"Diário do Minho" 18/08/2012
A cidade de Braga deparou-se, no início desta semana, com um conjunto de vedações em quase toda a extensão da Avenida Central. Os mais curiosos não obtiveram resposta do que representaria aquilo, tendo em conta a ausência de informação.
Os mais imaginativos diziam que se retomaria o conceito do Jardim Público gradeado, tal como aquele espaço havia sido até ao início do século passado.
Certo é que voltamos a assistir ao início de mais obras ao abrigo do Programa "A Regenerar Braga", sempre com muita surpresa por parte dos cidadãos...como o site do programa é pouco divulgado e como estamos em período de férias, em que muitos habitantes do município estão fora da cidade e muitas das pessoas que cá estão são turistas ou emigrantes, a surpresa é inegável.
Se nos parecem razoáveis as indagações dos transeuntes quanto à necessidade e tempo destas obras, ainda conferimos maior legitimidade aos comerciantes e agentes de negócio que se queixam dos incómodos da obra.
É um facto que nas obras do Largo Carlos Amarante e do Largo dos Penedos nunca, em circunstância alguma houve tanto pó e passeios tão sujos como nas obras da Senhora-a-Branca. Assistimos à lavagem dos pavimentos na Rua de S. Marcos, enquanto que na Senhora-a-Branca apenas se regava a terra para não fazer pó, mas parece que os responsáveis não percebiam que estavam a fazer lama. Os passeios em torno da Senhora-a-Branca eram somente varridos, o que torna esta obra insólita e de gestão vergonhosa.
Para se iniciarem agora estas obras, já a Câmara Municipal deveria ter tido a preocupação de fazer uma apresentação pública, em pleno jardim da Avenida e ouvir os contributos dos cidadãos.
Obviamente que agora é mais fácil alegar-se o desconhecimento das queixas, mas isso também denota que os agentes do executivo camarário não passaram com frequência ali, a pé, porque senão saberiam as opiniões, ou quanto muito sentiriam na pele o desconforto de andar no meio de um estaleiro de obra, sobreaquecido pela ausência de vegetação!
Nota para a preocupação a ter com o património arqueológico, realçando, desde já, que a UAUM fará o acompanhamento da obra. Seria importante que as equipas estivessem em obra, a trabalhar antes das máquinas e que se conhecesse desde já as medidas minimizadoras propostas para que na eventualidade de aparecer algum vestígio arqueológico sabermos desde o início quais os procedimentos que irão ser realizados.
Sem comentários:
Enviar um comentário