizar para a necessidade de preservar este importante complexo monumental.

Ao Renato e aos participantes na caminhada às Sete Fontes, deixamos aqui um forte agradecimento por se terem juntado a nós naquele Domingo e reiteramos novo convite para as próximas iniciativas.


JovemCoop em destaque nas actividades de S.Victor

"Diário do Minho" 19/03/2012

Foi com agradável surpresa que lemos ontem, na edição do "Diário do Minho" uma bonita lembrança das actividades que vamos desenvolvendo em parceria com a Junta de Freguesia de S. Victor.


O particular destaque vai para a nossa actividade mais antiga e que mais frutos tem dado à JovemCoop..."O Nosso Património", que este ano cumprirá a sua VIII edição e que permitirá dar a conhecer, aos jovens, o vasto património da freguesia de S. Victor.


Acresce aqui a nossa responsabilidade e missão de divulgar as nossas heranças culturais e dotar os jovens participantes de acções de sensibilização para a protecção desse mesmo património.
Algo que tem sido uma aposta na formação da juventude, mas que também repercutimos nos jovens adultos, com as actividades no âmbito da Capital Europeia da Juventude.


Agradecemos a confiança e a energia que recebemos do executivo de S. Victor e desejamos que esta parceria se mantenha durante muito tempo e se possa replicar noutras situações.


Para ler a entrevista integral, é só carregar nas imagens abaixo.


"Diário do Minho" 19/03/2012

14 de março de 2012

Todos os Caminhos vão dar a Bracara Augusta - pelo Castro Máximo até Dume


Pormenor Túmulo de S. Martinho de Dume




O Cursus Publicus romano - designação que congrega os itinerários e as estruturas de apoio na época romana - ganha maior expressão através das grandes vias que, ao longo dos séculos, foram continuamente utilizadas. Estas são chamadas as "Viae Principales".

Contudo, as ligações viárias entre pequenos povoados eram feitas através de caminhos secundários ou vicinais, que também faziam parte do Cursus Publicus.

Assim, no próximo Domingo dia 18, a nossa proposta é levar os participantes pelos Caminhos que conduziam ao Castro Maximo e, daí, seguir até Dume, importante local de implantação do Mosteiro de Dumio, que originou a Diocese de Dume.

Numa viagem pelos primeiros séculos da era cristã, seguiremos os caminhos romanos, associados aos mitos pagãos, mas terminaremos no local onde se implementou a influência cristã, através das regulamentações de S. Martinho de Dume, influente Arcebispo.

Nesta caminhada convidamos os participantes a visitar o Núcleo Museológico de Dume, onde se visualizará o Túmulo original de S. Martinho.

Proposta de Atividade: Domingo, 18 de março
Ponto de Encontro:
9h45 na Avenida Central (Arcada);

10h – início da Caminhada:

Rua dos Chãos, Largo dos Penedos, Rua de S. Vicente, Igreja de S. Vicente, Av. Artur Soares, Bairro da Misericórdia, Descida para o Estádio Municipal e paragem na Igreja de Dume.
Extensão do percurso: 3,5 Km
Tempo estimado: 2h (com visita ao Núcleo Museológico de Dume)
Dificuldade: Fácil

O regresso até ao Centro da Cidade é assegurado por autocarro.
Ter em atenção:


- Levar chapéu;

- Calçado adequado;

- Levar máquina fotográfica;

- Levar água;
Esta ação faz parte integrante do tema Y.Life, apelando ao conhecimento, pelos jovens, do património arquitetónico e multicultural de Braga como parte de 2000 anos de história e da identidade de Bracara Augusta.


2ª Sessão do Curso da História da Cidade de Braga


Pormenor dos vestígios da Domus Romana

No âmbito da edição do Curso da História da Cidade de Braga, a JovemCoop e a BragaCEJ2012 vão realizar a segunda sessão, dedicada ao período romano, no próximo dia 16, às 21h30, no auditório da Junta de Freguesia da Sé.

Esta iniciativa, do programa Y.Life – Bracara From Augustus, visa aproximar os participantes do contexto sociopolítico romano e da estratégia que conduziu à conquista do noroeste da Península Ibérica.

Abordar-se-á a conjuntura expansionista de Roma e o interesse na Península Ibérica, através de sucessivas campanhas bélicas, bem como o investimento na fundação de cidades que sustentaram o Império Romano, através da exploração de recursos. O contexto fundacional de Bracara Augusta e a importância deste território na orgânica urbana e social, os vestígios romanos na cidade de Braga e as constantes descobertas do nosso passado são outras das temáticas a abordar.

Esta sessão será conduzida pelo arqueólogo Francisco Sande Lemos, natural de Lisboa, mas que se radicou em Braga para desempenhar as funções de arqueólogo no Campo Arqueológico de Braga.
Veio a presidir à Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho, bem como dirigiu a delegação do Instituto Português do Património Cultural (IPCC). Esteve à frente do projeto de Salvamento de Bracara Augusta durante mais de três décadas e possui um conhecimento impar sobre os vestígios arqueológicos da nossa cidade, sobretudo nos do período romano, derivado das muitas escavações arqueológicas que dirigiu.
Atualmente jubilado, participa ativamente no conhecimento e divulgação da História de Bracara Augusta, através de artigos publicados com a ASPA, associação de defesa do património da qual faz parte.

Esta sessão é torna-se fulcral para ajudar a estabelecer fundamentos e ideias para desenvolver uma sinalética própria para identificar monumentos, com o objetivo de os inserir num projeto de valorização da herança patrimonial.
As inscrições para o evento são gratuitas e estão abertas, podendo ser feitas através do site oficial de Braga 2012 http://www.bragacej2012.com/events/details.php?id=22&type=1
Esta sessão permitirá dar a conhecer ao grande público os vestígios arqueológicos da Domus Romana da Escola Velha da Sé, a partir das 21h (até ao início da sessão), em formato de visita livre.

Percurso Barrocos homenageiam a obra de André Soares

"Diário do Minho" 11/03/2012

No passado dia 10, iniciámos os "Percursos Barrocos", actividade inscrita na rubrica Y.Life da Capital Europeia da Juventude.

Esta iniciativa, guiada por rui Ferreira, iniciou-se na Praça do Município, " a praça mais rococó de Braga", e deu a conhecer belíssimos locais desenhados por André Soares, ou com relevante interesse histórico na interpretação do barroco em Braga.

A próxima iniciativa dos Percursos Barroco é no próximo dia 21 de Abril, subordinada ao tema das obras de D. Rodrigo Moura Telles.


Braga: A Casa das Convertidas

"Jornal Notícia" 09/03/2012 - retirado daqui

Com a riqueza histórica  e patrimonial já conhecida deste imóvel, manifestamos o nosso desacordo pela colocação, na Casa das Convertidas, do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.

Ainda que a recuperação do imóvel seja de louvar, não se percebe a insistência em querer readaptar um edifício com uma identidade muito própria, e destruir séculos de história com uma versão arquitectónica século XXI.

Lembramos que na Eslovénia, foi adaptada uma antiga Prisão para se instalar a Pousada da Juventude.
Lógico que a Prisão estava dividida por celas, e foi só manter a estrutura base.

Acreditamos que na Casa das Convertidas o exercício pudesse ser semelhante. Reiteramos a ideia:

INSTALAR, NA CASA DAS CONVERTIDAS, A POUSADA DA JUVENTUDE DE BRAGA!

No link é dito que a Casa das Convertidas ou o Quartel da GNR serviriam este propósito, pois a qualidade fulcral é estar na zona central de Braga.

Assim, ganhava a Juventude, a Câmara de Braga, o Governo e o Património!
Se a CMB ainda não começou a construir a Nova Pousada em Real, numa estrutura que custará muito mais dinheiro, porque não entrar em acordo com o Governo e usar da lógica para proceder à instalação da Nova Pousada no centro histórico?

Está na hora de pensar em Braga e nos bracarenses e não nos interesses individuais!


Regenerar Braga: A importância do património e o sector que a JovemCoop tem dinamizado

"Diário do Minho" 12/03/2012
"Correio do Minho" 12/03/2012

Quem, por hábito, vai lendo este blogue, sabe que temos vindo a defender, como ponto de honra, um maior investimento no sector do Património Cultural, como potenciador e dinamizador turístico e, consequentemente, financeiro.

Por inúmeras vezes, abordamos como o património mexe com o turismo (uma das únicas áreas económicas que não decresceu), como é factor diferenciador de identidade e como pode ser atractivo para captar a atenção dos visitantes.

Apelamos, desde o início do programa "A Regenerar Braga", que a CMB tivesse maior atenção ao património que poderia jazer nos locais a intervencionar, nomeadamente o Largo da Senhora-a-Branca, Largo dos Penedos e Rua de S. Vicente, Campo das Hortas e, por fim, o Largo Carlos Amarante (Shopping Santa Cruz e Igreja de Santa Cruz).

As intervenções, mesmo estando a cumprir os requisitos mínimos legais para proteger e/ou identificar o património arqueológico, parece não estar a pensar a integração, valorização e exploração dos recursos arqueológicos (veja-se o caso da Rua de S. Vicente, que ficará pedonal, mas não está previsto musealizar a conduta de água das Sete Fontes, Monumento Nacional).

A JovemCoop, sobretudo neste ano de Capital Europeia da Juventude, tem vindo a divulgar e a incentivar ao conhecimento do nosso património e das nossas heranças culturais.

Prova disso mesmo é a realização do Curso da História da Cidade de Braga, os Trilhos Medievais e Percursos Barrocos, a iniciativa de caminhar pelas Vias Romanas com "Todos os Caminhos Vão dar a Roma".

Ao lermos os artigos acima postados, leiam, com atenção, as partes sublinhadas a verde.
No artigo do Diário do Minho, o gerente de uma residencial no largo da Senhora-a-Branca diz participar numa formação sobre a História da Cidade de Braga para estar melhor preparado para informar os seus clientes que queiram conhecer as origens da cidade.
Já no artigo do Correio do Minho, os comerciantes afirmam a esperança de ver publicitada a Via do Ouro e vêem como útil integrar-se a Rua de S. Vicente em futuros circuitos de revisitação da Geira - curiosamente, fizemos o primeiro percurso de Todos os Caminhos vão dar a Bracara Augusta, precisamente pela Via XVIII no Sábado dia 25 de Fevereiro.

Não somos "avançados no tempo", nem temos "olho para o negócio", apenas constatamos as necessidades dos tempos presentes e damos resposta, bem sucedida, a julgar pela procura que temos tido nas nossas actividades.

Por isso, valorizar o património é uma necessidade urgente em Braga, reclamada pelos seus cidadãos.
Para reflexão...


Braga: Feira do Livro na época de Natal

"Correio do Minho" 14/03/2012

Após um artigo publicado no Diário do Minho de ontem, dando conta da ausência da Feira do Livro de Braga na programação do Parque de Exposições, começou-se a especular sobre a não realização deste evento.

O mais forte argumento era a machada no sector cultural, num dia em que até o Ministro da Cultura da Grécia criticava Portugal por ter abdicado do Ministério da Cultura, salientando o não apoio às artes e aos artistas, pedras basilares no desenvolvimento de um conjuntura económica fragilizada.

A resposta é esta...adia-se a Feira do Livro para a altura do Natal.
O argumento desta decisão é acertado. Há já muito que a Feira do Livro perdeu prestígio e interesse, pois à medida que os anos passavam, este certame tinha menos expositores, livreiros e editores, e compunha o espaço recorrendo a associações, escolas, mostras de carros e material de informática.

O facto de ocorrer na mesma altura das mais importantes Feiras do Livro do País, também não ajudava a despertar interesse nos livreiros, o que subtrai qualidade ao evento.

Quanto a nós, que temos tido a oportunidade de participar nas últimas 5 edições da Feira do Livro, concordamos com o adiamento, baseado na necessidade de reformular e captar mais atractividade à Feira. Ficamos com pena por este adiamento, porque a FL é, para nós, sempre uma mostra de actividades e de convívio entre cooperantes durante o decorrer do evento. Mas talvez nos encontremos no PEB pela altura do Natal!


Entre Aspas: A importância do Mosteiro de Tibães

"Diário do Minho" 12/03/2012

Na passada Segunda-feira, o Diário do Minho publicou mais um texto do "Entre Aspas", desta vez dedicado ao Mosteiro de Tibães.

Aida Mata, autora do texto, foi directora do Mosteiro de Tibães durante muitos anos, e guia-nos, ao longo deste texto, ao passado do Mosteiro, as lutas que foram travadas pela sua recuperação e a sua actual dinâmica.

Um bom exemplo de recuperação de um belíssimo imóvel patrimonial, classificado como de Interesse Público, em 1944.


BragaCEJ: As actividades EM Caixote

"Diário do Minho" 12/03/2012

"Correio do Minho" 11/03/2012

A BragaCEJ2012 preparou, para os próximos meses, uma panóplia de actividades, de variadas índoles, que visam celebrar o facto de Braga ser capital Europeia da Juventude e animar o Centro da Cidade.
Parece a resposta (tardia?) a todos aqueles que reclamavam mais animação urbana e dinamização cultural, num ano de excepcional importância para a nossa cidade.

A relevância do [Em] Caixote é transmitida pelo Director Geral da Associação Comercial de Braga que, em breves palavras, demonstra qual o efeito esperado por estas acções. Obviamente que numa cidade jovem e com grande capital de juventude, esperamos que este programa seja um sucesso e que dinamizar a cidade, os cidadãos, mas que seja factor impulsionador das associações e demais entidades em saber participar e colaborar na vida activa da nossa cidade!


Braga: A Campanha Limpar Portugal

"Diário do Minho" 12702/2012

A iniciativa "Limpar Portugal" irá ser levada a cabo já no próximo dia 24 de Março.

Contribuir para um mundo melhor, mais limpo e onde o respeito mútuo se traduz em pequenos gestos de vivência comunitária, é um pequeno, mas forte exemplo, para termos um País mais participativo e responsável.

Este movimento "Limpar Portugal" é uma excelente oportunidade para todos contribuirem, a partir de uma acção totalmente voluntária.

Os interessados podem inscrever-se na página http://www.amoportugal.org/


9 de março de 2012

Sete Fontes: Intervenção Arqueológica a decorrer

Movimentações de terra que indicam trabalhos arqueológicos

Terrenos onde se abateram as árvores em Setembro 2011

"Diário do Minho" 24/09/2011

Iniciaram-se, esta semana, os trabalhos arqueológicos numa das parcelas das Sete Fontes.
Curiosamente, os terrenos que estão a ser intervencionados pela equipa de arqueologia são os mesmos onde se abateram, indiscriminadamente, árvores de copa frondosa e que alteraram, completamente, a paisagem no Complexo Monumental das Sete Fontes.

Lembrando que em Setembro do ano passado, o Presidente do Município afirmou que o proprietário iria realizar sondagens arqueológicas, é curioso que estas só estejam a ser feitas 6 meses depois, levando-nos a pensar que só após o abate das árvores e consequente embargo, foi instruído o processo.

Contudo, o facto de agora se estar a fazer sondagens arqueológicas é um sinal positivo e de grande confiança para os amigos das Sete Fontes, porque agora, de uma vez por todas, vão ser dissipadas as dúvidas quanto à inviabilidade de construir empreendimentos urbanos dentro da Zona Especial de Protecção.

A equipa responsável pela intervenção é afecta à Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho, entidade que há muito se debate com a necessidade de estudar melhor as Sete Fontes, tendo, em tempos passados, pedido que se alargasse o projecto de Salvamento de Bracara Augusta àquela zona.

Seguramente, que a UAUM em virtude dos trabalhos que estão a ser executados verificará a importância histórica daquele local e a ríqueza patrimonial do subsolo das Sete Fontes, como sensibilízará o proprietário que qualquer construção ali poderá afectar os lençóis de água e destruir a paisagem verde, o que substraíria a função técnica ao monumento, algo que a lei não permite.

Por isso, acreditamos que estamos perante excelentes notícias e que finalmente os estudos arqueológicos irão confirmar aquilo que temos vindo a afirmar...há cronologias mais latas no Vale das Sete Fontes, houve reaproveitamentos de materiais no Séc. XVIII e o subsolo daquela zona é uma "caixinha de surpresas".


Arqueologia - A Rua de S.Vicente e a Canalização Sete Fontes




No âmbito do Programa “A Regenerar Braga”, está a ser levada a cabo uma intervenção de requalificação no Largo dos Penedos e Rua de S. Vicente, cujas primeiras acções incidem, precisamente nesta rua.

A reformulação da rua, visando ampliar a área pedonal, inibirá a circulação automóvel no troço a jusante, fazendo ligação ao Largo dos Penedos.

Nestas obras de intervenção estavam previstas acções de acompanhamento arqueológico, sobretudo devido à passagem da Via XVIII por aquele local.

Contudo, ao iniciar a remoção da pavimentação em paralelo, foram descobertas umas lajes graníticas que pareciam perfazer cobertura de uma estrutura subterrânea. Procedendo ao levantamento destas cápeas de granito, a equipa de obras ter-se-á deparado com a existência de uma galeria subterrânea que acolhe e protege uma extensão considerável de canalizações de pedra para condições de água.

Pela morfologia e tecnologia destas condutas, bem como pelos conhecimentos históricos já aferidos, percebe-se que estamos perante um ramal de canalizações que ligava a Caixa de Água existente no adro da igreja de S. Vicente (Imóvel de Interesse Público Decreto 1/86) ao Chafariz existente na Praça Alexandre Herculano (Largo dos Penedos) e daí, seguramente com derivação para o Fontanário Público da Cárcova, existente no Largo de S. Francisco, num dos extremos da Arcada.

Esta condução de águas era proveniente do lugar das Sete Fontes através de um complexo sistema de engenharia hidráulica do Séc.XVIII, obra sob a égide de D. José de Bragança, arcebispo de Braga.

Obviamente que estes achados não são propriamente uma total surpresa dado que por volta dos anos 40-50 do século passado interrompeu-se a ligação entre as condutas de pedra e ligaram-se tubos de ferro para evitar perdas de água e facilitar a manutenção.

Prova disso mesmo é o facto de a tubagem em ferro ainda conduzir água e a presença do sistema de apoio da canalização férrea em elementos pétreos. Contudo, sabia-se que as condutas de pedra não tinham sido destruídas. Também a própria AGERE, sempre que necessário, faz intervenções para melhorar o abastecimento de água ou o escoamento das águas de saneamento, como prova a construção de uma caixa de saneamento que está situada entre condutas de pedra. E há cerca de dois ou três anos foram ali colocadas novas tubagens de cada lado dos passeios, bem como arranjaram os escoamentos das águas pluviais.

Contudo, a exposição deste achado, associado às Sete Fontes, imóvel classificado como Monumento Nacional, bem como as circunstâncias de, com esta intervenção, colocar aquela parte da Rua de S. Vicente pedonal, justificam a hipótese de musealizar e valorizar este troço de condutas.

Em primeiro lugar, acreditamos que a regeneração do Largo dos Penedos e parte jusante da Rua de S.Vicente poderá ser benéfica para a qualidade de vida dos cidadãos, bem como poderá incrementar uma melhoria urbanística na imagem da cidade.

Contudo, a perda do trânsito automóvel na Rua de S. Vicente poderá o efeito de afastar pessoas que diariamente por ali passavam. Retirando esta mais-valia, devemos poder criar outros benefícios que, a par da própria requalificação urbanística, atraiam as pessoas àquela rua. Ora, a fruição do património e os dividendos turísticos são cada vez maiores, quanto mais se investe na sua preservação e divulgação.

A prosperidade e o bem-estar da nossa cidade dependerá das ideias que tivermos evoluírem. Precisamos saber aproveitar as condições que se nos afiguram e fazer delas oportunidades, encontrar novas e revigorantes perspectivas. As nossas heranças culturais e as tecnologias artísticas não são algo acessório, são, também, uma forma de pensar e uma prática inovadora de trabalho com a realidade. Integrando mais amplamente a cultura no planeamento urbano, na política social e no desenvolvimento das empresas, podemos tornar as cidades muito mais sustentáveis do ponto de vista económico e também mais atraentes e agradáveis. (Elbaek, U. e Vassiliou, A.)

O troço de canalização, agora posto a descoberto, ganha maior motivo de interesse porque não se resume unicamente às peças de granito do Século XVIII.

As canalizações estão inseridas num sistema de galeria técnica subterrânea, que permite a circulação de uma pessoa para efectuar a manutenção às peças de canalização. Prova disso mesmo é o facto de as manilhas graníticas terem os pontos de acesso para manutenção (vulgarmente denominados por “raposos”) posicionados lateralmente e não no topo como se verifica nas Sete Fontes.

A tecnologia de colocar as manilhas graníticas de lado permitia que o funcionário circulasse na galeria, acedesse aos “raposos” e retirasse a vegetação e outros elementos que prejudicassem a qualidade e fluidez da água. Esta galeria técnica permitia proteger a condução de água, a passagem da pessoa responsável pela manutenção no seu interior, mas possibilitava, ainda o trânsito de pessoas e veículos à superfície, uma vez que esta estrutura estava coberta por lajes de granito, compondo a cota de circulação.

Assim, pelo exposto, solicitamos a V/ Ex.ª que se possa estudar uma forma de conservar, musealizar e fruir deste troço de canalização, que enaltece a memória de D. José de Bragança, arcebispo de Braga, pensador da cidade e da qualidade de vida dos cidadãos, bem como perpetua a profissão dos agueiros (responsáveis pela manutenção da condução de água) dos canteiros (operários que trabalhavam a pedra) e da própria toponímia do local (Largo dos Penedos, onde havia uma pedreira, e a Rua de S. Vicente que antigamente se chamava Rua dos Chãos de Cima, seguramente associado à existência de pisos em lajes de pedra).

Uma vez que a canalização e galeria estão posicionadas mais ou menos no eixo da via, estas podem ser conservadas se se mantiver a vala aberta, coberta com um material reforçado (tipo vidro/acrílico extremamente resistente) ou por uma grelha que permitisse quer a visualização para a cota inferior, quer permitisse a circulação das pessoas e de veículos excepcionais (moradores, veículos prioritários) à superfície.

Obviamente que esta sugestão carece de estudos mais aprofundados, sendo considerada apenas uma hipótese rudimentar, mas que acreditamos poder vir a trazer uma mais-valia nas políticas de conservação de valorização do património, bem como um substancial incremento turístico daquela zona da cidade.