23 de agosto de 2012

Y.Nature - Caminhada às Sete Fontes

Actividade dia 01 de Setembro


A questão do abastecimento de água às cidades foi objeto de especial atenção ao longo dos séculos, embora com soluções diferenciadas em função dos meios técnicos e das possibilidades de cada época.
Em Braga, esta preocupação parece ter cabido, em larga medida, aos seus Arcebispos, que se interessaram pela questão da água desde, pelo menos, o século XVI.

Mas no Séc.XVIII, D. José de Bragança manda erigir o Complexo de Engenharia Hidráulica das Sete Fontes, equipamento que abasteceu com água a Cidade de Braga.

Nesta extraordinária obra, encontramos não apenas uma funcionalidade destinada a melhorar as condições de vida da cidade, mas também uma significativa obra hidráulica, e um testemunho de arquitetura barroca que importa preservar como um todo, sem esquecer que esta estrutura só faz sentido se conservar a sua funcionalidade primeira e fundamento da sua existência - a água que corre no seu interior. Nesta medida, o sistema conhecido por Sete Fontes é mais do que um bem patrimonial; ele é, igualmente, um bem ambiental.

Assim, convidamos os bracarenses a caminhar até às Sete Fontes, Monumento Nacional desde 2011 e visitar o seu interior.

Proposta de Atividade: Sábado, 01 de Setembro

Ponto de Encontro: 9h30 na Arcada (Av.Central)

Percurso. Av. Central, Largo da Senhora-a-Branca; Rua de Santa Margarida, ; Rua Conselheiro Bento Miguel; Largo do Monte de Arcos (Cemitério), Rua do Areal, Rua Dr. Domingos Pereira, Rua Quinta de Passos, Rua Nuno Morais, Complexo das Sete Fontes;

Ter em atenção:
 - Inscrição prévia;
 - Levar chapéu;
 - Vestuário e calçado adequado;
 - Levar lanterna e máquina fotográfica;
 - Levar água;

Este é um projeto de educação ambiental, com o objetivo de desenvolver atividades educativas e de consciencialização na exploração da natureza.

Este projeto irá promover espaços naturais do concelho e permitirá ainda a divulgação e sensibilização das populações locais para a beleza e utilidade das mesmas.

Inscrições em: http://www.bragacej2012.com/events/details.php?id=204&type=1

18 de agosto de 2012

Parabéns JovemCoop

"Diário do Minho" 17/08/2012

Caros Amigos e leitores do blogue da JovemCoop,  de forma geral, gostaría de expressar a minha felicidade por chegarmos aos 33 anos em grande forma e com a vontade de crescer a partir de cada uma das manifestações de carinho e amizade que nos fizeram chegar no dia de aniversário e agradecer, ainda, os parabéns e as formulações de bom trabalho.


Posso garantir , em nome da JovemCoop, que continuaremos a pugnar por ser uma associação de ideais jovens, com vontade de continuar a sensibilizar e consciencializar os nossos jovens, bem como, os jovens há mais tempo, para guardarem o orgulho na nossa cidade, e no nosso património, nos seus corações e agir para engrandecer a cidade de Braga. Todos juntos faremos mais e melhor.

A todos os nossos amigos relembro que são sempre benvindos às nossas actividades e é um gosto para nós acolher cada nova participação;   Aos nossos membros, deixo um OBRIGADO GIGANTE por terem tido a coragem de serem cooperantes e de querer contribuir para a valorização da nossa cidade, de uma forma simpática, divertida, dinâmica e ritmada!Obrigado e feliz 33 anos de vida para todos nós!
Queria, ainda, deixar um forte agradecimento ao Jornal "Diário do Minho" e a toda a sua equipa por se lembrarem de nós no nosso dia especial e nos ajudarem a perpetuar a nossa missão e actividades junto do grande público. OBRIGADO!

Vêm aí...as Grandiosas Festas de Guadalupe

"Diário do Minho" 18/08/2012

É já nos dias 08 e 09 de Setembro que o Parque de Guadalupe volta a acolher as Grandiosas Festas em Honra de Nossa Senhora da Piedade e de S.Marçal.

Estas duas imagens encontram-se nos altares lateriais da Capela de N.ª Sr.ª de Guadalupe e, nos anos 70 do século passado eram homenageadas com uma grande festa.
Havia música popular, decoração festiva, animação, comes e bebes, numa espécie de pequeno arraial de bairro, para onde acorria uma boa parte do centro da cidade.

O auge desta festa é atingido com o cortejo em honra de S. Marçal, padroeiro dos Bombeiros e a realização da eucaristia campal, em pleno parque de Guadalupe, no local a que carinhosamente chamamos de "Avenida das Tílias".

Mais novidades sobre esta festa serão divulgadas no dia 31 de Agosto...estejam atentos!

Braga: Regenerar a Avenida Central

"Diário do Minho" 18/08/2012

A cidade de Braga deparou-se, no início desta semana, com um conjunto de vedações em quase toda a extensão da Avenida Central. Os mais curiosos não obtiveram resposta do que representaria aquilo, tendo em conta a ausência de informação.
Os mais imaginativos diziam que se retomaria o conceito do Jardim Público gradeado, tal como aquele espaço havia sido até ao início do século passado.

Certo é que voltamos a assistir ao início de mais obras ao abrigo do Programa "A Regenerar Braga", sempre com muita surpresa por parte dos cidadãos...como o site do programa é pouco divulgado e como estamos em período de férias, em que muitos habitantes do município estão fora da cidade e muitas das pessoas que cá estão são turistas ou emigrantes, a surpresa é inegável.

Se nos parecem razoáveis as indagações dos transeuntes quanto à necessidade e tempo destas obras, ainda conferimos maior legitimidade aos comerciantes e agentes de negócio que se queixam dos incómodos da obra.

É um facto que nas obras do Largo Carlos Amarante e do Largo dos Penedos nunca, em circunstância alguma houve tanto pó e passeios tão sujos como nas obras da Senhora-a-Branca. Assistimos à lavagem dos pavimentos na Rua de S. Marcos, enquanto que na Senhora-a-Branca apenas se regava a terra para não fazer pó, mas parece que os responsáveis não percebiam que estavam a fazer lama. Os passeios em torno da Senhora-a-Branca eram somente varridos, o que torna esta obra insólita e de gestão vergonhosa.

Para se iniciarem agora estas obras, já a Câmara Municipal deveria ter tido a preocupação de fazer uma apresentação pública, em pleno jardim da Avenida e ouvir os contributos dos cidadãos.

Obviamente que agora é mais fácil alegar-se o desconhecimento das queixas, mas isso também denota que os agentes do executivo camarário não passaram com frequência ali, a pé, porque senão saberiam as opiniões, ou quanto muito sentiriam na pele o desconforto de andar no meio de um estaleiro de obra, sobreaquecido pela ausência de vegetação!

Nota para a preocupação a ter com o património arqueológico, realçando, desde já, que a UAUM fará o acompanhamento da obra. Seria importante que as equipas estivessem em obra, a trabalhar antes das máquinas e que se conhecesse desde já as medidas minimizadoras propostas para que na eventualidade de aparecer algum vestígio arqueológico sabermos desde o início quais os procedimentos que irão ser realizados.



Natureza...uma aposta do Turismo

"Correio do Minho" 12/08/2012

Para começarmos a falar em Turismo de Natureza é necessário, antes de mais, dar a conhecer o que é o Turismo de Natureza, para tal baseamo-nos num estudo feito pela THR (Asesores en Turismo Hotelaría y Recreación, S.A.) para o Turismo de Portugal, IP, em 2006.


O Turismo de Natureza pode dividir-se em Turismo de Natureza soft e Turismo de Natureza hard. O Turismo de Natureza soft pode definir-se como a prática de actividades ao ar livre de baixa intensidade. Este tipo de Turismo de Natureza representa 80% do total de viagens de Natureza. Já o Turismo de Natureza hard pode definir-se como a prática de desportos na natureza e/ou actividades que requerem um elevado grau de concentração ou conhecimento (tal como o birdwatching) e representa 20% do total de viagens de Natureza. Cada um destes tipos tem diferentes perfis de consumidor e diferentes exigências.

Quanto ao perfil dos consumidores de Natureza soft são maioritariamente famílias com filhos, casais ou reformados, que podem ou não vir em grupos de amigos, que obtêm as suas informações sobre os destinos através de informação interpessoal e de brochuras e que compram as suas viagens através de agências de viagens e call centres. Este tipo de turistas fica alojado em pequenos hotéis de 3-4 estrelas e em casas rurais, viaja maioritariamente no Verão, na época de férias e uma ou duas vezes por ano. Procura actividades que lhes permita descansar, caminhar e descobrir novas paisagens, visitar atractivos interessantes e actividades relacionadas com fotografia.

Por outro lado, os consumidores de Natureza hard são maioritariamente jovens entre os 20 e 35 anos, estudantes ou profissionais liberais e praticantes ou aficionados de desportos ou actividades de interesse especial. Estes informam-se em revistas especializadas, em clubes/ associações e na internet, que utilizam também para comprar a sua viagem assim como associações especializadas. Estes turistas ficam alojados em alojamentos integrados na natureza, como parques de campismo ou casas de campo, Bed & Breakfast ou em refúgios de montanha, viajam na Primavera e Verão, dependendo do tipo de actividade ou desporto que vão realizar, individualmente ou em grupo de amigos, com muita frequência (até 5 vezes por ano). Procuram actividades e desportos de interesse especial, aprofundar o conhecimento da natureza e educação ambiental.

Explicados agora estes dois tipos de Turismo de Natureza, vejamos o Turismo de Natureza como um todo.

O Turismo de Natureza como principal motivo da viagem representa 9% do total das viagens de lazer realizadas pelos europeus (22 milhões de viagens internacionais, de uma ou mais noites de duração, por ano na Europa). Estas viagens têm registado um crescimento à volta dos 7% ao ano entre 1997 e 2004. Os principais mercados emissores são a Alemanha e a Holanda e 85% das viagens têm a duração de mais de 4 noites.

Quanto ao Turismo de Natureza como motivo secundário da viagem (ou seja, a viagem foi realizada com outras motivações, como o turismo de sol e praia, mas foram realizadas actividades relacionadas com a natureza quando se encontravam no destino), conseguem-se 30 milhões de viagens por ano na Europa, com gastos variáveis (quanto mais específico e especializado é o serviço/produto consumido, maior é o gasto dos turistas). Assim é normal que os gastos que os turistas têm com o Turismo de Natureza soft sejam menores do que os gastos com o Turismo de Natureza hard, variando os gastos de Turismo de Natureza soft entre os 80€ e os 250€, os gastos com o Turismo de Natureza hard serão ainda maiores, o que é benéfico para o destino

O Turismo de Natureza é um sector jovem, pouco estruturado e que inclui uma grande variedade de motivações e actividades, o que leva a que o conceito seja de ampla e difusa interpretação. Ainda assim, espera-se um aumento geral do potencial de compra de viagem de natureza devido a factores como a tendência global para uma maior consciencialização ambiental, a procura de destinos não degradados e não massificados e o efeito “moda”.

É, contudo, necessário e importante perceber que um destino não pode confiar exclusivamente no valor intrínseco da atracção dos seus recursos naturais (beleza, singularidade, etc.) para atrair visitantes e descurar a criação de condições necessárias para que, nesses recursos naturais, o visitante possa viver experiências inesquecíveis. O destino necessita de deixar marcas profundas e duradouras no visitante, fazendo do visitante um protagonista activo e não um mero observador de cenários naturais.

Destinos como a Irlanda e Astúrias são bons pontos de referência para os destinos que queiram sucesso no Turismo de Natureza. Para isso são também necessários factores básicos como a diversidade de recursos naturais, a existência de espaços naturais protegidos (Parques Nacionais, Reservas Naturais, etc.), boas acessibilidades, limpeza e conservação das zonas envolventes e factores chave como a organização e adaptação dos recursos naturais para o seu uso turístico através da regulamentação clara e rigorosa para proteger e conservar os espaços naturais porém compatível com o seu uso turístico, uma ampla e variada oferta de actividades, rotas e circuitos para percorrer, empresas operadoras especializadas, guias, etc.

No caso específico português, a maioria dos parques naturais são deficitários nas infraestruturas e serviços (carecem de serviços de apoio ao turista como material informativo ou centros de informação ao visitante). Existe, em Portugal, uma inadequação da legislação que regula a utilização turística dos espaços protegidos, numa perspectiva de preservação e sustentabilidade do património natural, que permita o seu aproveitamento, o que se torna em mais um entrave ao bom desenvolvimento do Turismo de Natureza em Portugal. Não existe ainda uma gestão turística dos espaços naturais, ainda que existam suficientes argumentos e exemplos que demonstram que, devidamente regulamentada, a utilização turística pode contribuir significativamente para gerar recursos económicos que assegurem a conservação e a manutenção destes espaços.

A procura de Turismo de Natureza em Portugal estima-se em 500 000 pessoas, dos quais 96% são nacionais. Dos 4% estrangeiros, a maioria tem o Turismo de Natureza como motivação secundária, o que reflecte duas coisas: a primeira é o fraco posicionamento de Portugal como destino para viagens de Turismo de Natureza no mercado internacional como motivo principal e a segunda é a importância do conceito “procura secundária”.

Segundo um estudo feito, os principais impedimentos/obstáculos para o desenvolvimento do Turismo de Natureza em Portugal são a falta de promoção, a impossibilidade de venda de alojamento, a legislação inadequada e a falta de apoio financeiro adequado.

Quanto a prioridade de mercado, os primeiros países prioritários são a Alemanha, a Holanda e a Escandinávia, seguidos do Reino Unido e da França e finalmente a Itália, a Espanha e os Estados Unidos.

É necessária uma actualização na secção natureza do portal de turismo, tal como oferecer informação completa, detalhada e verdadeira sobra a oferta de Natureza soft em Portugal, combinar a informação de serviços turísticos com informações sobre o destino (atracções turísticas, distâncias sítios de interesse em Km, milhas e tempo, facilidades de transporte, possibilidades de entretenimento, etc.), condições climáticas do destino, melhores períodos para a realização de actividades de interesse especial, informação bilingue nos idiomas dos principais mercados emissores para Portugal (incluindo o Holandês).

A próxima linha de actuação para o desenvolvimento do Turismo de Natureza na Região de Porto e Norte de Portugal necessita de promover primeiramente um aperfeiçoamento dos serviços e equipamentos turísticos que servem de apoio ao visitante (ex. melhorar os serviços de transporte, sinalização, parques de estacionamento e centros de informação do Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG), assim como adequar o horário de abertura de restaurantes e outros serviços turísticos).

Outro ponto fulcral para Portugal são as questões de insegurança. Portugal, com o fim de reduzir a insegurança do turista quando realiza uma viagem de Natureza soft, deveria seguir directrizes como desenvolver um sistema de telecomunicação que permita a cobertura telefónica móvel nas áreas naturais de uso turístico, criar um selo de qualidade ambiental e fomentar a sua utilização por empresas turísticas que desenvolvam o seu trabalho no sector de natureza, controlar a segurança das infraestruturas e equipamentos de uso turístico, aplicar um sistema de penalização rigoroso às empresas que não cumpram coma normativa ambiental vigente, rever a informação dada aos turistas via intermediários e aplicar eventuais medidas correctivas, unificar sistemas de sinalização, tanto para atalhos como para estradas, para que seja clara e homogénea em todo o território, desenvolver serviços de emergência médica em todas as áreas naturais de uso turístico.

Estas informações foram retiradas do seguinte documento: http://www.turismodeportugal.pt/Portugu%C3%AAs/turismodeportugal/Documents/Turismo%20de%20Natureza.pdf

Texto de Inês Barbosa (Né)

16 de agosto de 2012

A JovemCoop de Hoje, aos 33 anos

A JovemCoop do presente


A JovemCoop, por força das circunstâncias do movimento associativo e dos imperativos da cidade de Braga teve a necessidade de redefinir as suas linhas de orientação.

Fazendo jus ao nome, decidimos, a partir de 2004, reforçar as nossas actividades tendo a Cultura e a Natureza como ponto de partida.

Quisemos que a população de Braga conhecesse o que era a JovemCoop, mas, sobretudo, pudesse orgulhar-se da nossa história e dos emblemáticos locais com forte presença natural que o nosso concelho possui.

Numa linha de abertura à cidade, quisemos prestar o nosso contributo à preservação dos nossos monumentos e propor medidas de salvaguarda.

Os processos de classificação da Sete Fontes, da Capela de Guadalupe ou da Casa das Convertidas tiveram início graças à actuação de uma outra associação de Braga, mas conhecem, aos poucos e poucos, o seu término a partir da perseverança da JovemCoop.

Esta actuação permitiu-nos estabelecer fortes parcerias com outras instituições e, sobretudo, ir criando consciências sobre a forma como o património de Braga é, frequentemente, mal tratado.

E para esta missão de sensibilizar e consciencializar, quisemos dar o nosso contributo na mudança de mentalidades, trabalhando junto de gerações mais novas, que serão os agentes de cidadania do futuro. O Património deve estar ao alcance de todas os cidadãos, independentemente da sua faixa etária.

Pretendemos, ainda, aproximar as pessoas da natureza, levando-as a conhecer locais de uma beleza singular, onde a Serra do Gerês ganha destaque.

Por isso, hoje, a JovemCoop não é só uma associação de ocupação de tempos livres, é, também, uma associação de educação não formal, que visa gerar consciências e incentivar os jovens a participar na vida activa da cidade, enfatizando a cidadania activa.

E as actividades como “O Nosso Património”, o “Arqueólogo por um dia”, “ Os Percursos do Barroco”, “Curso da História da Cidade de Braga”, os “Percursos Pedestres”, os “Peregrinos com Pedalada”, fazem-nos crer que estamos a contribuir para o maior conhecimento da Cidade de Braga e criar orgulho em ser bracarense, não permitindo que se relegue para o esquecimento as obras, o património e os homens que tanto contribuíram para a construção de Braga.


Feliz Aniversário JovemCoop

33º Aniversário JovemCoop

Breve Resenha Histórica

por Dario Falcão

A Cooperativa Novos Pioneiros fazia parte da União de Cooperativas Europeias.
Por essa via, e dada a forte ligação do sector cooperativo à organização inglesa Woodcraft Folk, enviaram em 1979 um convite para que uma delegação de jovens portugueses representasse Portugal num grande acampamento. Diga-se que o WF, fazia, de 4 em 4 anos, acampamentos internacionais, que envolviam milhares de jovens de várias partes do mundo. E 1979 era um desses anos. Estaríamos em Março ou Abril e o acampamento era para Agosto.


Admito que a Cooperativa Novos Pioneiros tenha tido uma tremenda dificuldade em conseguir criar uma delegação de 12 jovens miúdos. Lembrem-se que tínhamos todos menos de 12 anos, era necessária a autorização dos pais, vivia Portugal um período conturbado e claro, o custo monetário da viagem, era proporcionalmente mais elevado que hoje.

Uma palavra a José Manuel Barbosa, dirigente dos Novos Pioneiros, e que sempre nos incentivou. Sem ele, o apoio da Cooperativa não teria sido possível.
E lá se constitui uma delegação, salvo erro de 12 membros.


Sou franco. Nem sabíamos bem ao que íamos…

Lá chegados, fomos para um uma enorme Quinta, em redor de um Colégio em Malvern, tipicamente um ambiente britânico. Verde por todo o lado !

O Acampamento estava fabuloso. As várias aldeias, organizadas circularmente, tinham uma delegação estrangeira e uma delegação de uma cidade inglesa. Talvez na ordem de 100 pessoas cada.  Nem consigo transcrever o fantástico nível organizativo daquilo !

Interminável a quantidade de actividades disponíveis, os espectáculos que as delegações de cada país efectuavam, os palcos existentes, os campos de actividades e de jogos, etc.
Nem me recordo bem qual foi a nossa actuação. Se é que tivemos! Nos anos seguintes fomos evoluindo e melhorando a nossa representação, e acreditem que houve anos posteriores, em que deixámos os ingleses (e não só!) maravilhados com os nossos cantares e folclore (preciosa foi a colaboração do Inatel em determinada altura).


Houve algumas peripécias, claro. Lembro-me da velhinha Ford Transit que nos levava ao aeroporto tenha avariado (começou a arder o motor !!!!) e nos ter feito temer o regresso a tempo e horas. Foi por pouco…
Regressados a Portugal, não quisemos desperdiçar todo aquele convívio, aquela confraternização com jovens de tanto lado do mundo, tanta cultura díspar com que nos cruzamos. E trazíamos tantos contactos! Aquela experiência foi fantástica e só por quem por ela passou, a pode sentir.

Quisemos, desde logo, iniciar a constituição de uma Associação para dar seguimento a aquilo tudo, pelo que nos reunimos...

Desse Grupo inicial, ficou o Rui Malheiro, Henrique Malheiro, eu e a Diana Falcão, que foram à data e respectivamente, os sócios
nºs 1, 2, 3 e 4 !

Criamos um símbolo, estatutos, contactamos mais jovens e, reconhecida seja, a Cooperativa Novos Pioneiros cedeu-nos espaço e um precioso apoio financeiro (insuficiente claro, mas uma ajuda fundamental)


No ano seguinte, 1980, efectuamos o nosso 1º acampamento, talvez com 50/70 pessoas, com uma delegação Inglesa do Woodcraft Folk. Foi em Entre-Ambos-os Rios, Ponte da Barca.

Por certo, os ingleses terão ficado decepcionados com a nossa bem mais modesta organização, se a compararam com a sua (mas demos tudo o que tínhamos a sabíamos!).
Mas não terá sido assim tão má, já que nos convidaram de novo para em 1981 estarmos presentes num Acampamento (menor), julgo que no País de Gales.


E assim, se prosseguiu a história da Jovem Coop.

Fomos aumentando o ritmo dos acampamentos e Portugal, encetamos contactos com outras organizações, fomos diversificando a nossa actividade.

Quantas cartas e reuniões na CMBraga, no Governo Civil, no (então) FAOJ (onde Manuel Barros sempre nos acolheu excelentemente) a solicitar apoio…

No que a mim respeita, tive de abandonar a Jovem Coop, nomeadamente o lugar de Coordenador Geral que levava já com alguns anos, quando ingressei na Universidade. E confesso que nessa altura temi pelo futuro da Associação, pois questionava-me quem me seguiria…

Sei que o período seguinte, não terá sido fácil. Conturbado até.

Mas hoje, ver que a Jovem Coop existe, é gratificante.

Em 1990, abriu-se a associação à participação de jovens a partir dos 7 anos, um sector a que designamos de C7. Percebe-se que hoje o C7 foi uma aposta correcta, tendo em conta que a actual direcção da JovemCoop é fruto dessa geração.
Teria muitas histórias para contar, mas isto já vai longo.


Termino, dando os parabéns à Jovem Coop e seus membros (um especial ao Ricardo, que eu sei o que é ter a preocupação com tanta coisa, e que é despercebida a quem não lá passa, não é Ricardo ?) e desejando que prossiga o seu caminho. Não terá que ser igual ao passado.
Mas que justifique a sua existência, preservando algum carinho pelas bases que a criaram: a Natureza, a Cultura, intercâmbio juvenil e um espaço de ocupação SAUDÁVEL dos tempos livres.s logo após o regresso. E a data de hoje, é essa comemoração !
Fundamos a Jovem Coop. .




JovemCoop a Respirar Feliz em S.Victor

"Correio do Minho" 16/08/2012

No dia em que a JovemCoop cumpre o seu 33º aniversário, o jornal Correio do Minho recorda-nos o encerramento do Programa "Respirar Feliz em S.Victor", iniciativa da Junta de Freguesia local, cuja noite terminou com uma belíssima prenda à nossa associação.

A Junta de Freguesia de S.Victor, depois de oito anos de intensa actividade, e de ter no mês de Julho a sua maior expressão com a realização de "O Nosso Património", tributou à JovemCoop um lindíssimo quadro que expressa os 8 anos de parceria.

Ficamos sensibilizados com esta oferenda, pois a parceria que temos com a Junta de Freguesia de S.Victor é para nós motivo de grande orgulho e significa responsabilidade e crescimento.

A partir do momentos em que rubricamos a nossa parceria, esta foi de tal forma desafiadora que nos permitiu superar-nos a nós próprios, querendo sempre fazer mais e melhor pela população que nos recebe e pela cidade que nos acolhe.

À Junta de Freguesia de S.Victor, ao seu Presidente, Dr. Firmino Marques e a todo o executivo deixamos aqui o nosso agradecimento pela aposta que fizeram na Juventude, no Património e no Ambiente.

Ao celebrar 33 anos de actividade e 8 desta parceria, sabemos que temos motivos para ficar extremamente felizes e agradecidos!


13 de agosto de 2012

O Coração Verde de Braga - a desflorestação do Sameiro

"Diário do Minho" 09/08/2012

Fomos alertados, no passado dia 09/08 pelo Repórter Alfa, para uma acção lesa ambiental (ou pelo menos de diminuição do enquadramento paisagístico da envolvente de Braga), que ocorreu nas encostas do Sameiro.

Numa primeira instância, esta acção leva-nos a questionar o porquê de se fazer uma acção de abate de árvores tão forte naquela zona de Reserva Ecológica Nacional, sem sequer se promover uma acção de reflorestação; Parece-nos estranho que dentro de uma zona classificada como Espaço Florestal, em P.D.M., não se recorra automaticamente à renaturalização daquela zona, tendo em conta que o abate foi tão profundo que deixou visivel o maciço rochoso.

Independentemente das causas que levaram a este abate, importa lembrar que as consequências desta acção são, desde logo, o empobrecimento do enquadramento paisagístico. Hoje, quem olhar para o Sameiro, já não só verá o Santuário, como assistirá à degradação da paisagem; Além do mais, reiteramos a ideia de que em zona protegida a nivel ecológico deve-se reforçar desde já a plantação.

Importa que a CMB, no âmbito do P.D.M. perceba a importância do conjunto arbóreo e instigue o proprietário a replantar o espaço em causa, pois a reflorestação originará a normalização do espaço e dos solos.

Depois, e talvez a mais importante, seja a questão relacionada com a erosão dos solos e desertificação (perda da capacidade produtiva dos solos (empobrecimento/ perda da fertilidade); Quem olhar para aquele sítio notará, por certo, que no sopé da vertente são visíveis algumas habitações que poderão vir a ser inundadas ou soterradas em caso de algum deslizamento de inertes e lamas que ocorram em dias de chuva. A verdade é que o desgaste do solo (não havendo vegetação que vá prendendo as terras) pode originar um cenário dramático, permitindo, ainda, que aquela encosta se vá degradando e paisagistica e ambientalmente.

Não será desejável que se abra ali um regime de excepção para construção, pois a sustentação dos solos e os ecossistemas associados poderão ficar em causa, se se optar pela permissão construtiva, além de que alterará e deteriorará, de vez, a envolvente paisagística do Santuário do Sameiro. Parece-nos que é uma questão de ordenamento do território que merece reflexão e actuação célere.


Festa WAY e o Património de Braga

"Diário do Minho" 12/08/2012

Tivemos oportunidade de passar pela Festa WAY, realizada no passado Sábado, no Rossio da Sé.

A animação era bastante, bem preenchida por muitos jovens e com muito álcool e música à mistura, como é típico em grande parte das festas nocturnas.

Somos favoráveis a contexto de animação e todos os jovens se devem divertir, sobretudo havendo lugares e circunstâncias para tal. Em ano de BragaCEJ2012, parece claro que não poderiam faltar festas e ambientes de diversão.

Posto isto, importa dizer algo mais sobre estas festas:

Acreditando que a BragaCEJ2012 tem como missão social de educar, ainda que de forma não formal, os jovens e consciencializa-los para vários temas e despertá-los para as mais variadas realidades, é contraproducente e irresponsável promover festas sem as fazer acompanhar das actividades de pedagogia.

Porque não ter ali, na festa, tendas e pessoas a consciencializar para o consumo moderado de álcool, a disciplinar comportamentos e a desincentivar a condução por pessoas com elevada taxa de álcool no sangue?E lembrar os malefícios do consumo de drogas/estupefacientes e de como isso arruína a vida das pessoas e das suas famílias...lembrar que é fácil consumir estupefacientes, mas que é muito dificil sair de uma vida de consumo de drogas e de como isso pode conduzir a uma vida reduzida e a um encontro rápido com a morte?

Esta será, de certeza, a missão e a mensagem que a BragaCEJ2012 deve querer passar aos jovens...uma vida de diversão, mas com responsabilidade agora e no futuro, para que não volte a acontecer o que a notícia em baixo reporta.



Importa lembrar, ainda, que numa altura em que o Ministro da Administação Interna se prepara para apresentar um lei Anti Vandalismo e prevenir o desrespeito pelo espaço público urbano, a organização da WAY ocupa o Rossio da Sé, encosta os miquetórios à parede Norte deste Monumento e monta um imenso cenário de luz e som.

Quanto a isto, lembrando as reflexões do Sr. Cónego José Paulo Abreu, quando questionava " (...) que imagem vão levar os turistas deste ex-libris de Braga(...)" e "(...) um atentado enorme ao bom gosto e a um monumento nacional (...)", poder-se-á lembrar a lei nº 107/01, evocando o artigo 41º:

1 — É proibida a execução de inscrições ou pinturas em imóveis classificados nos termos do artigo 15.o da presente lei, ou em vias de classificação como tal, bem como a colocação de anúncios, cartazes ou outro tipo de material informativo fora dos locais ali reservados para a exposição de elementos de divulgação das características do bem cultural e das finalidades e realizações a que corresponder o seu uso, sem autorização da entidade responsável pela classificação.


2 — A lei pode condicionar a afixação ou instalação de toldos, de tabuletas, de letreiros, de anúncios ou de cartazes, qualquer que seja a sua natureza e conteúdos, nos centros históricos e outros conjuntos urbanos legalmente reconhecidos, bem como nos locais onde possa prejudicar a perspectiva dos imóveis classificados.

Apesar da lei se debruçar mais sobre a questão do enquadramento publicitário, questiona a perspectiva sobre o imóvel. Se nos reportarmos à Porta do Sol, que esteve quase tapada pelos utensílios da WAY, bem como todos os cartazes e elementos publicitários que aludiam a muitas coisas menos ao Monumento Nacional em causa, então, nitidamente, há que perguntar à Direcção Geral do Património Cultural se autorizou a instalação provisória daqueles elementos que temporariamente desqualificaram o Monumento e puseram em causa o normal funcionamento do mesmo.

E sendo Monumento Nacional, terá Zona de Protecção, pelo que o Artigo 43º, na alínea 4 refere:

As zonas de protecção são servidões administrativas, nas quais não podem ser concedidas pelo município, nem por outra entidade, licenças para obras de construção e para quaisquer trabalhos que alterem a topografia, os alinhamentos e as cérceas e, em geral, a distribuição de volumes e coberturas ou o revestimento exterior dos edifícios sem prévio parecer favorável da administração do património cultural competente.

Assim, poder-se-á questionar, uma vez mais, a actuação da Dircção Geral do Património Cultural e se tinha conhecimento deste evento junto de um Monumento Nacional e se autorizou o mesmo nos moldes em que ele foi realizado.
Não tendo conhecimento ou querendo-se desmarcar deste processo, ficam, uma vez mais, os institutos do património aos actos de "Pilatos", de lavar as mãos e de não querer assumir as consequências.

E a Câmara Municipal de Braga e a Fundação Bracara Augusta deveriam ser mais sensíveis à escolha dos locais e adequar as suas festas aos locais. Talvez ali se se proporcionasse um outro tipo de eventos que não de música tão comercial ou electrónica.


Confiança: Os projectos vencedores

"Correio do Minho" 03/08/2012
"Correio do Minho" 04/08/2012
"Correio do Minho" 05/08/2012

"Correio do Minho" 06/08/2012

Apesar de entendermos que este processo concursal deveria ser revisto, uma vez que as circunstâncias se alteraram - desde o facto de ainda não haver expropriação consumada, terem aparecido, recentemente, dívidas acumuladas sobre o imóvel e pela questão de não poder haver valências comerciais no edifício (o que altera toda a filosofia de autosustentabilidade do edifício prevista no concurso) - aqui ficam, para conhecimento dos nossos leitores, os quatro projectos  vencedores da reabilitação da Antiga Fábrica/Saboaria Confiança.

Os projectos vencedores foram divulgados no jornal Correio do Minho que, ao longo de quatro dias, publicou as principais linhas de referência dos projectos que foram seleccionados no concurso.

Mais informações AQUI (página da CMB)

Entre Aspas e os Espaços Públicos

"Diário do Minho" 13/08/2012

Se a cidade é dos seus cidadãos, devemos reflectir nas opções que os nossos autarcas/gestores da cidade tomam para o espaço público.

Este tema, não sendo novo, obriga-nos a meditar sobre o passado, mais propriamente na venda do subsolo de vários espaço e nos arranjos que se procederam à superfície.

Mais recentemente, as obras do programa "A Regenerar Braga" recordam-nos que as decisões tomadas sem auscultação prévia mexem com o quotidiano da cidade e com a vivência dos seus cidadãos.

Fica o "Entre Aspas" desta semana para ajudar à reflexão.

CEJ e os primeiros 100 mil€

"Diário do Minho" 11/08/2012

Oito meses decorridos do ano 2012 e sete meses após o início da Braga2012: Capital Europeia da Juventude, a Fundação Bracara Augusta, entidade gestora do evento, recebeu os primeiros 100 mil euros, referentes às candidaturas submetidas ao Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN).

O respirar de alívio é sentido depois de há um mês atrás, aquando da conferência de imprensa de avaliação dos primeiros seis meses de actividades, o Sr. Vereador com o Pelouro da Juventude ter afirmado que a manterem-se essas condições, só haveria dinheiro para manter a Braga2012 durante mais um mês e meio (terminaria no final do corrente mês de Agosto).

Agora que as primeiras verbas foram desbloqueadas, espera-se que o ritmo de actividades não diminua, mas, antes pelo contrário, aumente...e que se reforcem as principais linhas de vocação da CEJ...o empreendedorismo, a preparação dos jovens para entrar no mercado de trabalho e as competências para tal, e a projecção da marca Braga, a partir da nossa cultura, História e Património.

As festas e a diversão são recomendáveis para um vivência no presente e como libertador de stress e angustias, mas como são de consumo imediato importa dar aos jovens de Braga algo que fique para além de um breve momento.


Cemitério: Perpetuar a memória e invocar a arte

"Correio do Minho" 12/08/2012

Os cemitérios, muitas vezes vistos como locais sinistros e assustadores, são o local de referência para nos despedirmos de uma pessoa querida e podermos ter um local onde saibamos que o seu corpo jaz em paz.

Ao longo das últimas duas décadas, vários locais de enterramento foram adornados de várias formas, sejam eles campas, túmulos, mausoléus, etc.

E essas várias expressões de enterramento deram origem a igualmente variadas expressões artísticas, vistas hoje como verdadeiros monumentos de homenagem quer ao falecido, quer à obra do artista.

O cemitério de Pére Lachaise, situado na cidade de Paris, em França, é um dos maisa famosos do mundo, precisamente por incentivar a prática do turismo, como forma de o visitante homenagear personalidade de relevo.

A concepção do Père-Lachaise foi confiada ao arquiteto neoclássico Alexandre Théodore Brongniart em 1803 e, desde a sua abertura, o cemitério conheceu cinco ampliações: em 1824, 1829, 1832, 1842 e 1850, passando de 17 hectares a 43 hectares.

O cemitério recebeu a sua denominação em homenagem a François d'Aix de La Chaise (1624-1709), dito le Père La Chaise (o padre La Chaise), confessor do rei Luís XIV da França, sobre quem exerceu influência moderadora na luta contra o jansenismo.

Em 21 de maio de 1804, o cemitério foi oficialmente aberto para uma primeira inumação; a de uma pequena menina de cinco anos. Todavia, os parisienses não aceitavam de bom grado a necrópole, localizada distante do centro, numa zona de difícil acesso. Esta situação só mudaria quando para lá foram transferidas ossadas de importantes personalidades, apaziguando as críticas da elite parisiense.
Ao sul do cemitério encontra-se o Muro dos Federados, contra o qual 147 dirigentes da Comuna de Paris foram fuzilados em 28 de maio de 1871.


O "Correio do Minho" do passado dia 12 expressou esta ideia, e muito bem, na sua página de passatempos que permite um maior conhecimento sobre a cidade de Braga.

Também o cemitério de Braga é um local de grandeza artística onde estão sepultadas várias personalidades da História da Cidade de Braga.

Obviamente que o que se poderá pretender com esta ideia é homenagear a memória de pessoas importantes para a nossa História e que parecem cair no esquecimento, sendo desvalorizadas e cada vez mais omissas na representação da nossa cidade.

Por outro lado, pretender-se-á abordar as várias expressões artísticas, exaltando as magníficas construções ao longo dos anos.

Interessa, pois, perceber que esta ideia nada tem de mórbido nem de desrespeitoso, pois tudo teria de ser efectuado de forma a não perturbar quem procura a paz e o silêncio meditativo da hora da despedida; seria pois uma forma de perceber que a morte é um caminho para a memória em vida e que há várias formas de lembrar as pessoas importantes e que a construção da nossa História merece que essas pessoas sejam relembradas e que os visitantes se sintam mais próximos de alguém que marcou a cidade de Braga e se sintam inspirados a fazer mais e melhor.

Vamos desenvolver esta ideia e em breve apresenta-la-emos publicamente.


7 de agosto de 2012

As Históricas Colunas da Igreja da Senhora-a-Branca

"Diário do Minho" 06/08/2012

"Diário do Minho" 06/08/2012



"Fotografias da visita O Nosso Património à Igreja da Senhora-a-Branca"

"O Nosso Património" tem presença obrigatória na Igreja da Senhora-a-Branca, durante o mês de Julho.

Além da riquíssima história e elementos arquitectónicos, os elementos escultóricos são, também belíssimos, pelo que é sempre um dos locais mais emblemáticos para registar e inventariar.

Seguramente que descobrimos o interesse desta Igreja logo no ano 2005, quando percebemos a sua origem...mas a grande surpresa foi-nos revelada no ano passado, quando, na nossa habitual visita, nos mostraram as Colunas que foram descobertas durante uma obra de remodelação.

Foi fantástico perceber que entaipadas com pedra e reboco, a parede atrás do altar/tribuna escondia dois exemplares magníficos de colunas características do tempo do Arcebispo D. Diogo de Sousa.

Exemplares semelhantes podem ser vislumbrados na Sé Catedral, do tempo do arcebispo.

Esta descoberta permite perceber a evolução do edifício e o seu faseamento construtivo.
Hoje, a Igreja da Senhora-a-Branca ganha maior destaque, precisamente pela sensibilidade mostrada aquando da obra e pela vontade de preservar e tornar fruível ao público esta descoberta.

E isto é saber cuidar do património, com boas práticas e exemplos.

Ficamos muito felizes e satisfeitos por esta descoberta ter vindo a público e estar mais próxima dos cidadãos.


O Nosso Património - texto Publicado no Diário do Minho

"Diário do Minho" 06/08/2012


 
"O NOSSO PATRIMÓNIO"

Braga é uma cidade viva, que ao longo dos tempos foi reorganizando o seu espaço, em função das suas necessidades e correntes da época. Estas sucessivas acções de reconstrução são bem datadas desde a presença romana, onde mesmo anteriormente é possível verificar a existência de povoados da Idade do Bronze.
Dentro do período romano conhecem-se várias alterações e transformações dos edifícios e dos espaços públicos, algo que fica marcado na estratigrafia sedimentar ou arquitectónica.
Ainda que haja alguma dificuldade em perceber a transição da cidade de Bracara Augusta para a Idade Média, vai-se tendo a certeza da contracção da cidade e do reaproveitamento dos materiais. Hoje, podemos imaginar como seria Bracara Augusta ou a Braga Medieval a partir das evidências arqueológicas, mais do que por registos documentais.
Em 1750 surgiu uma publicação que descrevia graficamente as ruas da cidade de Braga, cujo documento tornou-se uma das melhores fontes de consulta. Hoje, o Mapa das Ruas da Cidade de Braga são um “manuscrito raro pela sua beleza e originalidade”, que teve a sua génese numa cronologia de reestruturação administrativa da Sé de Braga, que mandou elaborar este documento como forma de melhor reger os bens do cabido, após anos de gestão débil. Quem conhece o documento, sabe que é um registo de ilustrações dos alçados dos imóveis que compunham as ruas, permitindo conhecer as suas volumetrias e os topónimos da época.
Numa cronologia bem mais próxima da actualidade, a Capela de Guadalupe, como tantos outros edifícios religiosos isolados em zonas desprovidas de capital humano, foi assaltada e os ladrões levaram consigo, entre outras coisas, algumas alfaias religiosas. Na altura em que a Polícia Judiciária pediu a descrição dos elementos furtados, chegou-se à conclusão que não havia fotos, nem se conseguia pormenorizar a peça.
A junção destes dois episódios, levou a JovemCoop a estruturar uma actividade designada “O Nosso Património”, onde o principal objectivo a alcançar era o de registar e inventariar o maior número de sítios e de peças de arte, capazes de serem compilados num dossier que servisse de repositório informativo desses sítios. Em caso de qualquer contrariedade, a JovemCoop poderia dar uma ajuda na descrição das peças de arte ou na descrição dos edifícios, tendo encontrado na Junta de Freguesia de S.Victor o parceiro ideal na vontade de proteger o património. Para tal, os participantes, com fitas métricas, bússolas, máquinas fotográficas e fichas de inventário começaram a conhecer o Património da freguesia de S.Victor, variado na sua cronologia e função.
Mas cedo nos apercebemos que tínhamos, entre mãos, outra missão que complementava o registo…à medida que conhecíamos os sítios, nascia nos participantes um carinho especial por aquele local, pela história associada ou pela vontade de o preservar. Percebemos que à medida que aproximávamos os jovens do património, estávamos a dar a conhecer a história do local, parte da História de Braga e que esse conhecimento gerava paixão, orgulho nas raízes de Braga.
Este ano, a JovemCoop cumpre a oitava edição de “O Nosso Património”, actividade que ultrapassou as nossas melhores expectativas. Ao longo de quatro semanas cerca de quarenta participantes e quinze monitores vão calcorreando os locais de S.Victor, mas também S.Vicente e S.Lázaro. Sentimos que os nossos participantes são cada vez mais participativos e opinativos sobre o desenvolvimento de Braga e os conceitos de preservação da nossa memória.
Percebemos, então, que se queremos que as mentalidades mudem, primeiro é preciso haver gente que queira essa mudança (e abnegadamente dar o seu tempo livre em prol da comunidade) e gerar diálogos e estimular opiniões nas gerações mais novas, para que as gerações de hoje sejam os decisores de amanhã.
Após semearmos o gosto pela História da Cidade, somos confrontados, ao longo do ano com pedidos de informação, proposta de ideias e sugestões de novos sítios para registar e ajudar a preservar.
Este é o legado que ficará para o futuro, além de 2012. O Capital Humano interventivo, mais consciente, que gosta da cidade e não permitirá que se atropele a nossa História e se destruam os nossos monumentos. Será, por ventura, uma geração mais consciencializada de que numa urbe em constante mutação tem de haver espaço para o crescimento sustentado, baseado no diálogo e cooperação entre os cidadãos e os agentes com responsabilidade nas políticas de cidade.
“O Nosso Património” não é só um conjunto de fichas de papel, é uma corrente de educação não formal, em período de férias que promove o conceito de cidade, cidadania activa e o amor a Braga.

Diário do Património - Parque da Ponte - Um Museu a Céu Aberto

"Diário do Minho" 05/08/2012
 

Um dos objetivos da JovemCoop ao promover "O Nosso Património", é sensibilizar os jovens participantes a aprender, de forma divertida, algo mais sobre a história da nossa cidade e incutir noções de responsabilidade civil e de cidadania, amando e preservando o legado histórico comum a todos os bracarenses.
Porque o Parque da Ponte tem sido um tema atual, e porque o texto que recebemos da nossa jovem participante revela-nos que este local deve ser mais valorizado e melhor aproveitado pelos bracarenses, gostaríamos de partilhar esta reflexão com os nossos leitores.

Acreditamos que o texto da Tânia Freitas ganha maior valor por ter sido realizado ainda numa fase inicial da atividade, cumprindo desde logo um objetivo de consciencialização e pela tenra idade da participante, dando visibilidade à necessidade dos adultos pensarem na cidade que deixam para as gerações futuras.


 
O Nosso Património é uma atividade da JovemCoop e da Junta de Freguesia de S.Victor que visa aproximar os jovens da História, dos Monumentos e do Património da cidade de Braga.
Durante quatro semanas, os jovens participantes foram ao encontro dos sítios de interesse e perceberam que há muitos locais com História que estão degradados e em vias de ruína.

Perceberam, ainda, que cada local representa um pedacinho da nossa história e tem elementos que o caracterizam. Ao longo desse período de atividade, os jovens foram constituindo um dossier com ideias sobre a recuperação e valorização do património de Braga, mas também foram sensibilizados para a proteção de cada um desses lugares.

No fim de cada dia, um dos participantes fazia o resumo da atividade e o texto era publicado no site da JovemCoop, na rubrica "Diário do Património".
O texto que apresentamos de seguida, redigido por uma participante de 17 anos, reporta-se ao 4º dia de atividade e já aí se percebe como "O Nosso Património" é um gerador de consciências e uma mais valia para a cidadania.
Hoje (05/07/2012) começámos o nosso dia com as "tradicionais" dinâmicas de grupo. As dinâmicas de hoje consistiam em seguir as instruções que os monitores davam e, quem fosse lento a executar essas ordens, saía do jogo.
Quando terminadas as dinâmicas, dividimo
nos em grupo para receber o material de trabalho e seguimos caminho sem saber ao certo o destino. É sempre muito divertido porque grande parte dos participantes tenta adivinhar o local que vamos visitar.
Hoje fomos conhecer o Parque da Ponte e um pouco da sua história. Ficamos a saber que o Parque que hoje toda a gente conhece inicialmente era uma quinta e mais tarde, com as "modas", foi criado um jardim. Tivemos oportunidade de ver a capela dedicada ao S. João, datada de 1616, de ver a casa de um arcebispo, ver algumas imagens de santos que faziam parte da fachada da igreja do extinto Convento dos Remédios, uma fonte antiga e visitamos o estádio 1º de maio.
Depois dos monitores terem feito a contextualização histórica, todos os elementos os grupos começaram a trabalhar. Os primeiros monumentos a serem inventariados foram os santos da antiga fachada do Convento dos Remédios como, por exemplo, S. Francisco, a Rainha Santa Isabel de Portugal, a Rainha Santa Isabel de Hungria e alguns elementos históricos religiosos. Estes foram fotografados, medidos, descritos, desenhados ao pormenor e com todo o rigor. Em seguida, uns grupos procederam ao inventário da fonte e outros grupos ao estádio 1º de maio.
Regressámos à Junta de S.Victor e demos por terminado mais um dia do nosso património.
Eu gostei muito do dia de hoje porque só com a visita de hoje é que percebi que o Parque da Ponte pode ser considerado "um museu a céu aberto" desde que seja preservado e bem apreciado.

Tânia Freitas"