7 de dezembro de 2012

As obras na Rua dos Chãos


"Diário do Minho" 07/12/2012

Após tomar conhecimento desta situação e depois de termos alertado para a mesma neste espaço (ver aqui) lembramos que a posição dos serviços camarários foi "ordem para preservar". Na Rua dos Chãos não se vislumbra uma preservação, mas um desrespeito e uma destruição.

Aquilo que deve ser questionado, junto das entidades, é a metodologia instituída e pressionarmos para apresentarem, rapidamente, os resultados das intervenções.

Mas, infelizmente, temos de estar preparados para duas situações. A primeira é a conivência ou excesso de confiança da DRCN quanto aos processos metodológicos da UAUM/GACMB - já vimos isso noutras vemos, sendo exemplo mais recente o caso dos novos acessos de Real, ou relembrando as Sete Fontes.

A segunda situação prende-se com o moldar de dados, tendo em conta que basta os técnicos de Braga dizerem que não apareceu nada de interesse, que a tutela validará e perderemos aqui o sustento dos legados históricos.
Aquilo que podemos perguntar é porque se escolheu tal metodologia (acompanhamento pobre e pouco presente) e quais as avaliações aos vestígios exumados e porquê reenterra-los/destrui-los.

Um dos problemas do projecto Bracara Augusta é centrar-se nos vestígios romanos, esquecendo outras cronologias e intervencionar para registar e não para tornar os locais fruíveis ao público (admitindo que nem tudo é possível musealizar e estar a usufruto do público, podemos olhar para a página das intervenções da UAUM (
http://www.uaum.uminho.pt/estrutura/galeria_imagens.htm) e, rapidamente, fazer o balanço do que ficou preservado e do que foi destruído...a balança da preservação fica deficitária, além de que a página está muito desactualizada, podendo, desde já, pensar que mais vestígios arqueológicos terão sido destruídos.

Seria útil podermos vir a debater publicamente os resultados de mais de três décadas do Projecto Bracara Augusta. Poder-se-ia, inclusivé,
pensar num novo modelo de gestão do património de Braga, desde a intervenção arqueológica até à promoção turística.


2 comentários:

Miguel Marques disse...

O BE perdeu uma boa oportunidade para estar calado. Mas pq carga de agua a UAUM tem que ser consultada? A pedir consulta ou parecer peçam a entidades isentas e sem interesses nos sitios ou em recebimentos de louvores. Quer se dizer os liricos do BE acham q a UAUM ia mandar uma critica ca para fora e depois receber um louvor de quem critica. Liricos.

Ricardo JovemCoop disse...

O BE poderá ter pedido a opinião da UAUM, ou pela afinidade de alguns dirigentes do partido a antigos responsáveis pela UAUM, ou então simplesmente porque se deixam enganar quando a instituição da UM diz ser a referência da arqueologia em Braga.