26 de setembro de 2012

Todos os caminhos...Os Caminhos Romanos na Vida de S.Victor

Percorrer os caminhos romanos no âmbito das Jornadas Europeias do Património

 
Os Caminhos Romanos na Vida de S.Victor
Bracara Augusta era uma das mais importantes cidades romanas do Noroeste Peninsular. Desde o centro da cidade romana partiam 5 vias que se ligavam a outras importantes urbes.
A nossa proposta para o dia 29 de Setembro é percorrer alguns troços das duas vias romanas que saíam de Bracara Augusta em direcção a nascente.
Quer a Via XVII, quer a Via XVIII ligavam Bracara Augusta à cidade de Asturica Augusta, contudo tinham traçados diferentes, com a última a conhecer um traçado menos sinuoso e mais curto.
Além de caminharmos nas Vias Romanas, aproveitaremos a oportunidade para conhecer a vida de um Santo ligado à cidade de Bracara Augusta e que foi martirizado pelos romanos, por não professar a religião desse povo.
Assim, daremos a conhecer os principais locais da vida de S.Victor, restituindo os últimos caminhos que fez, desde que cruzou com o cortejo aos deuses romanos até ser degolado e o seu corpo abandonado.
Proposta de Atividade: Sábado, 29 de Setembro
 
  • 10h – Concentração dos participantes junto do “miliário” no Largo da Senhora-a-Branca e contextualização histórica da Via XVIi;
  • 10h15 – Igreja de S.Victor – Os Caminhos Romanos na vida de S.Victor, a partir dos painéis de azulejos da Igreja;
  • 11h00 – Percurso pela Via XVIII e Capela de S.Victor-o-Mártir, lugar onde terá nascido S.Victor;
  • 11:45 – Percurso entre a Via XVIII e XVII até alcançar a Capela de S.Victor-o-Velho, onde S.Victor terá sido morto pelos romanos;
  • 12:30 – Fim da Actividade;
Extensão do percurso: 4,5 Km
Tempo estimado: 2h30
Dificuldade: Fácil
Ter em atenção:

 - Inscrição prévia;

 - Levar chapéu;

 - Vestuário e calçado adequado;

 - Levar máquina fotográfica;

 - Levar água;

No âmbito da celebração das Jornadas Europeias do Património, que decorrerão entre os dias 28 e 30 de Setembro, a JovemCoop e a Braga2012: Capital Europeia da Juventude, propõem percorrer as vias romanas que atravessam a cidade do lado nascente.

Com efeito, as "Vias Romanas" constituem uma das mais expressivas manifestações do carácter pragmático da cultura romana e, por isso, um dos mais poderosos veículos de romanização dos espaços integrantes do seu vasto império. Ora, percorre-las é, então, reviver um passado que nos é próximo e que, por isso, dá forma ao nosso presente.

Esta ação faz parte integrante do tema Y.Life, apelando ao conhecimento, pelos jovens, do património arquitetónico e multicultural de Braga como parte de 2000 anos de história e da identidade de Bracara Augusta.


Inscrições em: https://www.eventbrite.com/register?orderid=111410130700&ebtv=C&eid=4454643960&client_token=e17611fff6994261b9424972bcc8f966





24 de setembro de 2012

Fotografias "Arqueólogo por um Dia" 22/09

 
 
No passado dia 22 de Setembro, a JovemCoop realizou, no Museu D. Diogo de Sousa, mais uma iniciativa do "Arqueólogo por um Dia", com o apoio da BragaCEJ2012.

Durante o período da manhã, além da escavação e da descoberta de várias estruturas, os participantes tiveram a possibilidade de perceber que a Arqueologia também lida com matemática, topografia, fotografia, desenho, etc.

As fotos desta actividade estão no nosso facebook.


 

Braga Celta e o sucesso do evento

"Diário do Minho" 21/09/2012

"Diário do Minho" 23/09/2012

"Correio do Minho" 24/09/2012
 
Há várias formas de medir o sucesso de um evento. Poder-se-á fazê-lo pelo número de visitantes, pelo tempo de realização, pela logística envolvida versus os recursos financeiros dispensados, etc.

O evento de recriação histórica Braga Celta foi um sucesso porque durante 4 dias levou milhares de pessoas a uma zona que poucos conheciam ou que já não visitavam há muitos anos; A Braga Celta foi um sucesso porque de iniciativa local, de parcos recursos, tornou-se um  evento projectado a nível nacional e com um estrondoso índice divulgativo; Foi um sucesso porque mobilizaram as pessoas da freguesia de Esporõres, onde se situa o local de Santa Marta das Cortiças, e estas foram as principais obreiras do produto final concretizado.

Além das habitações castrejas, a animação histórica foi ímpar na recriação das lutas, das cenas de caça, nos rituais de fertilidade, nos momentos de lazer e de convívio com a natureza...tudo isto inserido numa paisagem natural, de onde se destacam o coberto vegetal e os enormes blocos graníticos que conferiram uma natureza proto-histórica à recriação.

Mesmo não sendo Braga Celta a designação mais correcta para este evento, e mesmo com todas as dúvidas que foram aqui levantadas, o nosso balanço é que a Braga Celta foi um sucesso e espera-se que, de facto, tenha vindo para ficar, pois é lícito assumir que este evento muito faz pela pedagogia, pelo ensino e pela instrução de todos aqueles que visitaram o local.


Rua dos Chãos: Ordem para preservar

"Diário do Minho" 22/09/2012

Após a chamada de atenção no nosso blogue, mas também no blogue Braga Maior e no Braga On, o "Diário do Minho", além de dar conta da nossa indignação, foi aferir junto dos Serviços Municipais de Arqueologia o que iria ser feito com os achados arqueológicos da Rua dos Chãos.

A resposta é que "as ordens são para preservar"!

Esta preservação lança uma nova questão: Em que moldes será feita? Deixando-a no sítio e tapando com geotêxtil e brita?
E as pedras que faziam de tampa à galeria, ficarão no sítio ou desaparecerão dali como aconteceu na Rua de S. Vicente?

Lembramos que na Rua de S. Vicente foi descoberta a continuação da galeria agora à mostra na Rua dos Chãos, de onde levantaram as pedras de tampa e essas desapareceram. As pedras das canalizações das Sete Fontes foram tapadas com geotêxtil e a galeria foi aterrada, não deixando ao traseunte qualquer identificação daquele testemunho histórico?

É esta a preservação de que se fala? É pouco para uma cidade que se quer evoluída e permanentemente distinta como Capital Europeia.



Entre Aspas, a Semana Europeia da Mobilidade e as Vias Cicláveis

"Diário do Minho" 24/09/2012

"Diário do Minho" 24/09/2012

O "Entre Aspas" desta semana relança a temática da mobilidade na Cidade de Braga, aproveitando o facto de se ter celebrado a Semana Europeia da Mobilidade, cuja maior expressão vai para o Dia Sem Carros.

Uma vez mais, a Cidade de Braga não aderiu a esta iniciativa pedagógica, que visa sensibilizar os cidadãos para as formas alternativas de mobilidade, dando destaque às caminhadas, à bicicleta e até ao uso do transporte público.

Não deixa de ser um paradoxo a cidade que se está a regenerar para ter a maior área pedonal não sensibilizar as pessoas para fruir da mesma, sabendo da contestação que este programa tem vindo a sofrer.

Perde-se aqui uma oportunidade para se mostrar o benefício destas requalificações e as boas intenções do executivo municipal em exercício. Mas parece não haver vontade de investir na sensibilização ou ter orgulho nestas obras, talvez por saberem da dúvidas que existem em torno do resultado final (não tanto pela estética, mas pela funcionalidade). Lembramos que nenhum dos projectos de requalificação em curso, apesar de aumentar a área pedonal, previu uma área ciclável ou de outro tipo de transportes amigos do ambiente.

Curiosamente, a Câmara de Vila Nova de Famalicão apresentou a rede das vias cicláveis, dando provas da vontade de dotar a cidade de formas alternativas dos cidadãos se deslocarem. Esta rede de vias cicláveis é composta por seis percursos que se interligam no centro da cidade, mas que partem de polos distantes entre si, compondo uma alternativa para vários pontos de deslocação.

Braga precisa de aprender com as cidades vizinhas que com pouco muito se faz e que há várias formas de aderir à Semana Europeia da Mobilidade, dando enlevo à qualidade de vida dos cidadãos.


Braga e o Turismo à moda antiga

"Correio do Minho" 22/09/2012

A Câmara Municipal de Braga propõe celebrar o Dia Mundial do Turismo a partir de uma iniciativa que já provou levar centenas de pessoas ao centro, reviver os tempos do antigamente.

Nos dias 27 a 30 de Setembro, a Avenida Central acolherá a "feira à moda antiga", onde surgirão iniciativas associadas à venda de produtos agrícolas, à animação popular e à recriação de ofícios artesanais.

Esta iniciativa louvável, mostra aos mais novos um tempo não muito distante, mas muito diferente daquele que vivemos actualmente. Tem o mérito de ajudar pessoas de meia idade e/ou mais experimentadas a reviver momentos de outros tempos.

No dia 30 surge o Cortejo das Freguesias, onde as freguesias poderão mostrar o que têm de melhor e o que as distingue umas das outras, destacando o seu factor de diferenciação positiva.

Não deixa de ser curioso como esta Feira à Moda Antiga é realizada, no Dia Mundial do Turismo, numa cidade que explora ainda de forma antiga os seus recursos turísticos (ver aqui), mas também provoca um Cortejo das Freguesias, num momento em que se discute a fusão de freguesias e a reorganização do território. Será esta uma forma de sensibilizar ou provocar discussão?


No Este nada de novo...não aprender com os erros!

"Diário do Minho" 22/09/2012
 
Ao longos dos anos, a cidade de Braga cresceu e desenvolveu-se nas margens do Rio Este. Inapropriadamente, permitiu-se construir nos leitos de cheia do rio, e este, quando aumenta o caudal, sobretudo após intensas intempéries, tende a invadir garagens e habitações.

Agora, no âmbito do projecto de "renaturalização" do Rio Este, volta-se a cometer um atropelo à natureza e permite-se construir uma via ciclável (?) por cima de uma zona murada, que estreita o rio, e faz ainda túnel por baixo de uma ponte na Rua Bernardo Sequeira (opção que causa algum constrangimento por criar uma zona escura e deserta).

Os moradores estão descontentes e já deram nota disso a elementos do executivo camarário, que parecem não ter vontade, nem receptividade de alterar o projecto.

Estreitar ainda mais o leito do rio é estar a pedir que aconteçam novos desastres e haja motivo para a natureza fazer valer o seu braço forte.

Aquando do período de discussão pública, a JovemCoop enviou um conjunto de sugestões à Agência Portuguesa do Ambiente, destacando a necessidade de devolver vida às duas margens e de se impedir mais construção que prejudique o curso da água. (ver aqui documento).

Este pode ser um caso (constantemente repetido) de como Braga e o executivo camarário, responsável pelas opções de desenvolvimento da cidade, não aprendem com os erros do passado.


Celebrar o Dia Internacional do Idoso



"Diário do Minho" 23/09/2012

No próximo dia 01 de Outubro celebra-se o Dia Internacional do Idoso.
A Junta de Freguesia de S.Victor, dando continuidade a uma acção já com vários anos, voltará a celebrar este dia no fim de semana de 29 e 30 de Setembro.

Renovando o convite aos nossos amigos do Grupo Coral de Guadalupe, é certo que está garantida a animação e a musicalidade.

No ano passado, além das cantigas animadas, houve lugar a uma rusguinha popular, reforçando a animação da plateia. Foi bonito ver toda a gente a dançar ao som do antigamente.

Por isso, dia 29/09, na Colónia da Apúlia, vai haver novos momentos de diversão e animação, entusiasmando todos aqueles que aderirem a esta iniciativa louvável da Junta de Freguesia de S.Victor.



Encontros da Imagem - testemunho de Prata

"Diário do Minho" 24/09/2012

Ao fim de 25 anos, o director e mentor da iniciativa cultural "Encontros da Imagem" passa o testemunho.

Rui Prata, também director do Museu da Imagem de Braga, foi o principal impulsionador deste evento de destaque, que colocou Braga num circuito cultural associado à fotografia, à imagem e à captura de um tempo.

O testemunho que agora passa é por querer deixar que "os mais novos" dêem seguimento a este certame, ficando, desde já, o nome de Ângela Ferreira associado à continuidade do evento.

O mérito desta acção revitalizará os "Encontros da Imagem", deixando no ar o desafio de dar seguimento a um trabalho exemplar e de relevo no panorama cultural Bracarense.

A Rui Prata, um obrigado por ter trazido para Braga esta excelente iniciativa!


BragaCEJ2012 e o Centro Europa Atlântico

"Diário do Minho" 23/09/2012

Esta é uma grande notícia que apenas provocou uma tímida notícia nos jornais.
Esta iniciativa de Braga albergar um Centro Europa Atlântico projectará a nossa cidade como uma das cidades europeias com trabalho efectuado em rede e que se destacará pela sua forma de desenvolver competências a partir de um processo de educação não formal.
 
A ideia partiu de uma série de conferências internacionais no decorrer da Braga Capital Europeia da Juventude (CEJ) e foi apresentada durante a Cimeira Europa-América, de preparação da Cimeira de chefes de Estado do espaço Ibero-Americano, que terminou ontem em Braga.

"O centro tem vocação local regional no apoio aos jovens e às suas organizações no sentido da capacitação destes, de igual forma a nível nacional e internacional", refere Carlos Santos, da CEJ, que explica que o projeto será "uma expressão viva" das propostas do Parlamento Europeu de Braga e das três cimeiras internacionais realizadas no decorrer da CEJ. O Centro Euro-Atlântico de Juventude conta com o Apoio do Instituto Português do Desporto e da Juventude e assume esta vocação de cooperação internacional com os três continentes e suas estruturas representativas juvenis. O espaço também terá como função ser a sede da Rede Europeia de Capitais Europeias de Juventude.

DARÁ IMPULSO À DISCUSSÃO DE POLÍTICAS EUROPEIAS
Uma das funções do centro será, para além de preparar jovens através da educação não-formal, constituir grupos de jovens europeus para discutir as políticas europeias da juventude.
 




21 de setembro de 2012

As canalizações da Rua dos Chãos

Peças de conduta, partidas para fazer de tampa à galeria

Aspecto da galeria, onde se vêem as peças de conduta que traziam água das Sete Fontes

Peças de conduta que traziam água das Sete Fontes aproveitadas para muro da galeria

No âmbito do programa " A Regenerar Braga" temos vindo a assistir a vários intervenções de arranjo das superfícies que, curiosamente, acabam por intervir no subsolo.

Com a vontade de requalificar praças e ruas do nosso centro histórico, a CMB entregou as empreitadas a várias empresas de construção civil, que estão no terreno, a todo gás (mas a fazer tudo com muita calma) na demanda de cumprir as missões para as quais foram contratadas.

Agora a intervir no topo norte da Rua dos Chãos, volta-se a assistir à abertura de valas para também regenerar a rede de águas e saneamentos. Curiosamente, volta-se a assistir, de igual forma, ao aparecimento da galeria de uma galeria, composta por manilhas graníticas que faziam parte da ancestral canalização de águas das Sete Fontes ao Centro da Cidade.

Estejam em funcionamento ou desactivadas, aquelas pedras são um recurso patrimonial identificado e que merece ser tratado com o respeito de quem muita vida deu à cidade.

Não se percebe porque é que estas peças de condução continuam a ser tão mal tratadas...parte das pedras que fazem de tampa à galeria são elementos reaproveitados das manilhas graníticas, que foram partidas a meio para compor a cobertura. Mas estas pedras estão a ser arrancadas à máquina, sem qualquer medida de protecção, não estão a ser inventariadas, nem tão pouco se sabe se ficarão no seu sítio ou se serão levadas para parte incerta, descontinuando parte da história que contavam.

Assiste a uma vergonha forma de tratar o património, continuando a não aproveitar estes elementos diferenciadores para trazer vida, história e cultura às nossas ruas.


17 de setembro de 2012

O Cruzeiro da Senhora-a-Branca, Monumento Nacional e as intervenções

retirado de www.geocaching.com

O Cruzeiro da Senhora-a-Branca é Monumento Nacional desde 1910 (Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto) ).

As obras levadas agora a cabo no jardim da Senhora-a-Branca e Avenida Central deveriam ter o parecer da Direcção Regional de Cultura, aprovando as medidas de minimização e salvaguarda deste imóvel nacional. 

O Cruzeiro hoje situado no Largo da Senhora-a-Branca, terá sido originalmente erguido na zona do antigo Campo de Santana (actual Avenida Central de Braga), junto à Torre de Menagem da cidade, onde aparece representado num Mappa das Ruas de Braga de 1750. Por via desta localização original, da qual aliás lhe advém a designação corrente, este cruzeiro tem sido identificado com aquele que o Arcebispo D. Diogo de Sousa refere, na relação das obras que mandou fazer em Braga, como "uma cruz no dito Rossio de Santana com seus degraus e a haste de pedra de Viana". De facto, D. Diogo de Sousa quis enriquecer a sua cidade com muitas obras, e rasgou, entre outros, o próprio largo de Santana, onde mandou colocar uma autêntica colecção arqueológica composta por marcos miliários provenientes das vias romanas de Braga. Embora à primeira vista não pareça provável que este cruzeiro em particular lhe possa ser atribuído, visto que o arcebispo morre em 1532, enquanto o monumento exibe uma feição clássica aparentemente mais tardia, a verdade é que D. Diogo surge como um verdadeiro humanista, homem de grande cultura e aggiornamento, sonhando para Braga a grandeza de uma Roma em menor escala; é assim plausível imaginar a encomenda de um cruzeiro tão moderno quanto este, com claras alusões imperiais (romanas). 
Sobre um soco de sete degraus quadrangulares assenta um paralelepípedo ao alto, com quatro faces molduradas com festões e tachas planificadas, reproduzindo o trabalho de placas de metal, e enquadrando almofadas prismáticas interrompidas. Sobre o tabuleiro quadrado que encima o pedestal eleva-se a base do fuste, coluna de secção circular monolítica, mas com decoração distinta no terço inferior, ornado de pontas de diamante, e nos terços superiores, com caneluras. O capitel é um exemplo quase puro da aplicação da ordem coríntia, de acordo com a sua utilização renascentista mais erudita. A rematar o conjunto, e sobre um pequeno acrotério, uma esfera serve de base a uma severa cruz cardinalícia (com dois braços horizontais, mais curto o superior), de secção quadrada, rematada por cinco pontas de diamante. O cruzeiro foi retirado do Campo de Santana, e levado para a sua presente localização, em 1915. 


Com a remoção de terras que está a acontecer, com o escandaloso abate de árvores que está a ser realizado, e dado que a lei do Património 107/01 diz que O enquadramento paisagístico dos monumentos será objecto de tutela reforçada esperava-se que houvesse maior intervenção e ajuizamento sobre a intervenção que agora está a decorrer.

Além de que se este monumento tivesse um Plano Director ou uma Zona Especial de Protecção, provavelmente, aquelas árvores não conheceriam um trágico destino. Como se costuma dizer...as árvores devem morrer de pé!

Agenda BragaCEJ2012 - 17 a 23 de Setembro

Agenda BragaCEJ2012

A Agenda desta semana vem recheada com várias iniciativas, desde música, recriações históricas, seminários, festivais radicais e, claro, património.

Destacamos a realização do "Arqueólogo por um dia" (Arqueologia do Passado ao Futuro), no próximo Sábado, dia 22, às 10h no MDDS, uma actividade da JovemCoop!


Igreja do Carmo será Imóvel de Interesse Público - classificação como monumento

"Diário do Minho" 15/09/2012

É com surpresa e agrado que recebemos a notícia da classificação da Igreja do Carmo.
Uma das mais expressivas igrejas de Braga, que merece o epíteto de monumento, dada a sua História e riqueza patrimonial de várias cronologias, será classificada como Imóvel de Interesse Público, após um acto que decorre há cerca de 11 anos.

Esta Igreja, onde habitam os frades carmelitas de pé descalço, foi fundada em 1635 e, quem olha do exterior vê uma arquitectura completamente diferente.
No início do Século XX, a fachada foi completamente demolida e reconstruída sob o projecto do "famoso arquitecto" João Moura Coutinho (1872 – 1954).

A 11 de Outubro de 1655 os onze religiosos que jaziam na primitiva residência das Carvalheiras são transladados para o convento. (in www.monumentos.pt - Convento de Nossa Senhora do Carmo, IPA - Inventário do Património Arquitectónico )

Em 1834 o convento passa para a Irmandade de Nossa Senhora do Carmo, na sequência da extinção das ordens religiosas, e em 1837 o convento é cedido à CMB, para lá ser instalado um quartel militar, mercado do gado e mercado do peixe em partes distintas da cerca e do convento.

Apesar de ser reconhecida que Braga possui um vasto conjunto patrimonial de relevo, poucas são as igrejas ou edifícios de valor histórico-arquitectónico que estão classificados como Monumento.
A pertinência da classificação justifica-se pela necessidade de haver quem melhor possua vir a salvaguardar os conjuntos patrimoniais e envolventes de serem destruídos e/ou alterados de forma prejudicial à sua valorização.

Braga deve, pois, ficar contente com o fecho deste processo de classificação.


Medidas danosas, a voz do povo e o estacionamento de Braga

"Diário do Minho" 16/09/2012

Os tempos actuais são difíceis e as medidas anunciadas, recentemente, pelo Governo (estrategicamente antes de jogos da selecção), poderão mergulhar o nosso país no limiar da pobreza.

Se certo é que muitos viviam acima das suas possibilidades, mais certo é que muitos vivem à custa dos outros.

Num repto lançado nas redes sociais, milhares de cidadãos indignaram-se contra a actual conjuntura e medidas do governo e manifestaram-se em prol de mais justiça social.

Braga não faltou ao chamamento e milhares de pessoas (estimam-se cerca de 6000 pessoas) marcaram presença na Avenida Central.

O jornalista ao serviço do jornal Público, ia relatando assim os acontecimentos:

16h36, Braga Começa a ser difícil quantificar o número de participantes na manifestação de Braga. Quando começa uma assembleia popular num palco instalado na Avenida Central, há cerca de 6000 pessoas a participar no protesto, mas, a cada momento, vai chegando mais pessoas ao centro da cidade. Samuel Silva

16h06, Braga O percurso da manifestação contra as medidas de austeridade feito pelas principais ruas da cidade fez com que mais pessoas se juntassem ao protesto. Neste momento são já cerca de 5000 pessoas que cruzam o jardim de Santa Bárbara, novamente em direcção a Avenida Central. Samuel Silva
15h47, Braga A manifestação já conta com cerca de 2000 pessoas, muito acima do registado nas ultimas manifestações de indignados na cidade. O protesto segue agora em cortejo pelas principais ruas bracarenses, acompanhado por um dispositivo policial de cerca de 15 agentes da PSP fardados. O euro deputado Rui Tavares é presença notada na manifestação, dizendo-se "emocionado" com a mobilização popular na cidade. "Não tenho muito mais a dizer do que as outras pessoas que aqui estão. Estamos todos a fazer a mesma reivindicação contra uma luta de classes dos ricos contra os pobres", destacou, em declarações aos jornalistas. Samuel Silva
15h30, Braga Cada vez mais pessoas juntam-se ao protesto. Sao já perto de mil pessoas. Os jovens estão na fila da frente, mas reuniram-se também reformados, professores, pequenos empresários e desempregados. As palavras de ordem dirigem-se sobretudo ao primeiro-ministro e ao ministro das Finanças, mas há também cartazes de protesto com a cara de Paulo Portas e críticas ao PS. Samuel Silva
15h15, Braga À hora marcada, a manifestação no centro de Braga conta com cerca de 200 participantes. Reunidos junto à esplanada da Avenida Central o grupo, maioritariamente constituído por jovens, empunha faixas pedindo a "suspensão do pagamento da divida" e grita repetidamente a frase "Passos, ladrão, teu lugar é na prisão". Samuel Silva

Apesar desta expressiva manifestação, algumas pessoas declararam aos órgãos de comunicação social escritos que se fosse para o visionamento de um jogo de futebol, estariam ali muitas mais pessoas.

Ainda assim, a capacidade de mobilização é de enaltecer, sobretudo quando se diz que os portugueses são um povo de brandos costumes. Talvez assim os nossos governantes comecem a perceber que há um limite no sufoco causado às pessoas e que medidas mais acutilantes devem passar pela reformulação dos danosos contratos das parcerias público privadas.

Um caso perto de nós, que deveria merecer uma forte chamada de atenção é o facto de se concessionar por um largo período de anos, as receitas dos parquimetros, no privatização dos lugares de estacionamento da cidade de Braga. Claramente numa postura de receita imediata, compromete-se uma das poucas regalias que poderiam ser dadas aos cidadãos que habitam ou fazem a sua vida no centro da cidade. Mais, parece uma estratégia para adquirir liquidez imediata e comprometer as receitas do futuro.

Talvez esta medida danosa para Braga merecesse uma manifestação...bracarenses indignados contra uma péssima política de fazer cidade.


Encontros da Imagem - uma grande âncora cultural

"Correio do Minho" 13/09/12

"Diário do Minho" 15/09/12

Provavelmente muitos cidadãos poderão ainda não se ter apercebido que Braga acolhe já os "Encontros da Imagem", contudo, já poucos serão indiferentes à estratégia de comunicação deste evento, assente em estruturas metálicas ou em cilindros com a publicidade às várias exposições.

Talvez não nos apercebamos o quanto este festival divulga Braga e da forma como se constitui uma âncora de atracção á nossa cidade, mas há que reconhecer que será o evento mais expressivo na cultura de Braga, por não só possibilitar as exposições de autor, como desenvolve o sentido de mecenato (o Prémio "Emergentes" da DST), a divulgação de vários sítios que acolhem as exposições (desde o MDDS, ao Mosteiro de Tibães, o Museu Nogueira da Silva, o Espaço Cultural Pedro Remy, entre outros), e ser suficientemente atractivo para trazer visitantes a Braga.

Destacamos, ainda, o homem que delinea este evento, pois o Dr. Rui Prata merece ser enfatizado pela (invulgar) acção cultural que enraiza em Braga, e por conseguir realizar um evento desta envergadura com apoios diminutos, tendo em conta a qualidade do mesmo.

Talvez seja o preço por estar longe de Lisboa ou Porto, mas dignifica ainda mais a posição de Braga no panorama cultural.


Santa Marta das Cortiças e a recriação histórica

"Correio do Minho" 14/09/2012
"Diário do Minho" 14/09/2012

A Cidade de Braga recuará, novamente, ao período da Idade do Ferro, recriando historicamente o quotidiano dos povos desta cronologia.

A iniciativa, sendo louvável (porque o saber não ocupa lugar e importa reforçar as nossas potencias históricas como meio de atracção e de educação), causa-nos alguma estranheza por alguns motivos:

1 - Apesar de ser positivo investir numa recriação histórica, dado que já houve uma acção semelhante em Julho, não seria mais benéfico investir o dinheiro na valorização das estruturas ali existentes, antes de haver lugar às recriações? Lembramos que a UAUM tem um projecto formulado para este local, que apesar dos valores serem superiores, este financiamento de 61.500€ poderia ser uma alavanca para se iniciar um projecto de valorização daquele sítio. (ver programa valorização UAUM).

2 - O sítio da Santa Marta das Cortiças está classificado como Imóvel de Interesse Público desde os anos 70 do século passado (ver aqui ficha descritiva no site do IGESPAR).
Para esta recriação histórica, terão sido os serviços da DRCN informados desta intenção e autorizado este evento? Haverá algum acompanhamento por parte dos técnicos da DRCN da instalação do evento, dado que este se situará numa zona classificada?
Lembramos que junto de uma zona classificada, deve haver autorização, para que não se assistam a instalações abusivas e que descaracterizem o sitio (lembramos a recente polémica dos W.C's na festa WAY junto da Sé catedral);

3 - A administração da BragaCEJ2012 que ainda há dois meses afirmava publicamente que havia escassez de dinheiro, dá-se agora oa luxo de apoiar dois eventos semelhantes, separados cronologicamente por dois meses? Qual o critério para a repicação destas iniciativas?

4 - A ser verdadeiro o valor de 61.500€ dispendidos nesta recriação, como justificar ser mais cara que a Braga Romana, evento que é cartão de visita da cidade de Braga, ou seja, uma aposta clara e assumida pelo município de Braga?

5 - Além das cronologias do periodo da Idade do Ferro, a zona da Santa Marta das Cortiças tem outras cronologias associadas às estruturas arqueológicas:

"Entretanto, as escavações arqueológicas conduzidas na estação já na década de cinquenta de novecentos permitiram localizar os alicerces de uma construção constituída por ábside semicircular e três naves, erguida entre os séculos V e VI d. C., enquanto o final dos anos setenta trouxe à luz do dia um número considerável de sepulturas romanas de incineração com bastante espólio associado, identificadas pelos investigadores nas proximidades deste mesmo edifício de tipo basilical. Uma realidade que reafirmava, no fundo, a possível reutilização deste espaço ao tempo da conquista romana, a julgar pelos materiais de construção recolhidos no local por A. Bellino, entre os quais tegulae - telhas rectangulares - e imbrex - telhas em forma de meia cana." (site igespar)

Ou seja, falamos ainda das cronologias romanas e da antiguidade tardia, onde nesta última cronologia assume relevância as "ruínas de um grande edifício de planta rectangular correspondente a um palácio suevo-visigótico e de outro edifício também de planta rectangular correspondente a uma basílica paleo-cristã, este último sobreposto pela estrada de terra batida que dá acesso à rotunda onde se ergue a estátua de Nossa Senhora da Assunção." (vide Programa Valorização UAUM).

6 - Tendo este evento a vontade de formar professores e sensibilizar jovens, terá o programa deste festival conferências, tertúlias e debates com carácter de educação e formação?
Esperemos que sim, pois há muito ainda a fazer no campo do conhecimento e educação sobre estes períodos cronológicos.


Noite Branca veio para ficar...pelo menos em 2013

"Diário do Minho" 14/09/2012

O balanço final da realização da "Noite Branca" é extremamente positivo.

A noite de  08 Setembro será recordada como a altura em que Braga acordou de um "certa letargia" e viveu como uma verdadeira Capital Europeia, desde o programa cultural à mobilidade dos cidadãos, independentemente da sua faixa etária.

Braga foi uma cidade inclusiva e heterogénea, enfatizando a expressão artística da imagem e da música. Milhares de pessoas viram e sentiram a cidade de uma forma completamente diferente devido à realização da iniciativa "Cidades Invisíveis".

Pensamos nós que o festival das "Cidades Invisiveis" foi o grande obreiro da transformação cosmética da cidade, relegando os concertos de música numa âncora de atracção, isto é, os concertos chamaram as pessoas ao centro da cidade, mas o festival das "Cidades Invisíveis" é que deu aquela noção de capital europeia...

Por isso, se a Noite Branca for para repetir como prometido, terá novamente de contar com uma expressão artística de qualidade, senão será meramente uma noite de concertos.
Esperamos, claro, que a realizar-se, tenha igual ou superior qualidade e que perdure para além de um ano eleitoral, pois claramente a cidade de Braga e os cidadãos ficam a ganhar!


Feira Afonsina e as recriações históricas

"Correio do Minho" 17/09/2012

As recriações históricas têm vindo a multiplicar-se e ganho imensos adeptos.
Durante um período de tempo, os locais onde decorrem este tipo de eventos recuam a um determinado tempo, vestem-se a rigor e usam os costumes da época.

Guimarães viajou, no passado fim de semana, ao tempo do primeiro rei de Portugal e recriou uma cronologia longínqua, mas que é tão querida à nossa identidade e nacionalidade.

Notou-se uma enorme afluência a esta recriação histórica e deu-se aqui uma nota de relevo à nossa nacionalidade, numa altura em que Guimarãos se veste como Capital Europeia da Cultura.

Iniciativa de louvar.

Uma vez que Braga já recua ao período romano e começa agora a dar os primeiros passos na cronologia da idade do Ferro (ver aqui e aqui), porque não apostar noutras cronologias como a Braga Medieval e a Braga do Barroco?

A propósito da cronologia medieval e da feira afonsina decorrida em Guimarães, poder-se-ia ter aproveitado as duas capitais europeias (Braga, Capital Europeia da Juventude e Guimarães, Capital Europeia da Cultura) para se recriar a celebração da carta de D. Afonso Henriques a D. Paio Mendes, confimando o Couto de Braga à Sé, datado de 27 de Maio de 1128. Esta carta é conhecida como o Documento de Fundação de Portugal (ver aqui e aqui).

Seria uma oportunidade de estreitar os laços de cooperação das duas capitais europeia, dando um vinculo comum a um só território e celebrando um acto de extrema importância.


O Museu do Brinquedo e as boas ideias para a Confiança

"Correio do Minho" 17/09/2012

Há pouco tempo, quando se falou do concurso de ideias para a Fábrica Confiança, surgiram várias propostas para a revitalização daquele espaço.

Rapidamente o júri do concurso decidiu jogar pelo seguro e optou por projectos mais ou menos semelhantes, com uma visão pouco ambiciosa e algo coincidente com parte do programa do GNRation.

Das valências a apresentar na Fábrica Confiança, tirando o Centro de Ciência Viva, não vemos nenhum rasgo de ideias novas que mereça melhor instalação naquele local.

Quando muitas vozes se manifestam contra a instalação e abertura de mais núcleos museológicos, porque dizem criar duplicação de conceitos e pela falta de interesse do público, o Município de Ponte de Lima uma vez mais torna-se pioneiro em descredibilizar certos mitos.

Aberto há pouco mais de três meses, o Museu do Brinquedo é um sucesso ao alcance de poucos museus, pois sabe comunicar, estar perto do público e divulgar o seu objecto. A sua temática não é indiferente a nenhuma pessoa, pois entre brinquedos que reconhecemos ou aqueles que gostaríamos de ter, ou as curiodades daqueles brinquedos da época dos nossos pais e avós, todos nós sentimos familiariedade a esta temática.

Os números são indesmentiveis... em 3 meses, cerca de 10.000 visitantes! Um número absolutamente fantástico, comprovando que quando há vontade e planeamento, os resultados aparecem.

Porque não aproveitar as instalações da Confiança (ou de qualquer outro edifício com história) para instalar uma valência cultural, aberta ao público e com uma temática que desperte interesse? Há tantas áreas para explorar, que seguramente, seria um sucesso, com retorno humano garantido.


14 de setembro de 2012

Arqueólogo por um Dia!!!


 
O que é um arqueólogo? O que é esta profissão que muitos pensam que só serve para escavar terra, descobrir pedras ou ossos de dinossáurio? E porque andam de pincéis e outros instrumento que parecem nada ter a ver com uma escavação?

A Arqueologia é uma palavra de origem grega: « arqué », antigo, e « logos », estudo, ciência, isto é, a ciência que estuda as coisas do passado.

Mas para descobrir as estruturas ou os artefactos antigos, a Arqueologia não faz só escavação. Há que dominar os princípios matemáticos, saber tirar fotografias, saber como funciona a topografia, o desenho, etc.

Por isso, propomos a todos os interessados saber em que consiste a ciência Arqueologia e perceberem que esta ciência precisa de outras ciência para melhor funcionar.

Além disso, queremos dar a perceber o que faz um arqueólogo e como desenvolve as suas actividades, além de proporcionar um gosto por encontrar objectos e artefactos dos nossos antepassados…é mesmo muito emocionante encontrar, por exemplo, uma moeda com dois mil anos!!!

Propomos aos arqueólogos por um dia que venham conhecer a profissão de arqueólogo e, em contexto de simulação, façam uma escavação arqueológica com vista a conhecer metodologias de trabalho, complementada por visita ao laboratório de restauro e práticas laboratoriais elementares;

Proposta de actividade:
  • Dia 22 de Setembro;
  • 10h no Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa
Tarefas:
  • Escavação arqueológica (em contexto de simulação);
  • Manipulação de fotografia arqueológica;
  • Noções de Topografia;
  • Conceitos de registo em desenho;
  • Visita aos laboratórios do Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa;
Ter em atenção:
  • Inscrição Prévia;
  • Vestuário e Calçado adequado (para sujar);
  • Máquina fotográfica;
  • Lanche para meio da manhã;

 A realização da actividade fica sujeita às condições climatéricas. Em caso de chuva fica cancelada.