26 de abril de 2016

Crónica "Os Cravos do Associativismo"



O dia 25 de Abril, mais precisamente o do ano de 1974 simboliza, de um modo intenso, o verdadeiro sentido da palavra liberdade. Liberdade, foi a grande herança que a Revolução dos Cravos deixou para todo o povo, e que quarenta e dois anos depois é vivida de forma inconsciente.
As reuniões secretas para discutir ideologias, a PIDE, os presos políticos e o “lápis azul” não passam hoje de relatos dos manuais de história onde as mais novas gerações não se reconhecem. No entanto esses relatos foram vividos e sentidos na primeira pessoa por uma grande parte da população que (re) lembra tempos em que viviam “sufocados” pelo regime. Já imaginou, hoje em dia, não poder expressar o seu ponto de vista livremente? Já pensou se o seu telemóvel fosse controlado e só algumas informações chegassem até si? Ou se as suas publicações nas redes sociais fossem censuradas? Se o acesso à internet, ou aos livros fosse condicionado? Noutros tempos, textos como este, já habitualmente escritos pela JovemCoop, seriam revistos, riscados, alterados caso necessário, porque não era permitido a nenhuma entidade expressar-se com ideologias que não fossem de encontro aos princípios do governo.
Hoje em dia, para nós, é natural expressarmo-nos e discordarmos de diversos assuntos publicamente, e quando nos criticam depressa argumentamos o nosso direito à liberdade de expressão. Contudo, nem sempre foi assim, este direito de liberdade devemo-lo a uma geração que há quarenta e dois anos atrás, não baixou os braços e “lutou” para que hoje tivéssemos essa liberdade. Essa geração, a quem muito devemos, teve uma ajuda fundamental para incrementar os ideais defendidos na revolução de Abril, o associativismo.
Nos tempos da ditadura o associativismo era oprimido. Raras foram as associações que perduraram durante o Estado Novo. Só após a queda do regime, consequência da revolução de 74, é que o associativismo floresce em massa, vindo assim reforçar todo o movimento existente na época. O associativismo surge assim como um praticante ativo da democracia. Por um lado este movimento vive a democracia desde a própria associação, como as eleições dos dirigentes ou com a tomada de decisões colectivas. Por outro, devido ao seu papel na sociedade como um agente que consciencializa e que dinamiza a vida dos cidadãos, o associativismo revelou-se uma ferramenta fundamental para a integração e a prática da democracia.
Deste modo percebemos que associativismo é hoje uma das casas da democracia, onde há uma grande liberdade para se reflectir sobre os mais diversos assuntos da sociedade. Hoje, felizmente abundam as associações, com os mais diversos objetivos e temas existindo assim inúmeras oportunidades para que qualquer pessoa tenha oportunidade de refletir e trocar ideias e experiências com pessoas que partilham os mesmos ideais. Assim, acreditamos que também o próximo dia 30 de Abril, tal como o dia 25 do mesmo mês, é um dia muito especial, pois comemora-se o Dia do Associativismo Jovem.

Deste modo, caro leitor, depois de reflectirmos sobre a importância do associativismo desafiamo-lo a juntar-se a uma associação e a dedicar uma parte do seu tempo em prol de uma cidade melhor.

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