"Correio do Minho" 25/01/2013
Quem tem a seu cargo a responsabilidade de pensar na cidade, "carrega sobre os ombros" a difícil tarefa de pensar num sem número de variáveis na organização urbanística, que tem de ir muito mais além da simples estética.
Muitas vezes deparamo-nos com situações caricatas no desenho da cidade, que causam constrangimentos a quem é portador de alguma incapacidade ou deficiência.
A vizinha cidade de Barcelos realizou uma acção de sensibilização com os técnicos municipais, vedando-lhes a visão ou sentando-os em cadeiras de rodas, para que se apercebessem dos constrangimentos na mobilidade que os cidadãos, portadores de deficiência, vivem quotidianamente.
Em Braga dever-se-ia repetir esta acção, porque há exemplos perigosos na nossa cidade.
Por exemplo: As paragens de autocarro são, devido à sua morfologia, lateralmente erguidas do solo. Um invisual, que vá tacteando o solo com a bengala não se apercebe daquele obstáculo físico; o nivelamento dos passeios, nas obras do regenerar Braga, não permitem perceber, a um invisual, o limite de uma rua, sobretudo se houver intersecção desta com uma artéria perpendicular. Se os semáforos não tiverem ruído, o invisual não se apercebe que pode estar a atravessar uma rua com o sinal vermelho para peões;
No Largo Carlos Amarante os "vulcanos" (aquelas peças que delimitam o espaço e regulamentam os percursos), estão viradas ao contrário, com a parte mais alta na parte dos peões e a parte rebaixada virada ao trânsito automóvel.
O facto de se tornar várias artérias exclusivamente pedonais, obriga muitas pessoas que usam canadianas a fazer maiores caminhadas até farmácias, residências, clínicas de reabilitação, esforçando o que deveria ser menos sacrificado.
Enfim, todo o sujeito é passivel de errar e decidir de forma menos correcta. O que se pede é que, à medida que se identificam as situações, se solucionem os problemas, minimizando os obstáculos e melhorando a qualidade de vida de todos os cidadãos.
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