16 de agosto de 2012

Feliz Aniversário JovemCoop

33º Aniversário JovemCoop

Breve Resenha Histórica

por Dario Falcão

A Cooperativa Novos Pioneiros fazia parte da União de Cooperativas Europeias.
Por essa via, e dada a forte ligação do sector cooperativo à organização inglesa Woodcraft Folk, enviaram em 1979 um convite para que uma delegação de jovens portugueses representasse Portugal num grande acampamento. Diga-se que o WF, fazia, de 4 em 4 anos, acampamentos internacionais, que envolviam milhares de jovens de várias partes do mundo. E 1979 era um desses anos. Estaríamos em Março ou Abril e o acampamento era para Agosto.


Admito que a Cooperativa Novos Pioneiros tenha tido uma tremenda dificuldade em conseguir criar uma delegação de 12 jovens miúdos. Lembrem-se que tínhamos todos menos de 12 anos, era necessária a autorização dos pais, vivia Portugal um período conturbado e claro, o custo monetário da viagem, era proporcionalmente mais elevado que hoje.

Uma palavra a José Manuel Barbosa, dirigente dos Novos Pioneiros, e que sempre nos incentivou. Sem ele, o apoio da Cooperativa não teria sido possível.
E lá se constitui uma delegação, salvo erro de 12 membros.


Sou franco. Nem sabíamos bem ao que íamos…

Lá chegados, fomos para um uma enorme Quinta, em redor de um Colégio em Malvern, tipicamente um ambiente britânico. Verde por todo o lado !

O Acampamento estava fabuloso. As várias aldeias, organizadas circularmente, tinham uma delegação estrangeira e uma delegação de uma cidade inglesa. Talvez na ordem de 100 pessoas cada.  Nem consigo transcrever o fantástico nível organizativo daquilo !

Interminável a quantidade de actividades disponíveis, os espectáculos que as delegações de cada país efectuavam, os palcos existentes, os campos de actividades e de jogos, etc.
Nem me recordo bem qual foi a nossa actuação. Se é que tivemos! Nos anos seguintes fomos evoluindo e melhorando a nossa representação, e acreditem que houve anos posteriores, em que deixámos os ingleses (e não só!) maravilhados com os nossos cantares e folclore (preciosa foi a colaboração do Inatel em determinada altura).


Houve algumas peripécias, claro. Lembro-me da velhinha Ford Transit que nos levava ao aeroporto tenha avariado (começou a arder o motor !!!!) e nos ter feito temer o regresso a tempo e horas. Foi por pouco…
Regressados a Portugal, não quisemos desperdiçar todo aquele convívio, aquela confraternização com jovens de tanto lado do mundo, tanta cultura díspar com que nos cruzamos. E trazíamos tantos contactos! Aquela experiência foi fantástica e só por quem por ela passou, a pode sentir.

Quisemos, desde logo, iniciar a constituição de uma Associação para dar seguimento a aquilo tudo, pelo que nos reunimos...

Desse Grupo inicial, ficou o Rui Malheiro, Henrique Malheiro, eu e a Diana Falcão, que foram à data e respectivamente, os sócios
nºs 1, 2, 3 e 4 !

Criamos um símbolo, estatutos, contactamos mais jovens e, reconhecida seja, a Cooperativa Novos Pioneiros cedeu-nos espaço e um precioso apoio financeiro (insuficiente claro, mas uma ajuda fundamental)


No ano seguinte, 1980, efectuamos o nosso 1º acampamento, talvez com 50/70 pessoas, com uma delegação Inglesa do Woodcraft Folk. Foi em Entre-Ambos-os Rios, Ponte da Barca.

Por certo, os ingleses terão ficado decepcionados com a nossa bem mais modesta organização, se a compararam com a sua (mas demos tudo o que tínhamos a sabíamos!).
Mas não terá sido assim tão má, já que nos convidaram de novo para em 1981 estarmos presentes num Acampamento (menor), julgo que no País de Gales.


E assim, se prosseguiu a história da Jovem Coop.

Fomos aumentando o ritmo dos acampamentos e Portugal, encetamos contactos com outras organizações, fomos diversificando a nossa actividade.

Quantas cartas e reuniões na CMBraga, no Governo Civil, no (então) FAOJ (onde Manuel Barros sempre nos acolheu excelentemente) a solicitar apoio…

No que a mim respeita, tive de abandonar a Jovem Coop, nomeadamente o lugar de Coordenador Geral que levava já com alguns anos, quando ingressei na Universidade. E confesso que nessa altura temi pelo futuro da Associação, pois questionava-me quem me seguiria…

Sei que o período seguinte, não terá sido fácil. Conturbado até.

Mas hoje, ver que a Jovem Coop existe, é gratificante.

Em 1990, abriu-se a associação à participação de jovens a partir dos 7 anos, um sector a que designamos de C7. Percebe-se que hoje o C7 foi uma aposta correcta, tendo em conta que a actual direcção da JovemCoop é fruto dessa geração.
Teria muitas histórias para contar, mas isto já vai longo.


Termino, dando os parabéns à Jovem Coop e seus membros (um especial ao Ricardo, que eu sei o que é ter a preocupação com tanta coisa, e que é despercebida a quem não lá passa, não é Ricardo ?) e desejando que prossiga o seu caminho. Não terá que ser igual ao passado.
Mas que justifique a sua existência, preservando algum carinho pelas bases que a criaram: a Natureza, a Cultura, intercâmbio juvenil e um espaço de ocupação SAUDÁVEL dos tempos livres.s logo após o regresso. E a data de hoje, é essa comemoração !
Fundamos a Jovem Coop. .




2 comentários:

Flavia disse...

Estou sem palavras e até emocionada ao ler a história da Jovemcoop! Já conheço esta história de trás para a frente e de frente para trás, mas lê-la e senti-la na versão do fundador dá-me uma alegria imensa! Enche-me um orgulho indescritível ler a parte do C7! Só hoje assimilei que realmente foi a decisão que determinou o futuro desta nossa segunda casa...! Bendita a hora em que o Paulo César nos desafiou a pegar numa mochila para nos aventurarmos por terras de Vila Verde (Cervães, penso eu!) para o nosso primeiro acampamento! Ainda hoje recordo o fazer a mochila, pegar em cobertores (não existiam sacos cama na fartura de hoje), escolher um prato e copo que não partissem, sem esquecer a lanterna! O sino da igreja tocou a noite toda e apesar do frio, sentíamos o calor da independência e liberdade! Deixamos o miminho de casa para nos aventurarmos num fim de semana que determinou para sempre a nossa permanência neste projecto! Já recebemos tanto da nossa Jovemcoop, que o nosso compromisso agora é dar, dar e dar! Dar o que temos e o que podemos para que outras primeiras experiências dos nossos membros possam ser contadas daqui a uns anos!! E sempre que damos mais de nós, recebemos o dobro! Perfeito, não...? :)

Flavia disse...

Estou sem palavras e até emocionada ao ler a história da Jovemcoop! Já conheço esta história de trás para a frente e de frente para trás, mas lê-la e senti-la na versão do fundador dá-me uma alegria imensa! Enche-me um orgulho indescritível ler a parte do C7! Só hoje assimilei que realmente foi a decisão que determinou o futuro desta nossa segunda casa...! Bendita a hora em que o Paulo César nos desafiou a pegar numa mochila para nos aventurarmos por terras de Vila Verde (Cervães, penso eu!) para o nosso primeiro acampamento! Ainda hoje recordo o fazer a mochila, pegar em cobertores (não existiam sacos cama na fartura de hoje), escolher um prato e copo que não partissem, sem esquecer a lanterna! O sino da igreja tocou a noite toda e apesar do frio, sentíamos o calor da independência e liberdade! Deixamos o miminho de casa para nos aventurarmos num fim de semana que determinou para sempre a nossa permanência neste projecto! Já recebemos tanto da nossa Jovemcoop, que o nosso compromisso agora é dar, dar e dar! Dar o que temos e o que podemos para que outras primeiras experiências dos nossos membros possam ser contadas daqui a uns anos!! E sempre que damos mais de nós, recebemos o dobro! Perfeito, não...? :)