3 de dezembro de 2010

Parque Arqueológico de Braga...o ponto de vista do BE

retirado do "Diário do Minho" de 29/11/2010

Os deputados municipais do Bloco de Esquerda (BE) lamentam que as Opções de Plano e Orçamento da Câmara de Braga tenham ignorado a criação do Parque Arqueológico de Braga/Parque Cultural Europeu (PAB/PCE). Numa declaração proferida na última Assembleia Municipal, o BE fala da quebra de uma das principais promessas eleitorais de Mesquita Machado.

A declaração foi proferida por Henrique Barreto Nunes, que começou por lembrar que na Assembleia Municipal de 30 de Abril, o BE congratulou-se com notícias vindas a público dando conta de que a autarquia iria dar início ao processo, esboçado em 2008, da criação do PAB/PCE, fazendo incidir a sua intervenção na preservação dos núcleos arqueológicos das Carvalheiras e do teatro romano.

Apesar da satisfação, o Bloco diz ter deixado patente o seu cepticismo relativamente à efectiva concretização daquelas intervenções, atendendo ao conhecimento que têm sobre o modo como a Câmara de Braga tem conduzido a sua política em relação ao património arqueológico e histórico do concelho, em particular no que concerne a Bracara Augusta, onde normalmente só actua quando a tal é obrigada.

Assim, ao analisar as Opções do Plano para 2011 as suspeitas tiveram imediata confirmação, reforçadas pelas declarações de um dos responsáveis da Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho (UAUM) ao “Diário do Minho” de 22-11-2010.

«O executivo camarário de Braga, alegadamente devido à crise financeira, decidiu não avançar com o Projecto do Parque Arqueológico de Braga/Parque Cultural Europeu, uma das principais promessas eleitorais de Mesquita Machado. Nem sequer, que saibamos, apresentando uma candidatura ao QREN para o que já existiam condições objectivas», critica.

O BE recorda que o projecto do PAB não é apenas um projecto da UAUM.

«Deverá ser um objectivo da cidade no âmbito da preservação, estudo, valorização e divulgação do seu património arqueológico e histórico, visando ainda aumentar o grau de competitividade cultural e turística da urbe. Pelo seu cancelamento quem perde é Braga».

Segundo o BE, em vez de investir na Cultura, Mesquita Machado gastou milhões de euros «em obras inúteis das quais a mais recente é o prolongamento do túnel da Avenida da Liberdade, certamente para beneficiar o espaço comercial ali em construção».

Dar um futuro ao nosso passado Barreto Nunes conclui que o executivo camarário maioritário nunca esteve seriamente interessado em valorizar as ruínas de Bracara Augusta.

«O pouco que a Câmara fez foi sob pressão da ASPA, da Universidade do Minho ou de movimentos de cidadãos, como se viu no recente caso das Sete Fontes», exemplificou.

O Bloco entende que a criação do PAB/PCE deve ser de novo um desígnio dos bracarenses empenhados em reforçar a sua identidade.

Pois os valores culturais que encerrará constituirão, conforme os autores do projecto, também uma importante «alavanca de desenvolvimento» e um poderoso «alicerce da cidadania» e um inestimável «suporte de auto-estima, essencial para, no presente, dar um futuro ao nosso passado».
.

Sem comentários: