22 de fevereiro de 2010

De Parque Verde a Praia Artificial das Sete Fontes

As Sete Fontes são um dos monumentos mais completos que Braga possui. Após as várias visitas que lá temos feito, seja ao interior das galerias, seja somente pelo exterior, ninguém fica indiferente e as pessoas que têm conhecido ou revisitado o monumento connosco conseguem perspectivar, naquela área, um fantástico parque verde para a cidade. Aliás, não é de estranhar que, mesmo sem as condições ideais (percursos marcados, papeleiras, bancos, sinalética interpretativa, etc), seja já um sítio bastante procurado por várias pessoas.

Em deslocações àquele sítio é frequente ver pessoas que passeiam os seus animais, casais de namorados que usufruem do sossego daquele local, grupos de jovens que andam de bicicleta, adultos que fazem jogging, ou simplesmente pessoas que procuram um sítio que meditar enquanto passeiam.

Considerando que nestes últimos anos o executivo da Câmara Municipal de Braga tem prometido a execução do Parque Verde das Sete Fontes, a JovemCoop mostrou-se agradada com esta proposta. Quando visualizamos o projecto de que aquela área será esventrada por três vias de acesso, com áreas de construção de urbanizações e sem projecto de arquitectura paisagística, tememos o pior. O Parque Verde das Sete Fontes seria, em nosso entender, apenas o “ Corredor Verde das Sete Fontes”, pois não haveria espaço para o local de fruição, na acepção que gostaríamos de ver implantada.

Agora, em visitas recentes, assistimos a um novo fenómeno…As Sete Fontes já não darão lugar a um Parque Verde, mas sim a uma Praia Artificial. Este fenómeno deve-se, uma vez mais, ao mau planeamento, execução e fiscalização de obras.

É que os amontoados de terras e saibros que a direcção de obras do Novo Hospital reuniu no topo superior do Complexo das Sete Fontes foram mal acondicionados e, com as inevitáveis e imprevisíveis chuvas, estes “montes” artificiais começaram a abater, a deslizar e a invadir a área do Complexo Monumental das Sete Fontes.
Os sedimentos são levados pelas águas e espalharam-se por várias centenas de metros, descaracterizando o local, bem como dando origens a derrocadas das estruturas e lavagem de solos, que põem a descoberto e destroem vários vestígios de cronologias antigas.

É preocupante que o IGESPAR nada faça relativamente a esta situação, que tem colocado em causa a integridade e manutenção do Complexo, pois agora temos uma praia artificial, bem como águas descontroladas e buracos e valas onde antes não existiam.

É grave que a direcção e a fiscalização de obra não percebam o mal que está a acontecer e que travem estes fenómenos, pois até são obrigados a tal, tendo, com certeza, que cumprir os regulamentos de actuação de obra.

É decepcionante que a Câmara Municipal de Braga não actue para proceder às melhorias naquele local e que, de igual forma, com os seus recursos técnicos e humanos não evite que estas situações aconteçam.

Demos conta destas situações à Direcção Regional de Cultura Norte (dependência do IGESPAR), à Câmara Municipal de Braga e à Junta de Freguesia de S. Victor. Esperamos que tenham em consideração esta situação e este lamento e que possam executar medidas mitigadoras que preservem e salvaguardem o Complexo Monumental das Sete Fontes. Mas continuamos a crer que os melhores protectores das Sete Fontes são as pessoas que se manifestarem em prol deste sítio, por isso, apelamos a todas as pessoas ajuda na protecção e manutenção deste património singular.





1 comentário:

Ricardo JovemCoop disse...

No mínimo é uma situação preocupante, que parece passar ao lado de quem tem responsabilidades.
Nós denunciamos às entidades que têm a responsabilidade de zelar por este monumento, resta saber se seremos ouvidos!