O Parque
Verde das Sete Fontes
No passado sábado, a Câmara
Municipal de Braga realizou uma sessão sobre a “Salvaguarda e execução de
Parque EcoMonumental das Sete Fontes – apresentação dos estudos
hidrogeológicos, arqueológicos, urbanístico e paisagísticos”, no auditório do
Museu D. Diogo de Sousa.
Com cerca de oito oradores,
parabenizamos o município por realizar esta sessão de esclarecimento, uma
excelente forma de envolver os bracarenses no conturbado processo de construção
do Parque Verde da cidade. Deste modo, envolve-se a comunidade nas decisões
políticas da cidade, mostrando assim o que é realmente fazer política. Prova
dada do mérito desta iniciativa foi a adesão que acabou por praticamente encher
todo o auditório.
Aberta pelo Vereador do Urbanismo
Miguel Bandeira, a sessão iniciou-se com uma participação bastante
esclarecedora acerca das origens deste Monumento Nacional. Datado do século
XVIII, existem escavações arqueológicas que comprovam a existência de ocupação
naquele local nos tempos de Bracara Augusta, muito antes de ganhar a forma de
abastecimento de água da cidade barroca que hoje conhecemos. Desta forma, todos
os participantes ficaram contextualizados no que à valorização histórica deste
monumento diz respeito.
De seguida percebemos que para
além do inegável valor histórico, as Sete Fontes possuem um dos mais
importantes elementos que a natureza nos dá, a água! Cada vez mais se fala da
poupança de água, pois este é um bem que deve ser preservado e utilizado com
moderação, pois, em vários locais do mundo, este elemento essencial é escasso. Análises
recentes vêm mostrar que para além da água ser um bem essencial, a das Sete
Fontes é potável e por isso própria para consumo, não necessitando de grandes
investimentos para o aproveitamento da mesma. São já vários os bracarenses que
se deslocam ao local da fonte com garrafões de água para se abastecerem.
Terminadas as duas primeiras
intervenções, que foram mais uma contextualização do local e do que nele
existe, seguiram-se as abordagens sobre o futuro, sobre o “maior Parque Verde
do país”.
Apesar de não ter sido
apresentado num projeto de como será realmente o parque, foram conhecidas
várias plantas com as entradas do parque, a discussão de alguns acessos e ainda
um resumido projeto 3D dos terrenos, tal como são hoje com a ideia de
aproveitar grande parte do que já existe para a realização do parque. Contudo,
aberto o debate, foi perceptível que as negociações com os proprietários dos
terrenos, infelizmente, estão longe de terminarem. Enquanto alguns
proprietários assumidamente não aceitam o valor inicial proposto pela CMB,
outro continuam a afirmar nunca terem sido contactados pela CMB. Com uma
plateia bastante participativa, damos ainda destaque às intervenções de alguns
moradores, o que demostra que os bracarenses estão verdadeiramente empenhados
em conhecerem o projeto, tendo mesmo sugerido algumas ideias sobre a construção
do parque e até o alargamento do mesmo.
Quanto a nós, parece-nos urgente
que as várias partes cheguem a um acordo legitimado pelas entidades que possam
dirimir o conflito, para que realmente o parque possa sair do papel. Esperamos
que numa próxima sessão sejam apresentados já os projetos 3D do parque, com
datas realistas de construção do mesmo. Pois se o Parque da cidade do Porto
demorou 30 anos para ser construído como foi dito, os bracarenses esperam que a
construção do de Braga seja mais célere. Até lá, iremos continuar a realizar
visitas ao Monumento Nacional das Sete Fontes, para que este se torne ainda
mais conhecido, ainda mais valorizados e para que a ambição do parque seja uma
ambição comum a todos os bracarenses.