5 de abril de 2012

Actividades JovemCoop: Braga e os Judeus

"Diário do Minho" 03/04/2012


A Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva acolheu, no passado dia 31 de Março, a primeira iniciativa realizada pela JovemCoop com a temática de “Braga e os Judeus”.
A Páscoa é um dos momentos mais solenes e importantes da religião cristã, mas que teve o seu ponto de origem no judaísmo, celebrando o êxodo de Moisés e do Povo Hebreu do Egipto. A partir daí, todos os anos evocava-se esta memória da “passagem” do Egipto para a Terra Prometida (pessach), com a imolação dos cordeiros puros.
Hoje a Páscoa Cristã celebra a “passagem” da morte para a vida, a partir do milagre da ressurreição de Cristo, também Ele imolado tal qual os cordeiros imaculados.
Esta simbologia e alteração de conceitos foram abordadas na sessão intitulada “Páscoa – das origens à descoberta dos Judeus em Braga”, que permitiu, ainda, dar a conhecer os assentamentos judaicos em Braga, a influência deste povo na cidade, algumas das suas profissões e os contractos de emprazamento que celebravam com o Cabido de Braga. Esta sessão, além de dar a conhecer onde se localizavam as judiarias em Braga, nomeadamente na Rua Dr. Gonçalo Pereira e na Rua de Santo António das Travessas, onde se situariam as sinagogas, permitiu relembrar que o local da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva era também um edifício de arquitectura judaica, evocada pelo Arco Judaico de uma porta, que ainda está presente na Sala dos Audio-Visuais daquele edifício. Este arco contém inscrições, cuja interpretação aponta para a palavra “entre”, convidando a penetrar no seu interior.
Devido à coabitação dos Judeus no centro da Cidade de Braga, na época medieval, bem perto da Sé Catedral e em casas pertencentes ao Cabido, esta sessão visou, também, promover a tolerância religiosa e o respeito pelas pessoas, algo que, afinal, foi praticado, há muitos séculos, na nossa cidade.
Esta actividade da JovemCoop insere-se na vontade de permitir um conhecimento mais lato sobre a História da Cidade de Braga e promover, a partir dos vestígios patrimoniais existentes, novos pontos de visita e atracção turística, pois os vestígios do nosso passado são a nossa marca identitária enquanto sociedade e factor de diferenciação positiva relativamente a outras cidades.

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