22 de fevereiro de 2012

Arqueologia: O estranho caso da antena de Esporões

"Diário do Minho" 20/02/2012

Há algo de insólito nesta notícia.

O grupo de moradores da freguesia de Esporões mostra-se indignada com a instalação de uma antena que foi colocada a 30 metros da Capela da Santa Marta das Cortiças e em zona de protecção arqueológica. O que mais indigna este conjunto de moradores é a falta de informação que levou à colocação da antena.

O Presidente da Junta de Freguesia de Esporões não foi informado da colocação da antena, nem tão pouco o Pe. Torres, ainda que a dita antena tenha sido colocada a 30 metros da capela.
Os  moradores não se conformam com esta postura de falta de informação, até porque um morador diz ao Diário do Minho que a colcoação da antena não seria precisa se se instalassem os equipamentos nas antenas da PT.

Mas a chave disto tudo reside na arqueologia e nos procedimentos de instrução arqueológica.
Afinal, a antena foi colocada com a permissão da DRCN (por se tratar de uma área classificada) após acompanhamento arqueológico.

O que não se percebe é, porque é que numa zona de protecção arqueológica, se realizou um simples acompanhamento, em vez de se efectuarem sondagens arqueológicas?
É insólito que se refiram apenas o aparecimento de uns "cacos soltos" (???), não especificando a contextualização crono-estratigráfica e a tipologia dos mesmos fragmentos cerâmicos.

E quem é/são o(s) proprietário(s) dos terrenos? É que têm de assinar a autorização dos trabalhos arqueológicos e ser notificados pela DRCN ( por ser área classificada) e pelo IGESPAR (que autoriza os trabalhos arqueológicos). Se os terrenos forem do Ministério da Administracção Interna, não se percebe como é que o Estado não fala e se aproxima dos cidadãos. Se é de algum particular, então esta colocação é muito estranha.

Seria conveniente esclarecer este processo, até porque esta colocação descaracteriza a paisagem envolvente de um monumento que até tem um processo de valorização arqueológico e museológico para concretizar.


1 comentário:

Miguel Marques disse...

Por acaso já sabia que tinha sido a UAUM que tinha feito este acompanhamento arqueológico. Mas não percebo é como é que a UAUM compactua com isto não se entende. Entao a um ano atras numa zona que não estava sequer protegida foi o fim do mundo e pq devia ter sondagens arqueologicas previas agora neste caso em plena área de protecçao já nao tem mal nenhum. Faz se so acompanhamento as sondagens previas nao foram necessarias. O pior é que se refugiam no parecer da DRCN e não veem para os jornais dizer que esta tudo mal. Será que lhes adoçaram a boca? É esta dualidade de posições que faz com que a UAUM seja cada vez menos credivel quer em Braga quer no pais.