8 de maio de 2012

Diário do Peregrino - Etapa 2

Este "Peregrinos com Pedalada" contou com a presença de um amigo português
radicado na Dinamarca, que fez questão de se juntar a esta peregrinação!


ETAPA 2

Vila Franca del Bierzo – Portomarin ( +-74km )

O dia começou, naturalmente com Chuva, tendo nós sido compensados com o pequeno-almoço preparado pelo Carlos. Saímos e iniciámos o ataque a Cebrero, a 1300m de altitude, monte mítico do caminho que marca a entrada do caminho na Galiza, a 150km de Santiago. Muita Chuva, frio e vento. Mais uma vez condições climatéricas desagradáveis, de novo um dia de sofrimento.

Dois dos peregrinos ponderaram fazer o Cebrero por estrada, mas devido ao facto de ser a 1ª vez que percorriam este mágico percurso e correndo o risco de não se repetir tão cedo, decidiram atacar a ida pelo caminho de Santiago. Muito duro…muita lama…. Mas vencido.

Após uma paragem no Cebrero, onde tomámos mais uns chás para aquecer e onde visitámos a Capelinha (conhecida por ter uma imagem do Séc. XIII), avançámos para Tricastela, É uma descida brutal para quem gosta de BTT e dura para os peregrinos a pé mas que se tornou um castigo devido à lama e ao granizo que muito nos fustigou. Chegámos a Tricastela enregelados, e tivemos de correr para nos aquecer, aproveitando uma pequena aberta de sol que ajudou a evitar um mal pior. Em Triscastela pode-se tomar dois caminhos para chegar a Sarria. E foi devido a esta possibilidade que, por lapso, o grupo se fraccionou, tendo o Ricardo pedalado sozinho durante toda a tarde (fazendo o seu verdadeiro caminho) até nos reencontrarmos já perto de Portmarin. O resto do grupo seguiu pela variante de Samos que, para mim, foi uma novidade e é sem dúvida de uma beleza natural impar. Valeu a pena.

Para terminar esta etapa tínhamos de andar mais rápido, mas perdemos muito tempo à espera do Ricardo, que afinal seguia à nossa frente, o que condicionou o avanço da etapa, bem como provocou desgaste com as sucessivas perdas, quebras e arrefecimentos.

Devido ao estado em que pelo menos eu me encontrava, (exausto) o Luís foi à frente para nos arranjar albergue, missão que cumpriu na perfeição, pelas condições encontradas e pela simpatia das hospitaleiras Isabel e Nuria (que nos deixaram pôr o nosso calçado junto da caldeira numa tentativa de secar.

Após um banho reconfortante, nada como um belo jantar com vista para o Rio Minho acompanhado de cantares de um grupo de cinquentões da mesa ao lado (ajudados por umas quantas garrafas de vinho).

Animados pelos cantares dos “cavalheiros” do lado decidimos também regar a nossa refeição do peregrino com antioxidante segundo palavras do Luís, terminando assim o dia dois.

F.Silva





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