Via da prata: dia primeiro
Ainda o dia não tinha nascido, já nós entrávamos em Sevilha! Os últimos foliões da noite regressavam a casa, alguns tendo a "alegria" como companhia!
Despedimo-nos do motorista e procurámos a Catedral. Ainda era muito cedo, estava tudo fechado, a catedral só abria às oito da manhã.
Procurámos onde tomar o pequeno almoço, mas não foi fácil! Encontrámos um restaurante já conhecido do amigo Carlos Costa, onde provámos o desayuno Andaluz, sumo de laranja, pão com azeite e presunto, muito bom ....
Por fim a catedral abriu.
As portas são imponentes, deixando adivinhar a grandiosidade de todo o monumento! É esmagadora a força que a catedral emana. Decorriam duas missas em simultâneo, em duas das capelas laterais.
Ao centro sobressai o órgão que se estende até ao tecto, pelo menos a 30 metros do chão.
Sevilha tem muito para conhecer, mas não foi para isso que cá viemos, por isso há que dar início às pedaladas...
Atravessámos o casco histórico da cidade até encontrarmos o rio, que serpenteámos ao longo de vários km's num trilho junto à margem.
O percurso marcado com as setas amarelas conduzi-nos para uma zona rural, de um lado do trilho o amarelo do centeio, do outro o verde dos girassóis ainda por florir.
A primeira paragem foi no "pueblo de guillena". Aproveitámos para retemperar forças no café do centro, um reforço acompanhado pelas primeiras fotos.
Continuámos viagem por entre planícies imensas onde a presença constante quer dos girassóis quer do centeio, alternando entre o verde e o amarelo, predominavam até onde o nosso olhar alcançava.
Quase sem darmos conta, a paisagem agrícola foi sendo substituída pela mata, os estradões em terra batida por sinuosos trilhos atravessados por rocha e pedras soltas, um prazer para quem gosta de BTT!
Nesta altura já a temperatura passava os 40.o, uma dificuldade para o sentido ascendente que o trilho levava.
Já depois do almoço, e após uns penosos km em estrada com o termómetro a atingir 44.o, entramos no parque natural Sierra Norte, de onde não sairíamos antes da tarde do dia seguinte!
A noite em claro começou a fazer-se notar, o calor e a falta de sono trouxe-nos o cansaço mais cedo, fazendo com que não desfrutássemos da melhor forma da beleza natural que este parque tem.
Os primeiros 76 km estavam quase cumpridos, quando quase no final a natureza nos brinda com a subida do dia. Cerca de 100m, impossíveis de pedalar, onde o primeiro contacto com as agruras do caminho nos recordou que estávamos no caminho de Santiago.
Almaden de la Plata é a aldeia onde termina a etapa de hoje. Ao entrar reparamos que estava tudo fechado e com poucas pessoas na rua. Foi quando entrámos no primeiro café aberto que nos disseram que era dia de fiesta, estava tudo "cerrado", que não teríamos onde dormir nem onde comer! Pânico geral, um diz "estendo o saco cama e durmo aqui", queria ele dizer na praça ao ar livre!!
De facto pensar em mais 20km a pedalar não era opção...
Felizmente não desistimos, procuramos e acabamos por encontrar o albergue Municipal aberto, por sinal muito cómodo e agradável, assim como restaurante onde jantar.
Fim de etapa
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