"Diário do Minho" 09/08/2012
Fomos alertados, no passado dia 09/08 pelo Repórter Alfa, para uma acção lesa ambiental (ou pelo menos de diminuição do enquadramento paisagístico da envolvente de Braga), que ocorreu nas encostas do Sameiro.
Numa primeira instância, esta acção leva-nos a questionar o porquê de se fazer uma acção de abate de árvores tão forte naquela zona de Reserva Ecológica Nacional, sem sequer se promover uma acção de reflorestação; Parece-nos estranho que dentro de uma zona classificada como Espaço Florestal, em P.D.M., não se recorra automaticamente à renaturalização daquela zona, tendo em conta que o abate foi tão profundo que deixou visivel o maciço rochoso.
Independentemente das causas que levaram a este abate, importa lembrar que as consequências desta acção são, desde logo, o empobrecimento do enquadramento paisagístico. Hoje, quem olhar para o Sameiro, já não só verá o Santuário, como assistirá à degradação da paisagem; Além do mais, reiteramos a ideia de que em zona protegida a nivel ecológico deve-se reforçar desde já a plantação.
Importa que a CMB, no âmbito do P.D.M. perceba a importância do conjunto arbóreo e instigue o proprietário a replantar o espaço em causa, pois a reflorestação originará a normalização do espaço e dos solos.
Depois, e talvez a mais importante, seja a questão relacionada com a erosão dos solos e desertificação (perda da capacidade produtiva dos solos (empobrecimento/ perda da fertilidade); Quem olhar para aquele sítio notará, por certo, que no sopé da vertente são visíveis algumas habitações que poderão vir a ser inundadas ou soterradas em caso de algum deslizamento de inertes e lamas que ocorram em dias de chuva. A verdade é que o desgaste do solo (não havendo vegetação que vá prendendo as terras) pode originar um cenário dramático, permitindo, ainda, que aquela encosta se vá degradando e paisagistica e ambientalmente.
Não será desejável que se abra ali um regime de excepção para construção, pois a sustentação dos solos e os ecossistemas associados poderão ficar em causa, se se optar pela permissão construtiva, além de que alterará e deteriorará, de vez, a envolvente paisagística do Santuário do Sameiro. Parece-nos que é uma questão de ordenamento do território que merece reflexão e actuação célere.
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