"Diário do Minho" 14/11/2012
Na semana passada, foi lançado a Câmara Municipal de Braga lançou o concurso para a construção de uma nova "alameda", a Sul do Hospital de Braga, que, de alguma forma, rectifique o mau posicionamento desta estrutura de saúde.
Como o Novo Hospital foi "encaixado" numa zona cimeira, sem preocupações prévias de acessibilidades, agora é necessário promover uma "regeneração" da via existente, pois esta é, meramente, um estreito caminho, cheio de buracos no pavimento, que se torna ainda mais exíguo com a passagem de dois carros em faixas opostas.
Uma vez mais, parece estranho o concurso público não mencionar certas condicionantes, como um estudo de impacto ambiental, pois, em boa verdade, toda aquela zona ficará transformada.
Importa lembrar que, se por um lado esta nova alameda está fora da zona especial de protecção das Sete Fontes, não é menos verdade que toda aquela zona está repleta de vestígios arqueológicos.
Aqui, inclui-se a zona de reserva arqueológica, designada como Caixas de Água, área que mereceu protecção por parte dos organismos estatais da arqueologia. Lembramos, ainda, que no próprio local onde surgiu o Hospital, apareceram vários vestígios romanos, onde sobressai um fantástico forno romano (que pensamos ter sido destruído sem qualquer vontade justificação patrimonial plausível).
Na zona dos terrenos da Universidade do Minho, onde hoje se situa a Escola de Direito, também surgiu uma extensa canalização romana, que foi intervencionada pela UAUM.
No mapa abaixo, posicionamos a verde a ZEP das Sete Fontes, a amarelo a Zona de Reserva Arqueológica de Caixas de Água, o círculo vermelho maior posiciona o Forno romano e os três círculos mais pequenos induzem à localização inferior da canalização romana.
Com tantas referências arqueológicas, ainda que legalmente possam não estar dentro de zonas de intervenção arqueológica obrigatória, questionamos se vamos assistir a uma nova intervenção do género dos Acessos ao Centro Escolar de Real, onde o limite legal e o bom senso estão separadas por doze metros.
Esquema do posicionamento das áreas de vestígios arqueológicos
1 comentário:
Ricardo a questão dos 12 m da área de protecção é uma falsa questão. Apesar de um projecto estar fora de uma área de protecção não quer dizer que não tenha trabalhos arqueológicos. Alias é crime a destruição de vestigios patrimoniais como parecia estar a acontecer com o desmonte do aqueduto). Se se detectam vestigios patrimonais em uma onbra e segundo a lei de bases do patrimonio a situação tem que ser relata à entidade de tutela o mais rapido possivel e os trabalhos serem suspensos.
Para quem se diz paladino do patrimonio andar ai a cometer crimes....mmmm
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