"Correio do Minho" 27/12/2011
Uma simples mensagem de Natal!
Caro Leitor, desejo que tenha passado um excelente Natal e que o ambiente que se vive nesta quadra se estenda ao longo do próximo ano.
É um facto que, em época natalícia, as pessoas abrem o seu coração, tendem a ser mais generosas e a partilhar acções de solidariedade. Um recente anúncio de uma marca de refrigerantes assinala isso mesmo:em ano de crise, as doações alimentares aumentaram cerca de 30%. Há uma máxima generalizada de que o Natal devia ser todos os dias ou quando um Homem quiser! Acredito que os Homens quererão uma sociedade melhor, onde todos procuram o seu lugar ao sol, um lugar onde há união nas famílias, amor, saúde, paz, acesso a empregos, justiça social, enfim, uma vida estável para cada indivíduo. Este é o sentimento de Natal que devia ser replicado todos os dias. Contudo, há quem prefira que o Natal seja o Natal comercial, onde se investe em presentes ou se compete pelas melhores prendas e se instiga as crianças a contar o número de oferendas que o “pai-natal” trouxe. As prendas não devem ser uma forma para “comprar” a atenção ou “perdoar” ausências, mas sim para assinalar a data de uma mensagem de simplicidade.
E quando as prendas são simples, ficamos a ganhar com o conteúdo. A recente publicação em Diário da República da homologação da Casa/Recolhimento das Convertidas foi um excelente presente do Estado Central a todos os bracarenses. Esta classificação, que era aguardada há mais de 12 anos, vem agora revestida de uma Zona Especial de Protecção e poderá ser um instrumento eficaz para proteger toda uma traça arquitectónica do topo norte da Av.Central que corria riscos de se perder, devido à forte especulação imobiliária e que pode ainda contribuir para padronizar as intervenções ao abrigo do programa “Regenerar Braga”.
O desafio que a cidade de Braga enfrenta no próximo ano será um marco na história da nossa urbe, pois além da regeneração do edificado urbano é preciso ter em atenção as preocupações sociais da população. A qualidade de vida dos cidadãos, em ano de crise, terá de centrar a atenção dos nossos autarcas, pois dado ao aumento da carga fiscal e a perda de poder financeiro forçará uma contracção de investimentos, obrigando a repensar a estratégia para a cidade.
O facto de no próximo ano Braga acolher a Capital Europeia da Juventude pode ser uma realização simples para dotar os jovens de ferramentas para investirem na sua formação, conhecer novas áreas de saber, entrar em contacto com novas culturas e desenvolverem competências educacionais, de configuração não formal, mas que imbuem o jovem de aprendizagem, dando-lhe “bagagem” para enfrentar novos desafios e participar activamente na vida da sua cidade.
Não podemos aceitar é que nos prometam uma coisa e nos dêem outra. Aquando da tomada de posse da direcção da entidade gestora da Braga CEJ, ficou definido que os elementos da Administração não seriam remunerados. Foi surpresa quando um órgão de comunicação local, há pouco tempo, evidenciou que um dos elementos da administração aufere, na CEJ, um montante digno de um assessor parlamentar. É questionável que o evento inaugural da CEJ seja realizado por uma empresa contratada, não recorrendo ao potencial máximo das associações que deveriam estar envolvidas nessa realização. Parece lamentável que até esta data se oiçam rumores de grandes eventos musicais, patrocinados por um canal de televisão temático, sem se divulgarem os seminários, conferências, workshops e outros acontecimentos que trarão maiores dividendos para a população que carece de mais (in)formação para competir num mercado desequilibrado, mediante um panorama obscuro. Há que pensar na cidade e nos seus cidadãos. É preciso que sejamos comedidos nos investimentos, pensá-los à escala das nossas necessidades e optimizar os recursos humanos e logísticos. Se a nossa geração precisa de emprego, para não ser convidada a emigrar e fomentar a consciência cívica, então que sejam essas as linhas fortes da CEJ.
Esta é, claro, a mensagem do Natal…simplicidade e preocupação com o bem-estar do nosso próximo, cuidando para que haja maior qualidade de vida, sem aproveitamentos próprios. Em nome de toda a JovemCoop, e em meu nome particular, faço votos de que 2012 seja um ano solidário e com grande participação da Juventude.
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