Recriar
o associativismo
No passado dia 18 de maio,
celebrámos o Dia Internacional dos Museus com a reabertura de vários museus e
monumentos no país, que se viram obrigados a fechar durante cerca de dois
meses.
Aquele que seria um dia com os
museus da cidade abertos ao público, repletos de atividades dedicadas aos mais
novos, tornou-se no tão esperado dia da (re)abertura dos espaços que, apesar de
comemorarem o “desconfinamento”, mantiveram a ponte até então criada devido ao
Estado de Emergência. Continuamos com
visitas virtuais disponíveis em alguns dos maiores museus, entre outras
atividades. No entanto, pede-se agora que, com as devidas precauções, os
visitantes voltem a encher de vida os espaços museológicos.
Com necessidade de (re)adaptação
está também o associativismo. Quem vive o associativismo, sabe que é uma
atividade organizada por pessoas e para pessoas, o que hoje em dia implica
inúmeras restrições. Contudo, não é por isso que nos devemos esquecer deste
setor tão importante na nossa sociedade. A JovemCoop, enquanto associação
juvenil que visa preservar e proteger a natureza, o património e a cultura,
fará tudo o que for possível para manter as suas atividades, agora adaptadas
aos novos tempos. Pretendemos transformar os nossos habituais percursos em
parceria com a Braga+, em “Percursos Bracaros”, em direto nas nossas redes
sociais, começando já no sábado dia 6 de junho, pelas 10h30. Para aceder à
visita basta seguir a conta do Facebook da JovemCoop e aderir ao direto. Desta
forma, acreditamos não só estar a combater o afastamento das pessoas aos locais
mais carismáticos da cidade, mas também a trabalhar para manter aproximação da
cultura que os bracarenses sempre tiveram. Esta, entre muitas outras atividades,
resulta de uma reinvenção, pois acreditamos que é necessário combater a
generalização do pensamento “este ano cancelamos tudo, porque não se pode fazer
nada”. É verdade que atravessamos um dos maiores desafios dos últimos tempos,
mas se há coisa em que o associativismo sempre foi bom, é em ter um efeito
camaleónico de adaptação às circuntâncias.
Nos tempos que correm, a cultura
e a valorização do património não podem ser esquecidas, ou passadas para planos
inferiores. Um excelente exemplo da valorização do património foi a notícia da
Junta de Freguesia de S. Victor, que mostrou vontade em adquirir a Capela de
São Victor-o-Mártir. Quem já visitou connosco as Sete Fontes, com certeza que
parou na frente daquela “Capela”, que apesar de ser um marco na história da
cidade se encontra ao abandono. A proposta da Junta de Freguesia de S. Victor,
consiste em requalificar o local, transformando-o num núcleo museológico da
história da freguesia. Esta é claramente uma proposta visionária de quem cuida
e protege o património, pois esta autarquia conseguiu ver, num local que,
devido ao seu elevado estado de degradação, não tem muita relevância
arquitetónica, mas que é, indiscutivelmente, um marco na história da freguesia.
Esta é uma forma de cuidar e promover um ativo da História da Cidade. É certo
que em tempos, tal como o nome indica, aquele local seria utilizado para o
culto religioso, no entanto, transforma-lo num núcleo museológico é dar-lhe o
merecido reconhecimento. Afinal, segundo a lenda, terá sido naquele local que
São Victor afirmou a sua fé, pois ao cruzar-se com um cortejo de celebração à
deusa Ceres, negou juntar-se às festividades alegando acreditar apenas num só
Deus, começando desta forma a ser martirizado por um povo que não aceitava a
religião cristã. Toda a vida de S. Victor está retratada nos azulejos da Igreja
de S. Vitor, inclusive esta passagem fulcral na vida de Victor, que o tornou um
santo martirizado. Se nunca reparou neste local, esteja atento ao nosso
Facebook, pois contamos passar por lá num dos nossos “Percursos Bracaros”.
Enquanto vamos (re)criando as
nossas atividades e voltando à normalidade possível, desafiamos todos os nossos
amigos leitores a participarem nas atividades online, para que, em segurança,
todos possam ir conhecendo melhor a nossa cidade.
Da nossa parte, sabemos que “Vai
Ficar tudo bem”, incluindo a valorização do nosso património!
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