27 de outubro de 2014

Percurso pela Braga Assombrada


O dia 31 de outubro, o chamado Dia das Bruxas, é uma data frequentes vezes associada a superstições e vivências paranormais. Em Braga não faltam histórias que abonam a existência de fenómenos sem explicação, boatos de estranhos ruídos associados a habitações de grandes dimensões e incomensurável valia de âmbito patrimonial.

De forma a explorar os casos paradigmáticos do património bracarense desaparecido e, tomando como mote os rumores de assombração, as associações JovemCoop e
Braga + vão organizar, na próxima sexta-feira, 31 de outubro, um percurso noturno que contempla a visita a estes locais. O ponto de encontro é às 21h30, junto ao Theatro Circo.

Não vamos, naturalmente, abordar apenas essas histórias que assombraram o imaginário bracarense e que acabaram por condicionar a posterior ocupação de alguns edifícios emblemáticos, mas procuraremos recordar o trágico destino que alguns desses lugares “assombrados” acabaram por ter.

A última década e meia acabou por revelar-se nefasta para o património bracarense, particularmente para os exemplares patrimoniais que marcaram a última metade do século XIX e primeiro quartel do século XX. A denominada arquitetura romântica bracarense, muito recorrente nesta fase, deixou muitos fantasmas para a posteridade e certamente alguns amargos de consciência naqueles que patrocinaram a sua destruição.

O percurso terá a duração de cerca de 90 minutos e conta com algumas surpresas para os participantes.


Apareçam!!

20 de outubro de 2014

O Brasão tão desejado



O Brasão de Armas da Casa de Bragança volta ao topo da Mãe de Água do Dr. Alvim de Baixo

A SURPRESA  não poderia ser melhor (e maior, até).

Este fim de semana, aquando de uma visita ao Complexo Eco-Monumental das Sete Fontes, deparamo-nos com a recolocação do Brasão de D. José de Bragança no topo da mãe de Água do Dr. Alvim de Baixo.

Este brasão, em excelente estado de conservação (bem esculpido e menos erosionado que o Brasão do mesmo arcebispo que encima a Mãe de Água do Dr. Amorim - a norte do Complexo Eco Monumental) terá sofrido uma tentativa de roubo/vandalismo há quase 2 décadas, segundo relatos do Agueiro, Sr. Joaquim Peixoto.

Numa 2ª feira de manhã, este funcionário da AGERE, responsável pela manutenção das Sete Fontes, chegou ao local e deparou-se com o brasão em pedra derrubado, à porta da Mãe de Água e danificado.

As peças graníticas foram recolhidas e colocadas nos depósitos de água situados em Montariol. Ficou lá guardado, resguardado de ser contemplado e privado da sua função, até ao final da semana passada.

Com as obras de recuperação e valorização do Complexo Monumental, que estão a decorrer desde Junho do corrente ano, o Brasão voltou ao seu sítio original e não passa despercebido a quem entra no Complexo pelo extremo sul, da Rua Nuno Morais.

Por ser uma reivindicação antiga que agora foi cumprida, todos os amigos das Sete Fontes ficam agradecidos e muito agradados com esta boa notícia.

Os nossos parabéns à CMB e à AGERE por darem mais este sinal de requalificação dos monumentos, que conduzam à constituição do Parque Verde das Sete Fontes.

14 de outubro de 2014

Artigo de Opinião - Dar Braga aos Bracarenses


Dar Braga aos Bracarenses

A última semana foi, para nós, uma semana de boas notícias. Certamente já ouviu falar do Orçamento Participativo (OP) 2015 ou, pelo menos, de algum dos projetos que concorreram a esta iniciativa.
Não iremos aqui abordar a qualidade ou a importância dos projetos, pois para isso existiu uma votação online realizada pelos bracarenses. Vamos antes perceber a importância que iniciativas, como o Orçamento Participativo 2015, têm na cidade.

Mais do que um fundo financeiro disponível para apoiar a cidade, o Orçamento Participativo é, na nossa opinião, uma iniciativa exemplar onde os habitantes da cidade são os principais agentes de intervenção. Através desta iniciativa os cidadãos tiveram a possibilidade de decidir como utilizar parte do Orçamento do Município, mais precisamente quinhentos mil euros, em prol de Braga.

Todos os bracarenses puderam participar de duas formas: criando os seus próprios projetos, tendo sempre um bem comum como objetivo, e/ou votando no projeto que lhe suscitasse mais interesse. Deste modo, foi delegado aos cidadãos a possibilidade de decisão, o que se refletiu em novos direitos, mas também novas responsabilidades, pois foi pedido que todos concorressem e votassem com consciência.

Para o primeiro ano desta iniciativa, os resultados foram espantosos, pois foram selecionados para votação quase cem projetos, dos quais seis conseguiram o financiamento. Esta decisão foi tomada democraticamente através de uma votação onde se registaram cerca de cinco mil votos e que, para nosso agrado, escolheu projetos de diversas áreas de intervenção, destacando-se o património (material e imaterial).

Dada a grande mobilização dos bracarenses, no que ao Orçamento Participativo diz respeito, só se pode esperar que todos os projetos corram pelo melhor e que para o OP 2016 haja ainda mais adesão por parte de todos, n
ão só na votação, mas também na elaboração de mais e melhores candidaturas.

Outra das boas notícias da semana foi a comemoração dos 120 anos da Fábrica Saboaria e Perfumaria Confiança. Fundada a 12 de outubro de 1894, esta fábrica é o único pedaço “vivo” que nos resta sobre história da indústria bracarense. A que em tempos foi a mais importante e maior fábrica bracarense, hoje não é muito mais do que quatro paredes e muitas recordações.
Recordações essas que se fizeram ouvir no último fim de semana com as duas iniciativas da Câmara Municipal na atividade ‘À Descoberta de Braga’.

A abertura das portas da fábrica simbolizou, para nós, a “abertura dos olhos” dos bracarenses, pois a grande maioria entrou ali pela primeira vez e que tomou conhecimento de mais um edifício degradado fisicamente. Mas voltou a “humanizar-se” pela narração de histórias que os antigos funcionários tiveram a amabilidade de partilhar. Prova do sucesso da indústria dos sabonetes em Braga é a ainda existente marca ‘Confiança’ comprada e comercializada pela marca ‘Ach Brito’.

No entanto, caro leitor, na nossa opinião viver de recordações não é o destino de Braga. Para a nossa cidade esperamos sempre um futuro melhor e mais promissor do que preservar quatro paredes de história, esperando a recuperação dessas quatro paredes como merecida homenagem à história que elas contam. Assim, esperamos que, mais do que a abertura temporária das portas do edifício, a CMB, atual proprietária, o preserve.

Quem sabe se edifícios como este, que infelizmente abundam na cidade, não farão parte do próximo Orçamento Participativo? Deste modo, e em jeitos de conclusão, desafio-o a si, caro leitor, a incluir a Saboaria e Perfumaria Confiança num futuro projeto para o Orçamento Participativo 2016…