9 de março de 2012

Sete Fontes: Intervenção Arqueológica a decorrer

Movimentações de terra que indicam trabalhos arqueológicos

Terrenos onde se abateram as árvores em Setembro 2011

"Diário do Minho" 24/09/2011

Iniciaram-se, esta semana, os trabalhos arqueológicos numa das parcelas das Sete Fontes.
Curiosamente, os terrenos que estão a ser intervencionados pela equipa de arqueologia são os mesmos onde se abateram, indiscriminadamente, árvores de copa frondosa e que alteraram, completamente, a paisagem no Complexo Monumental das Sete Fontes.

Lembrando que em Setembro do ano passado, o Presidente do Município afirmou que o proprietário iria realizar sondagens arqueológicas, é curioso que estas só estejam a ser feitas 6 meses depois, levando-nos a pensar que só após o abate das árvores e consequente embargo, foi instruído o processo.

Contudo, o facto de agora se estar a fazer sondagens arqueológicas é um sinal positivo e de grande confiança para os amigos das Sete Fontes, porque agora, de uma vez por todas, vão ser dissipadas as dúvidas quanto à inviabilidade de construir empreendimentos urbanos dentro da Zona Especial de Protecção.

A equipa responsável pela intervenção é afecta à Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho, entidade que há muito se debate com a necessidade de estudar melhor as Sete Fontes, tendo, em tempos passados, pedido que se alargasse o projecto de Salvamento de Bracara Augusta àquela zona.

Seguramente, que a UAUM em virtude dos trabalhos que estão a ser executados verificará a importância histórica daquele local e a ríqueza patrimonial do subsolo das Sete Fontes, como sensibilízará o proprietário que qualquer construção ali poderá afectar os lençóis de água e destruir a paisagem verde, o que substraíria a função técnica ao monumento, algo que a lei não permite.

Por isso, acreditamos que estamos perante excelentes notícias e que finalmente os estudos arqueológicos irão confirmar aquilo que temos vindo a afirmar...há cronologias mais latas no Vale das Sete Fontes, houve reaproveitamentos de materiais no Séc. XVIII e o subsolo daquela zona é uma "caixinha de surpresas".


7 comentários:

Miguel Marques disse...

Eu como tenho um dedo que adivinha vou, ao bom estilo do Luis de matos fazer uma previsao: a UAUM vai detectar vestigios mas que sao compativeis com a construção a realizar no local. Mas o sitio é de importancia mas ali nao onde eles estao a diagnosticar vao poder. Afinal foi assim ou nao que se passou no colégio das sete fontes? (com a agravante de nao ter sido feito qualquer trabalho arqueologico).

Ricardo o gajo nao ia fazer sondagens para depois nao poder construir...

Tenho um dedo que adivinha sabes

Anónimo disse...

Mas estas sondagens estão a ser realizadas já que o proprietário deverá estar a pagar por tal, não me parece que em altura alguma o estado central ou o municipio o fizessem.Se fôr possível integrar os vestígios significativos e relevantes que possam surgir, bem como adquirir um conhecimento do potencial arqueológico so subsolo nesta zona, não estaremos a ganhar mais do que perdemos?Se é possível construir, se o proprietário paga para ter uma equipa de arqueologia creditada e devidamente autorizada não vejo qualquer problema.

Mário disse...

Olá,
descobri este blog numa pesquisa sobre as Sete Fontes e fico admirado com a quantidade de informação aqui colocada.
Penso que esta escavação arqueológica serve dois propósitos, sendo o primeiro a vontade dos proprietários em ter os terrenos aptos a construção e o segundo é a ua da universidade arranjar dinheiro para provar à universidade que é financeiramente sustentável e viável.
Sei que a uaum aceitou escavar as sete fontes numa parceria com a agere, a troco de estudar o sistema de águas e lançar um livro sobre a história deste monumento. A edição será paga pela cãmara de braga para dizerem que protegem e defendem as sete fontes.

Miguel Marques disse...

Pois pois... as sete fontes vao ser como a nova pousada da juventude... primeiro não se podia fazer agora com umas verbas dadas pela camara para se fazer os trabalhos arqueologicos já vai ser a melhor pousada de sempre e do mundo. O mesmo se vai passar nas sete fontes... construir? nao... tem de ficar como reserva arqueologica e ambiental e geologica agora (já se pode compatibilizar a construção com eventuais vestigios - que certamente nao vao aparecer).

Depois o referido acordo com a Agere é que é um verdadeiro atentado a todos os bracarenses que estimam o su patrimonio (digo bracarense como podia dizer algarvios ou brasileiros opu lisboetas). Atentado porque a Agere é responsavel pela destruição de vasta informação arqueológica com centenas de obras sem qualquer acompanhamento ou sequer pareceeres das entidades tutelares.

Caros compatibilizar os vestigios com a construção... sim... mas dizer uma coisa num dia e outra coisa noutra não. Temos que ser coerentes se queremos que os arqueologos sejam respeitados em Braga ja ninguem nos respeita por causa deste tipo de posturas.

Anónimo disse...

Passei nas sete fontes e vi uns muros dentro dos buracos que estão lá a escavar.
Perguntei o que era, mas disseram-me que não podem, para já, dar essas informações XD
Que arqueologia é esta? Que grande serviço que fazem ao património.

Miguel Marques disse...

Esta tudo a correr dentro o que eu previ (ver primeiro comentario) agora é so esperar pelo relatorio e ver que tais vestigios são compativeis com a construção.

Ele ha coisas... sou tao novo e ja sei como isto funciona.

Anónimo disse...

Já passou algum tempo desde que começaram estas sondagens. Alguém sabe se já acabaram? Que resultados tiveram afinal? Encontraram vestígios importantes ou não? De que períodos cronológicos?
Dada a importância deste local, não só como sítio arqueológico, mas sobretudo como espaço de identidade para a cidade de Braga, estes resultados, mesmo que preliminares devem ser públicos. Alguém me pode dizer onde os posso encontrar?

Ana