14 de janeiro de 2013

Rio Este - o moinho e a renaturalização

"Diário do Minho" 14/01/2013

Vem hoje noticiado, no Diário do Minho, que a Câmara Municipal de Braga (CMB) poderá levar à reunião do executivo a compra de um antigo moínho, nas margens do Rio Este.

O valor da compra foi cifrado em 100 mil euros, havendo o proprietário pedido mais e a CMB avaliado em menos. Negociando, chegaram ao valor de 100 mil euros.

Este caso leva-nos a fazer duas reflexões:

1 - O moínho foi construído no tempo em que o Rio Este corria com normalidade. Só após a CMB ter iniciado um processo de artificialização do Rio, que ficou marcado pela "betonização" das margens e pela permissão de construção em leitos de cheia, é que este moínho começou a dar sinais de inundação, aquando do aumento do caudal, em alturas de cheia. Agora, o moínho é visto como um obstáculo à livre circulação das águas, pelo que a CMB decidiu compra-lo. É estranho que no âmbito do programa de Renaturalização do Rio Este, que iniciou há cerca de dois anos, não se contemplasse, à partida esta hipótese. Ainda assim, é bom saber que a CMB finalmente estuda, programa e planeia o que fazer nas margens do Rio Este;

2 - Afinal, a CMB sabe negociar com os proprietários, porque puxou de uma avaliação de 93 mil euros, quando o proprietário pedia algo como 243 mil euros. Negociando, chegaram à soma de 100 mil euros. É que aquando do processo da Fábrica Confiança, as avaliações da CMB fixaram-se em valores acima do que pedia o proprietário ou do valor da expropriação, o que pode ser considerado, no mínimo estranho, levantando suspeitas sobre a obtenção de tais valores.

Serve, pois, o presente caso, para reflexão.


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