7 de abril de 2011

Pode o justo pagar pelos erros do "pecador"?

"Diário do Minho" 07/04/2011

O Ministério da Cultura é, seguramente, o ministério com menos dotação orçamental, logo, aquele que menos investimentos pode fazer, porque a cultura é vista como algo acessória, sendo relegada para segundo plano nas contas de um executivo governamental.

O Director do Instituto de Museus e da Conservação, entendeu, por bem, apresentar a proposta de reduzir os dias gratuitos (de 4 Domingos para 1 Domingo/mês), pois considera que os Museus Portugueses têm uma elevada taxa de dias mensais com entradas gratuitas.

Uns concordarão que a cultura não deve ser totalmente grátis e deve haver um acesso pago pelos utentes. Haverá gente manifestamente contra, mas com certeza que se poderá encontrar um equilibrio.
Agora, o que não se pode aceitar é o argumento de que é "justo pedir aos portugueses e visitantes estrangeiros uma contribuição"...entenda-se, compensar financeiramente os custos que o próprio Estado não quer assumir. Deve, então, o justo utente pagar pelo erro do pecador Estado?

Mais uma vez deve ser o Estado a dar o exemplo...maior racionalização dos recursos, mais investimento estruturado e planeamento das acções. Isto, se acreditar que os nossos museus podem ser uma mais valia para o sector da cultura e do turismo, como gerador de uma forma de economia.

Esperamos, pois, que as medidas sejam melhor fundamentadas e que o governo, pondere a decisão antes de pedir mais "um sacríficio" aos portugueses.

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