retirado do "Diário do Minho"de 17/10/2010
À luz do artigo publicado no passado Domingo, a propósito da classificação da Casa da Quintã, algo de estranho se afigura neste processo.
Que sentido tem, após a homologação da Casa como Monumento de Interesse Público(MIP), em Outubro de 1999, publicar onze anos depois o Edital de Classificação? O processo ficou encravado nas gavetas e só agora é que alguém o encontrou?
É que parece que neste período de onze anos, em que a Casa estava homologada como MIP, ninguém fez cumprir a lei e ordem dentro da zona geral de classificação, o que foi "violada" de forma, provavelmente, ilegal e irreparável, pela construção de edifícios de pavilhões afectos a uma empresa construtora.
É que estar agora a dar nota da homologação, sem criar condições para o monumento ser apreciado como tal, para apenas que é para "cumprir" calendário ou dotar Braga de monumentos em quantidade e não em qualidade.
Assim, depois de ler a redacção do texto de classificação e lendo com atenção o artigo de Joaquim Martins Fernandes, somos levados a crer que soa a falso a vontade de classificar património na cidade de Braga.
É que a incoerência de afirmar que o monumento é de "um notável testemunho da arquitectura civil minhota dos séculos XVII e XVIII" e incluir na zona de protecção pavilhões que destoam nas características e na função, é simplesmente gritante.
Só talvez assim se explique o porquê de os responsáveis pelo Município se isentarem de clarificar esta situação que não é normal, nem tão pouco consensual.
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