"Diário do Minho" 27/12/2011
A rubrica de "Braga por um canudo", do Diário do Minho, chama hoje à atenção de um desrespeito para com os nossos monumentos e sítios históricos.
A estátua de D. João Peculiar, arcebispo bracarense no Séc. XII, estando ligado à História de Portugal por, alegadamente, ter sido o arcebispo que terá coroado rei D. Afonso Henriques.
Esta estátua, colocada no Largo de S.Paulo, é mais conhecida não pela representação dos seus feitos, mas sim pelo báculo que ostenta.
Este báculo (cajado) era usado pelos pastores para orientar os rebanhos e, em sentido eclesiástico, é utilizado como bastão do "Bom Pastor" que conduz o "rebanho divino".
Ora, o báculo de D. João Peculiar é particularmente famoso por ter uma forma fálica na sua extremidade. Nada que seja supreendente, pois além da criatividade do artista, seguramente terá sido inspirado na virilidade deste Homem da Igreja. O falo é um simbolo de poder e de liderança, pelo que compreende-se que, numa primeira reacção, se esboce um sorriso, mas que após isso, as pessoas saibam o verdadeiro significado daquela representação.
Por isso, somos defensores de mais sinalética nos monumentos da nossa cidade, com o intuito de informar o turista, mas também para educar e informar os cidadãos bracarenses, levando-os a conhecer o seu passado e a ter orgulho nas suas heranças culturais.
O grafiti ali rabiscado, tentando conferir um motivo de chacota, representa a baixa instrução, desconhecimento histórico e desrespeito pelo espaço público de pessoas que preferem "humilhar" e gozar de forma escondida, em vez de contribuir para uma cidadania mais participada.
Que Braga possa rectificar esta situação, não retirando o báculo, que representa uma liderança, mas sim colocando informação apropriada!
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