Foi dado a conhecer, esta 4ª feira, dia 09 de março, a
intenção de colocar à venda dois imóveis emblemáticos da nossa cidade.
Por um lado, a Direção Geral do Tesouro e Finanças e o
Ministério da Administração Interna compactuam com a venda da Casa/Recolhimento
das “Convertidas”, tão só Monumento classificado como Imóvel de Interesse
Público.
Apesar de se tentar recordar a Casa das Convertidas a partir
de um processo vergonhoso associado à venda do antigo Lar da Palha, adossado à
Casa das Convertidas, nunca, em circunstância alguma, a Casa das Convertidas se
abordou o assunto na ótica da venda a um proprietário, mas sim, na cedência
deste monumento para a fruição pública.
Concretamente, de há uns anos a esta parte, que se envidaram
esforços para que a gestão do edifício das Convertidas fosse transferido para a
CMB, mas somente após obras de recuperação, para que a CMB não ficasse com um
presente envenenado.
Mas as obras que decorreram foram, até à data, de fachada,
estando o interior à espera de melhor sorte. Enquanto se protela a decisão, o
monumento apodrece e definha. Juntamente com a Casa das Convertidas, corre-se o
risco de se perder a Capela, belíssima no seu singelo interior, mas com rebuscado
altar.
Sabemos de reuniões, de entendimentos e até tivemos a
oportunidade de vislumbrar a vontade do Sr. Secretário-geral do MAI, Dr. Carlos
Palma em contribuir para a solução de recuperação e possível transferência do
imóvel para a CMB.
Descobrir, pela imprensa, que a Casa das Convertidas está à
venda, é desgostoso e um processo vergonhoso para as entidades tuteladas pelo
Governo da Nação.
Num movimento de cidadãos, tanto se abordou a necessidade de
recuperar a Casa das Convertidas, tanto se alertou para a necessidade de tê-lo
à fruição pública, algo que até foi ratificado pelo próprio Governo que
classificou a Casa das Convertidas como IMÓVEL DE INTERESSE PÚBLICO.
O Interesse Público mantém-se e o imóvel não deveria estar
sujeito a uma alienação com objetivos financeiros.
Contudo, o Município deve ter o direito de preferência em
adquirir o imóvel e, moralmente, não poderá pôr uma pedra neste assunto,
deixando a decisão para terceiros. O Município na senda de zelo que tem tido
para com o património, deve usar de todos os recursos ao seu alcance para
manifestar a importância deste imóvel como equipamento e monumento da cidade de
Braga. Deve propor-se adquiri-lo ou geri-lo, sob pena de comprometer a História
local. Estamos cientes das dificuldades financeiras pelas quais o Município
atravessa, mas está na hora de assumir estratégias para o futuro, empenhando-se
para que a História da cidade não saia lesada.
Já o edifício do Castelo, pela sua imponência e localização
deve ser alvo de um sério plano de recuperação, assumindo a Universidade do
Minho um direito preferencial, dado ser já detentor de parte do imóvel.
Choca, com certeza, andar no centro da cidade e visualizar
um edifício monumental degradado, com sinais de abandono.
Há já anos que se fala num Hotel de Charme ou na Galeria de
Arte Contemporânea…as ideias são boas, mas são um cheque em branco para alguém
assumir a despesa.
Cheque foi aquilo que as Infraestruturas de Portugal e a
GDTF fizeram à cidade de Braga…colocaram, sem aviso prévio, imóveis de grande
valor histórico e/ou geográfico à venda, numa intenção que parece irreversível.
Não queremos que seja um cheque mate, pugnando para que os
edifícios reis da cidade possam escapar ilesos, sendo esta situação a
oportunidade de gizar estratégias de valorização do património.
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